Capítulo 9

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Tessa

Lenna estava dormindo no seu quarto, depois de uma noite inteira comigo, tentando me ajudar a controlar o poder, porém não dera em nada.

Eu encarei a janela a minha frente, a luz da Lua atravessando a escuridão da floresta negra, atravesando sua noite.

Eu abri a janela, tomando impulso, eu subi na mesma, sentindo o vento frio chicotear meu rosto e meus cabelos.

Eu me segurei na madeira, me impulsionando para cima, escalando, o vento sacudiu o hobby que me envolvia, me fazendo estremecer.

Eu cheguei ao telhado, sentando alí e parando para observar o céu, dá para ver poucas estrelas.

— O que faz aqui sozinha?

Eu tomei um susto, encarando o fantasma que ali estava.

— Que susto! Dumas. -exclamei baixo.

— Desculpe. -ele sorriu envergonhado.

Ele ficava bonito assim, em muitos outros aspectos, o fantasma assim como os outros era lindo de matar.

Ele sentou do meu lado, flutuando um dedo do teto.

— Não me respondeu. -ele me encarou de relance.

— Pensando. -murmurei.

Ele assentiu.

— Não consegui nenhuma faísca. —murmurei— sou péssima nisso, acho que na cabana do Chesterry fora apenas um golpe de sorte.

Ele me encarou.

— Você vai conseguir, temos tempo, mesmo que pouco ainda temos. -ele disse.

— Tenho tido alguns sonhos estranhos. —murmurei— e eles estão me assustando.

— Estamos com você, princesa, eu estou com você, todos nós. —ele disse— somos o grupo perfeito.

Eu sorri de lado, e só aí percebi o quão próximo estavam os nossos rostos.

Ele me encarou e eu o encarei de volta, próximos demais, poderia até mesmo ser impossível por ele ser um fantasma, mas instintivamente eu fechei os meus olhos.

Mas então os abri, ouvindo um pigarro envergonhado do fantasma ao meu lado.

— Princesa... Não me leve a mal, não sinta raiva. —ele disse— mas eu já tenho alguém.

Eu pisquei.

— Ah. -foi o que eu consegui dizer, corando.

— Quando tudo isso acabar, eu vou voltar para ela, ela estará me esperando. -ele disse.

Eu assenti.

— Desculpe, foi um reflexo. -murmurei.

— Está tudo bem. -ele disse.

Ele suspirou.

— Quando a noite cai eu sempre me lembro dela. —ele sussurrou— ela é linda, seu sorriso é lindo, é doce, amorosa, bondosa, ela é perfeita. E quando eu voltar eu farei o que não tinha coragem antes, vou pedí-la em casamento.

Eu encolhi levemente os ombros.

— Isso é ótimo, Dumas. -sorri para ele.

— Sério? -ele me encarou sorrindo grandemente.

— Sim, tenho certeza de que ela irá amar. -falei.

Ele estufou o peito em alegria e eu suspirei de forma inaudivel, encarando a lua.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora