Capítulo 24

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Tessa

Não sabia o porquê, mas estava conversando com o lorde Eidan sobre governos.

Ele é uma pessoa agradável de se conversar, poderíamos falar de cores de tintas e o assunto não ficaria desinteressante, ele parecia ter o dom de deixar o ambiente confortável.

— O que acha sobre guerras? -ele me perguntou.

Eu me remexi na cadeira onde eu estava, pensando pouco.

— Um ambiente devastado a caos onde pessoas lutam por algo que elas acham ser importante, o que causa perdas irreparáveis, tanto materiais, quando perdas de vidas, inocentes principalmente. -falei.

Ele assentiu.

— Bom, e o que faria se fosse uma governante em meio a uma guerra? -ele me testou.

Eu inclinei a cabeça.

— Faria aliados, tiraria vantagem de cada aliança de meios diferentes, seja com fornecimentos ao meu território e braços a mais na guerra. Tentaria vencer pelo o meio da inteligência e não brutalidade. -falei.

— E como o faria?

Eu pensei.

— Atacando nos pontos mais  fracos do meu inimigo, arrumaria um jeito de descobrir cada fraqueza dele e armaria uma estratégia para o ataque, de forma que ele não descobrisse que eu estou atacando onde dói mais. -falei.

Eu parei.

É isso.

Eu ergui o olhar e o lorde soltou um risinho, percebendo o que eu percebi.

— Você tem uma mente brilhante, Tessa, estava escondendo demais ela em seu mundo. -ele disse.

Eu dei de ombros.

— Usava apenas quando necessário. -falei.

— Entendo.

Ele me encarou.

— Você já controla totalmente seu poder? -ele perguntou curioso

Eu assenti.

— Foi um pouco difícil, mas já estão em rédeas curtas. -falei encarando o céu do fim da tarde.

Eu suspirei pesadamente, aquele mesmo peso incomodando as minhas costas.

O lorde arqueou uma sobrancelha para mim.

— Quer conversar um pouco? Não sobre guerras, sobre como ele está. -ele apontou para o meu peito, o coração.

— Estou bem.

— Quantas vezes teve que repetir isso para si mesma sendo que não estava? -ele questionou.

— Muitas. -confessei baixinho, baixando o olhar.

— Então me conte o que sente. -ele disse.

— Vontade de morrer, a cada segundo, de ir sem ter para onde ir. —encarei o horizonte reflexiva— é triste a sensação de ter algo te corroendo, e ninguém para te puxar.

— Não está sozinha. -ele disse.

Um riso meu sem emoção.

— Estou desde que a minha mãe se foi. -murmurei.

— A morte não é o fim, Tessa, tenha certeza de que ela está olhando para você das estrelas. -ele disse.

Eu encarei a noite engolir os resquícios da tarde, o Sol sumir e a Lua subir, juntamente das belíssimas estrelas.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora