Capítulo 27

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Tessa

A escuridão era tudo o que se passava ao meu redor, até que..

Eu abri os meus olhos.

E por momentos achei que o mundo tivesse estremecido com isso, que tivesse recuado e baixado a sua cabeça.

Eu olhei a diante, capitando cada movimento em câmera lenta, capitando cada cor, cada partícula que flutuava no ar. A minha visão parecia ter sido melhorada em mil, as cores estavam mais vivas, mais nítidas, eu podia ver cada detalha minuciosamente.

Eu me ergui, ficando sentada naquela cama, o som dos lençóis sendo remexidos no ato invadiram a minha audição, como um raio cortando a tempestade. Todos os sons eu podia ouvir nitidamente, perfeitamente, a longa distância até.

O que estava havendo?

Saindo da cama, meus pés tocando o chão, então eu me ergui. E foi como se o mundo se erguesse junto, como se eu usasse saltos, mesmo eu estando descalça.

Eu estava maior.

Eu dei o primeiro passo, então me segurei em um móvel, minhas pernas eram estranhas para mim, completamente.

Eu dei o segundo passo, era como se eu estivesse aprendendo a andar de novo, como se eu tivesse voltado a ser apenas um bebê.

Eu abri os braços buscando equilíbrio, caminhando desajeitada até a penteadeira.

Eu encarei os meus dedos, estavam mais longos e pouco esguios.

Eu estava drogada?

Eu então me encarei no espelho, meus olhos azuis estavam mais vivos e carregando as constelações neles.

Meu olhar passou pelo o meu rosto, o estudando, minhas feições estavam mais marcadas, dando traços exóticos ao meu rosto, dando uma beleza exótica a ele. Do meu rosto eu encarei meu corpo e do corpo, meu olhar disparou para as orelhas..

Pontudas.

Eu arregalei os meus olhos, incrédula, espantada.

— Pela mãe. -sussurrei atordoada.

O que fizeram comigo?

Então encarei os meus cabelos longos. Longos, não mais curtos como os de um macho, os meus cabelos tornaram agora a bater em minha cintura, mais vivos, sua cor mais viva, um negro de noite encarnada, brilhante.

Eu levei a mão a boca, então arregalando os olhos para o que estava nela, uma tatuagem cobria minha mão e antebraço. Espirais e arabescos, constelações desenhadas até mesmo em meus dedos.

Quem havia me tatuado??

Ouço passos ao longe e meu olhar dispara para a maçaneta que é girada, a porta se abre, revelando Damon.

Ele encarou a cama vazia, confuso, seu olhar girou pelo o quarto, e então, parou em mim.

— Acordou. -ele suspirou pouco, aliviado.

— As estações mudaram. -murmurei inerte.

— E continuamos juntos. -ele sussurou.

— O que fizeram comigo? -questionei, minha voz saindo pouco rouca, quanto tempo eu havia dormido?

— Três dias. —Damon leu minhas feições— você está dormindo a três dias.

Eu o encarei com assombro, assombro latente.

— Você foi feita. -ele disse.

— De idiota? Creio que sim, se aproveitaram de meu sono profundo para... Fazer seja sei lá que macumba em mim. -falei sacudindo a cabeça.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora