capitulo 39

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Por Isabelle

Estou grávida— Digo de uma vez só e vejo o espanto no olhar dos meus pais

— Você— minha mãe começou a falar mas meu pai a cortou.

— O que vocês dois tem na cabeça? O que irão dizer ao seu respeito, Isabelle.

—Não está bravo?— pergunto confusa

— Um neto é uma benção e será uma honra vê-lo. Meu medo é a reação das pessoas. Você será julgada e isso não é certo

— Não ligo. Eu amo o Pedro, irei lutar pela minha felicidade

— Minha filha, eu fiz a minha parte até onde pude. Como você sabe, irei abdicar ao seu favor. Breve você será a minha soberana, então não devo dizer o que você deve ou não fazer. Se é sua vontade tentar ir contra as leis e viver o seu amor, então vá em frente. No final, o que há mais de importante é o amor.

Meu pai olhou fixo nos olhos de Pedro durante longos segundos. Era como se ele tentasse ler os pensamentos de Pedro

—Seu cachorrinho— sorriu para Pedro— Eu sabia que você estava olhando para minha filha aquele dia.

— Acho que está na hora de você assumir— Disse minha Mãe.

— Eu sei que o Pedro tem um passado na sua vida. — sorriu— Fui eu quem trouxe ele de volta para sua vida.

— Como assim?— Pergunta sem entender nada.

— Quando você beijou ele na praia e foi ao cinema com ele e seu amigos, eu determinei que fosse feito uma investigação na vida dele. Quando você voltou para o Brasil, eu sabia que ele seria capaz de ser o seu braço direito nessa dura missão.

— Pai, estou confusa

— Não tem confusão nenhuma. Ordenei que a primeira ministra mandasse você para Buenos Aires, pois sabia que você iria se destacar lá. Nunca foi o destino, minha filha. Bom, se foi o destino— sorriu— eu sou o destino de vocês.

— Mãe, você mandou o meu Tio Joaquim

— Claro, aquele garoto precisava descansar.

— Mude a lei, se case e seja feliz. Você tem a minha benção! — Disse meu pai

Será que uma boa hora para contar para o meu pai que eu manipulei as eleições passadas?

— Pai, o senhor sabe de tudo que acontece?

— Cada passo e ato seu.

— Mas por que você nunca me impediu?

— Você deve andar com as próprias pernas. Eu joguei o Brasil em uma crise econômica e social, mas você está tirando.

— Pai, eu manipulei as eleições passadas

— Eu sei, José me contou. Foi por isso que te mandei para outro país, você precisa amadurecer e entender melhor a democracia.

— Nós temos um casamento para programar— Disse minha Mãe animada.

— Aviso, não abro mão desse ser o casamento do século.

👸👑

Durante a noite voltamos para o Rio de Janeiro.

— Será que ele sabe que tratei sua avó mal?

— Isso já tem tempo— Respondo

— Na verdade, da última vez que estivemos aqui— ele disse sorridente— Falei algumas verdades para ela.

— Você odeia a minha avó— Respondo rindo

— Ah, odeio mesmo.

— Não tenho simpatia por ela, mas... ainda é minha avó.

—Prometo não falar mal dela.

— Vamos esquecer dela e pensar em nós. Precisamos pensar em nomes, nunca falamos sobre isso. Aliás, tem tanta coisa que não falamos um para o outro.

— Se for menina poderia se chamar Maria Fernanda— Respondeu Pedro

— Se for menino?

— Felipe?

— Eu não gosto.—Respondo— Eu gosto de Arthur

👑👸

Da sacada do meu quarto observo o jardim. O vento gélido bate em meu rosto, esse é o mês de temperaturas mais baixas no Rio, o tempo é mais fechado e o sol não é tão quente, é um mês que não combina com essa Cidade abençoada pelo criador.

Passa por minha mente que tudo foi um plano do meu pai, que todas as vezes que ele parecia ser contra, ele apenas estava dando-me corda para adquirir experiência de vida. 

— O que tanto olha?— perguntou Pedro 

— Esse terreno é tão grande— Respondo— me assusta ter tanto luxo e poucos minutos daqui ter uma favela com tanta pobreza.

— Você é a única que poderá mudar isso, meu amor— Diz e me abraça por trás— É melhor você sair dessa friagem, pode fazer mal ao nosso bebê.

Me viro e olho nos fundos dos olhos do meu noivo? É Pedro, é o meu noivo e isso é estranho.

— Você está rindo da minha cara?— perguntou Pedro.

— É estranho pensar que você é meu noivo. Meu Deus, nós temos tantas coisas um do outro para conhecer.

— Não sei você— Ele me pega em seu colo— MAS EU SEI TUDO DE VOCÊ— beija minha testa e me deita sobre a cama.

— Eu sei que você odeia protocolos. Eu sei que você odeia ser tratada como alguém do frágil por ser mulher. Eu sei que você odeia quando alguém te chama de princesa o tempo todo.

— Você me chama de princesa o tempo todo, mesmo sabendo que odeio.

— Eu não te chamo de princesa por você ter um título de princesa. Eu te chamo de princesa por te achar uma princesa

— Isso não fez muito sentido, Pedro.

— Esqueça— se sentou na beira da minha cama— Eu sei que você odeia quando me sento na sua cama com roupas de rua.

— Isso são coisas fáceis de saber, Pedro.

— Eu sei que você enrola os cabelos quando está irritada, é sua forma de diminuir a vontade de bater em alguém. Eu sei que você treme os olhos quando briga com alguém, por ser totalmente contra qualquer tipo de violência. Eu sei que você olha para as unhas quando está com tédio. Eu sei que você está feliz quando tem esse brilho aí nos olhos e sei que você está com vontade de me beijar nesse exato momento.

— Você está certo— Respondo e o beijo.

Fui preparada a vida toda para liderar esse país, mesmo tendo os melhores para me ensinar tudoi, sei que sem o Pedro ao meu lado tudo seria muito mais difícil. É ele quem me traz segurança nos momentos mais delicados. É ele que traz o sorriso nos momentos mais tristes. É ele que traz a esperança para o meu futuro.

— Eu te amo— Falo

— Eu sei, vejo em seus olhos— Respondeu sorrindo.

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