HANNA — NARRANDO
Em meus cálculos, o vassourão se encaixaria na testa da mulher, o que para minha raiva ao menos chegou próximo dos pés dela. Arley interveio, impedindo-me de saciar a vontade que sentia.
— Não toque nela, caralho!
Ouvir o som da voz de Declan quase me fez ter um orgasmo, coração batia apressado, meu corpo, minha mente gritava de felicidade, alívio por vê-lo vivo, mesmo sua expressão sendo indiferente.
Desisti da ideia de atacar a mulher, mas se ela continuasse segurando ele, não aguentaria.
— Saia de perto dele — digo, Declan somente abriu sua boca para brigar com Arley, mas e essa mulher?
A mulher quis me obedecer, mas Declan a impediu.
— Não se afaste — diz puxando a mulher para ele, de um jeito que meu sangue volta a esquentar de raiva. — Porque trouxe ela, Arley?Impressão minha, ou ele está me ignorando? E infeliz por me ver?
— Ela não estava…
— Vamos embora dessa merda, Arley!
Digo arretada, peguei a mão de Arley o puxando para mim sem intenção nenhuma de provocar Declan. Ignorei o barulho atrás de nós, sabia ser ele que estava furioso.
— Para agora mesmo, Hanna! — diz em tom alto raivoso.
Arley quis recuar mas não permitir, homem mole. Passamos pelo corredor, e logo chegamos à porta, saindo daquele ambiente.
— Hanna, isso não é sensato!
— Cala a boca, Arley!
Não esperava por isso, nunca pensei em ter um reencontro com Declan e fazendo isso agora, não é assim que queria. Ele me ignorou, deixou uma mulher ficar perto dele, ao menos deu um mísero sorriso ao me ver. Não percebeu que estou carregando nosso filho?
Meus olhos ardem sinto vontade de chorar, mas não derramarei lágrima alguma por ele, não depois de já ter me desidratado o suficiente por sua causa, sendo que está vivo, não fez questão de se comunicar comigo e sua família.
— Hanna — Arley não quis entrar no carro.
— Se não quer vim, me dê a chave, vou sozinha.
Ele negou.
— Não, você está em choque, não pode sair assim.Vir por trás de Arley, Declan se aproximando furioso, isso não me deixou amedrontada somente aumentou a raiva que sentia. Puxei da mão de Arley a chave, decidida entrei no carro.
O som de tiro deixou-me pávida, foram na direção do carro: dois,três e quatro.
— Não acredito! — bati brava no volante.
Minhas mãos tiritava de raiva, deitei minha cabeça no volante, para acalmar os nervos. Uma pontadinha de dor fez-me recordar que alguém estava crescendo dentro de mim, e do quanto é arriscado me entregar às emoções fortes como essa.
— Sai da porra do carro! — diz Declan.
— Senhor, ela ainda…
— Cala a porra da boca! — silenciou Arley. — Ordenei que não ficasse desfilando com a minha mulher!
Preciso de explicações, se não puder sair desse lugar com esse carro , tenho que agir. Abrir a porta do carro, sair com cuidado pois a dor no pé da minha barriga estava me incomodando. Ao me colocar reta tive que tocar em minha barriga, meu rosto expressou o incômodo sentido.
— Hanna, está tudo bem? — perguntou Arley.
— Não fale com ela, caralho!
— Calem a boca os dois! — gritei.