| Minha Mulher | Romance Dark🔞 [CONCLUÍDA]

•CAPÍTULO DEZESSETE•

HANNA — NARRANDO

O jardim foi meu refúgio, chorei como quando Alaric batia em minha mãe. Sentia um desespero profundo, tendo pensamentos negativos e vontade que em nada me beneficiariam.

Me deitei sobre o chão, fechei meus olhos ouvindo Declan, minha mãe chamando-me, eu tão pouco quis responder, precisava chorar, sofrer sozinha. Meu desespero não era exatamente por causa da doença, mas pela questão em que estava envolvida e com quem.

Declan é líder de um clã machista, e profundamente nojento em suas leis cruéis, subvencionando somente ao homem, a mulher é considerada um objeto, uma parideira de herdeiros.

Um lado que desconheço dentro de mim gargalha por não poder dar um filho a Declan, quebrando assim seu legado. Entrando, tornando-me uma mulher descartável  "indigna".

— Posso te ajudar a fugir daqui.

Abrir meus olhos, inclinei minha cabeça para o lado enxergando Jhenny.

— Você quer, Hanna?

Ela estava alvoroçada olhando para os lados principalmente para a entrada do jardim.

— Minha mãe,nunca iria sem ela.
— Conversei com ela, ela está nos esperando no final da propriedade, lá tem uma pequena passagem.

Intrigada levantei do chão, encarando-a.

— Falou com ela? — perguntei.
— Sim — disse rapidamente se aproximando de mim. — Vamos, antes que o sr Declan apareça.

Pegou em meu braço tentando me arrastar para ir com ela.

— Jhenny, não confio em você, não irei.
— Você quer fugir, aproveita.

Seu tom de voz saiu alterado, insistindo em me puxar. Tensa, pelejei para que ela me soltasse, ao ter êxito, Jhenny se virou para mim, para novamente me puxar, mas subitamente sua testa começou a escorrer sangue. Um buraco estava ali, fiquei petrificada quando Jhenny caiu do chão.

— Jhenny — chamei por ela.

Ela estava morta, atentei-me aos passos que ouvira atrás de mim.

— Mandei você sair da porra do quarto?

Me debati ao ser apanhada pelas mãos fortes de Declan.

— Me larga — exigir. — Você matou ela!

Compungir-me presa nos braços dele, Declan puxou meu cabelo, segurando pela minha nuca e me obrigou a encará-lo.

— Pretendia fugir com ela, Hanna?

Detive-me em silêncio, inclinando minha cabeça para o lado evitando a qualquer custo manter contato visual.

— Responde, caralho!
— Não, Declan, não ia fugir não hoje.
— Propõe-se então?

Apertou meu queixo, machucando meu maxilar. Almejando minha resposta, para piorar exigindo em ouvir-me, engatou seus dedos no comprimento dos fios do meu cabelo angustiando-me na dor física e emocional.

— Sim, quero fugir de você — mesmo sentindo dor não reprimir em dizer a verdade. — Eu terei oportunidade, Declan, e não a deixarei escapar.

Declan me empurrou fazendo-me tropeçar no corpo de Jhenny, o sangue dela escorria. Minhas pernas estavam bambas, meu coração entrou em uma sequência frenética de batidas quando Declan tirou sua arma na cintura e apontou para mim.

Queria morrer, várias vezes desejei isso, mas estar diante da morte te dava um desespero, fazendo-te pensar em sua família, naqueles que te amam, no que você fez, e não fez.