Hanna Blunt
Pensando agora, tudo seria diferente, se não tivesse ido aquela boate. O pior é ter gostado de Declan, maldito coração.
A conversa com as meninas fizeram com que eu visse o mundo de maneira horrenda, claro que nem todos são assim. Mas penso que em minha vida tem alguém semelhante a Alaric querendo me tornar prisioneira, pois chamo disso ficar com alguém à força.
Não consigo imaginar as meninas passando por todas as coisas que falaram. Pensar que Derek é capaz de açoitar e bater em uma mulher, isso me deixa destroçada por dentro.
Saber que posso passar por isso me deixa ainda mais aflita. Disse para minha mãe que "Tudo bem, eu aceito" da boca para fora, irei lutar nem que para isso tenha que me submeter as coisas mais humilhantes desse mundo. Eu me livrarei de Declan Goode.
Algum tempo depois..
Mansão dos Goode, último lugar pelo qual gostaria de pisar. Estou fazendo tudo isso por minha mãe, ela já sofreu e sofre nas mãos do meu querido pai, não permitirei que mais ninguém toque nela.
Passo um tempo dentro do carro em busca de coragem para descer. Por fora aparento estar apenas brava mas por dentro estou apavorada ainda mais pelo o que sei. Mamãe pegou minha mão e disse que era pra gente sair, eu não queria entrar lá.
— Ele vai estar aí? — pergunto demonstrando um pouco do meu medo.
— Acredito que não, filha, ele disse que iria para Itália. Fique calma, aqui terá muito apoio e cuidado.
Não digo nada.
Saiu do carro e não vejo ninguém. O motorista nos conduziu até a grande porta. Essa mansão é muito bonita.
— Fernanda! Minha amada amiga, é tão bom revela. Pena que em circunstâncias ruins.
Diana abraça minha mãe quando adentramos o lugar. Parecia estar à nossa espera.
— É bom vê-la também Dih!
As duas se abraçam apertado, e vejo lágrimas sair de seus olhos.
— Tudo ficará bem, minha querida — limpa as lágrimas que rolam do rosto da mamãe. — Me perdoe!
— Não tem porque pedir perdão, Dih, sei que se pudesse faria qualquer coisa para evitar essa situação. Você fez muito por mim nessa vida.
Percebo o quão próximas eram, e mesmo com a distância a amizade continua a mesma.
Fico parada apenas olhando a cena linda das duas. E por um momento sinto-me feliz em ver minha mãe sorrindo.
Olho em volta e observo o quanto é bonito ainda mais por dentro essa mansão. Direciono meu olhar para sala e o vejo. O nervosismo se faz presente junto das batidas fortes do meu coração, mesmo quase estando perto de ter um ataque cardíaco eu não irei demonstrar isso. Cheia de coragem o encaro, demonstrando toda minha raiva.
Depois de me avaliar com expressão de cinismo, ele sai não sei pra onde e Raul aparece mas não me comprimenta ele se direciona diretamente para mamãe.
— Minha lindinha , eu cuidarei de você e sua mãe. Sei que está indignada com tudo isso, mas tudo ficará bem no final — Diana diz com ternura
— Ou terei o mesmo fim que minha mãe — sorriu irônica. — Me desculpe! — peço ao perceber que fui grossa com ela. — Eu só... é muita coisa..
— Eu compreendo minha filha. Eu sei que meu filho é difícil e às vezes até mesmo cruel. Mas você pode conquistá-lo, ele é bom Filho, ele é melhor que Raul e Alaric juntos, mas também pode ser pior que eles dois. Peço que seja sensata e faça o certo, assim como sua mãe não quero que você sofra.