Hanna Blunt
Quero abrir meus olhos mas não consigo, eles estão pesados demais ou seria inchados? Levo minha mãos até eles e mexo por cima das pálpebras, aos poucos os consigo abrir. Vejo a luz e concluo que já é de manhã.
Engulo em seco quando percebo estar na cama, não lembro de ter saído do banheiro, e de fato não sair, não com minhas próprias pernas.
Me levanto com cautela, estou apenas de calcinha, não quero correr o risco dele me ver assim. Coloco os pés sobre o chão, e quando vou aos firmar, vejo Declan sentado na poltrona, com o susto me sento novamente na cama.
— Se explique! — únicas palavras que sai entre lábios.
Ele está fumando charuto, sua carranca matinal enfeita seu rosto.
— Explicar o que? — puxo o lençol para cobrir—me.
— Deixe eles amostra — aponta com olhar para meus seios. — Isso pode ser a única coisa que talvez me impeça de cometer um crime — se levanta da poltrona.
— Não fiz nada... — gaguejo.
Seu olhar é como no dia dentro do escritório, ele estava irritado, com raiva.
— Porque não abriu a porta quando bati, ou me respondeu? — perguntou.
— Queria ficar sozinha — estava ficando nervosa, ele me deixava assim.
— Porque?
— Porque tantas perguntas, Declan, Não posso ter privacidade, e ficar num mísero banheiro para fazer as minhas necessidades? — começava a perder o controle em meu tom de voz, tudo estava se misturando, a raiva de ontem em vê—lo com a empregada e sua cara de pau em cobrar explicações.
— Porque está estressada? Tá nervosa? — falou calmamente, para quem não tem paciência está se mostrando contrário.
Mas suas palavras haviam significados, como se desconfiasse de alguma coisa. E o motivo do meu estresse não era o assunto na sala, e sim da parte dele, sua safadeza, me sentia sufocada.
Sem perda de tempo, me levantei rápido para buscar refúgio no closet, tenho medo dele, e não segurarei a língua.
— Que Caralho está querendo fazer, Hanna?
Ouço seus passos atrás de mim.
— Não me toque! — me viro quando ele me alcança. — Você é um escroto!
— Repita, Hanna! — fecha e abre os olhos.
— Escroto! — repito sem pensar nas consequências.
— Escroto? — sorriu estranho. — Não te dei motivos para me classificar dessa maneira.
Ao vê-lo dar esse sorriso soube que tinha ido longe demais. Seu olhar fixo nos meus olhos, a respiração forte fazia suas narinas se abrirem procurando ar, pela mandíbula bem definida pude observar que apertava os dentes.
— Está muito atrevida, indo para o caminho errado, Hanna — balançou a cabeça, ele apertava com força suas mãos as fechando em punho. — Retire o que disse, te dou uma chance.
— Você foi foder Jhenny, logo depois de ter feito comigo Declan — falei, precisava colocar para fora. — Você é um puto, Diana está errada você é igual ao seu pai.
— Eu vou te dar uma surra, vou fazer engolir cada palavra, você vai se arrepender amargamente — ameaçou.
Veio pra cima de mim me pegando com força pelos braços, me empurrou contra a parede, senti um grande desconforto pela pressão nas costas. Fixou os olhos nos meus assustados, e balançou a cabeça.