• aleatório •

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playlist;

Denki

Observei ela, tão concentrada varrendo o chão e escutando as músicas que saíam de sua caixinha de música que nem parecia que eu estava aqui.

[dirty diana] versão Shaman's Harvest era o que tocava no momento, e S/N parecia vibrar com a melodia, balançando pra lá e pra cá com a vassoura.

Estávamos na casa dela, e sua mãe saiu tem pouco mais de meia hora, deixando o recinto livre pra gente. Minha sogrinha é meio surtada, mas ela gosta de mim então não implica muito.

Pisquei, e de uma hora pra outra ela começou a bater o cabelo, balançando a cabeça pra cima e pra baixo.

Até que reconheci [jekyll and hyde]. Sorri, balançando minha cabeça junto. Ok, ela tem bom gosto.

O rock tomava conta do recinto, até...

— Puta, vagabunda, interesseira eu fazendo meu trabalho escutando só besteira. - ela cantou junto, e eu franzi o cenho, não entendendo mais nada.

E então...

— O QUE PENSA QUE EU SOU, SE NÃO SOU QUE PENSOU ME LIBERA, NÃO INSISTA! VAI VIVER UM OUTRO AMOR!

E daí depois...

— ESCOLHI VOCÊ PRA SER MINHA MULHER, E SOU TÃO FIEL A NOSSA RELAÇÃO, PELO AMOR DE DEUS SE FOR INSEGURANÇA TIRA DO TEU CORAÇÃO. - cantou, ou melhor gritou, olhando pra mim. Nesse momento já estava com a câmera ligada. — JÁ É TARDE VAMOS NOS DEITAR SE QUISER CONVERSAR NA NOSSA CAMA, PORQUE SEI QUE TUDO ISSO PASSA VOCÊ ME ABRAÇA E A GENTE SE AMA. EU NÃO VOU TE TRAIR COM NINGUÉM MEU AMOR VOCÊ TEM MINHA PALAVRA, PORQUE TUDO QUE UM HOMEM PRECISA EU TENHO EM CASA. - e se abaixou, e me deu um beijo.

Então de novo...

— I touch myself just thinkin' about you and what that mouth do, yeah, when it come down, ooh lick it up, suck it up, vacuum, uh. - sorri safado quando ela dançou, rebolando e cantando [on the way], só pra mim.

E pra câmera, é claro.

Achei que ela ia continuar a limpar o quarto né, mas a mina se empolgou toda quando foi um reggaeton que tocou dessa vez.

— Ella hace todo por seducirme, y yo voy voy voy. - passou a mão pelo corpinho, virando e deixando o popo na minha direção. Tu me pergunta se eu gosto e eu respondo:

— Ai papai. - murmuro, sentindo a temperatura aumentar de repente.

A música muda de novo.

— DAME MÁS GASOLINA. - gritou, e eu ri, a vendo pular de um lado pro outro no quarto.

[s&m] começou a tocar, mas não foi isso que ela cantou.

— PRA MARTELAR VEM DE CHICOTE ALGEMA CORDA DE ALPINISTA, AÍ QUE EU PERCEBI QUE O CARA É SADOMASOQUISTA! - não me aguento, rolando na cama de tanto rir. — Não, continua me gravando! - ri, e eu inicio mais uma gravação.

Passa um tempo, a música acaba e ela pega a vassoura de novo. Mas para de novo quando a nova se inicia e a melodia que sai é mais triste.

— Uma noite pra viver tudo, uma noite acordados, uma noite pra roubar um banco, rasgar a roupa apaixonados. - fecha os olhos sentindo a música, e a coisa só fica mais cômica quando [traitor] começa. — YOU BETRAYED ME CAUSE I KNOW THAT YOU'LL NEVER FEEL SORRY FOR THE WAY I HURT, YOU TALKED TO HER WHEN WE WERE TOGETHER, YOU GAVE ME YOUR WORD BUT THAT DIDN'T MATTER IT TOOK YOU TWO WEEKS TO GO OFF AND DATE HER, GUESS YOU DIDN'T CHEAT BUT YOU'RE STILL, YOU'RE STILL A TRAITOOOOOOOOR! - e se jogou no chão, gritando junto da cantora. — Ai caraio, acho que machuquei meu joelho. - resmunga.

— Isso que dá otária, vai continuar com o show ou vai terminar de limpar seu quarto? - relembro, mas ela só me levanta o dedo do meio.

— O que tá acontecendo aqui? - me assusto quando Merlinda aparece na porta do quarto, vendo a performance de S/N cantando [monster] do Skillet. — Pai amado. - balançou a cabeça negativamente.

— I MUST CONFESS THAT I FEEL LIKE A MONSTER. - gritou, indo pra perto da mãe dela bem quando a voz do vocalista engrossou.

Sogrinha nem se abalou.

Ah, eu com certeza vou editar e postar esse vídeo.

piercing;

— Segura minha mão se doer ok? - arqueei uma sobrancelha pra ele, que parecia surtar mais do que eu que ia furar a língua.

— Acho melhor eu fazer isso, quando chegar a sua vez de furar a sobrancelha. - zombo, e relaxo na maca, esperando o cara preparar a agulha e a jóia de titânio que eu escolhi.

Dois minutos depois eu estava com a língua pra fora, sendo perfurada. Tudo ocorreu numa boa, e era a vez de Denki agora.

— Amor. - ofegou, sentando na maca. — Eu tô com medo. - eu não deveria, mas eu ri. — Para de rir!

— Medo do que bobão? Você já furou sua orelha, esqueceu? - mas chego perto dele do mesmo jeito. Droga, eu tô falando estranho.

— É, mas eu esqueci da dor. - reviro os olhos.

— Só segura minha mão. Você pode gritar se sentir muita dor. - pego na mão dele, me esperando o moço furar a sobrancelha dele.

Nunca me arrependi tanto de dizer algo quanto naquele momento.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Porra, fiquei surda de um ouvido. Certeza.

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pra quem nn sabe, minhas playlists são tudo assim, tudo junto e misturado

𝐊𝐀𝐌𝐈𝐍𝐀𝐑𝐈 𝐃𝐄𝐍𝐊𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora