Capítulo 3

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Tessa

Três dias de chicotadas nas costas e dores fortíssimas nas mesmas, eu não sabia se aguentaria mais uma.

Eu já não aguentava mais.

- Espere até anoitecer, eu vou poder te ajudar. -disse o fantasma.

- Eu vou me salvar. -murmurei acertando a picareta na pedra de sal- e você vai me mostrar a saída dessa porra.

Ele me encarou receoso.

- E como fará isso?

Eu parei de minerar, encarando em volta, logo os cavaleiros fantasma me encararam.

- Volte a trabalhar! -um deles estalou o chicote no chão.

O som ecoando em meus ouvidos de forma dolorosa e aguda, me fazendo levar as mãos aos ouvidos, de repente todos os sons alí estavam altos demais, agudos demais, estavam ferindo meus ouvidos brutalmente.

- Princesa?

O cavaleiro ergueu o chicote para me golpear.

E eu abri os olhos, os sentindo arder, e então gritei, caindo de joelhos, o grito se tornando agudo e potente, se tornando poderoso, todos que estavam alí levar as mãos aos ouvidos, largando as picaretas, o chão embaixo de meus pés sacudiu, a mina de sal tremeu como se um terremoto estivesse a invadir tudo.

Eu parei de gritar, ofegante, o fantasma me encarou boquiaberto e eu fui rápida quando desviei do chicote que estalou no chão.

Meus pés agiram, as correntes gemendo quando eu saltei na grande pedra de sal, com um impulso eu me lancei no cavaleiro, a picareta sendo cravada no crânio sólido.

Todos prenderam o fôlego, o cavaleiro fora ao chão e eu com um puxão tirei a picareta, e então atingi com uma força anormal nas correntes dos meus pés, as vendo se romperem, quebrarem. Então meu coração bateu desenfreado com a sensação quente em meu peito.

Eu estava solta.

Eu girei a picareta em minha mão, acertando a mesma contra o outro cavaleiro que se lançou em mim, ele fora ao chão e eu encarei Alexander.

- Mostra a saída. -falei.

Ele assentiu, flutuando com rapidez e eu o segui, correndo como uma louca, passando pelos humanos presos às pressas.

Os cavaleiros atrás de mim, os chicotes estalando, tentando me agarrar.

- Lá em cima! -Alexander apontou.

Eu engoli em seco vendo uma abertura em círculo, era pequena, mas acho que eu poderia passar, mas estava muito alto.

Eu corri mais depressa, usando o impulso para saltar nas paredes de pedra, meus pés pisando com precisão nas trepadeiras de rocha avermelhada, eu pus o cabo da picareta na horizontal, o pondo em minha boca, minha mãos agarraram a pedra e eu subi as paredes, escorregando os pés muitas vezes, ouvi os estalos e encarei dois cavaleiros que subiam atrás de mim.

- Vamos! princesa! Você está quase lá! -o fantasma disse.

Eu me segurei em uma pedra, e então com um pé eu chutei uma grande rocha, uma, duas, três vezes.

A rocha saiu de seu lugar, descendo as paredes de pedra com rapidez, os cavaleiros arregalaram os olhos, não conseguindo desviar quando a grande pedra pesada os atingiu, os levando ao chão, os esmagando.

Eu me apressei, subindo mais rápido, chegando até abertura, eu apoiei meus pés em uma pedra, tomando impulso quando saltei, me agarrando a borda da liberdade e me içando para cima, me jogando para fora daquele lugar.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora