Capítulo 19

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Tessa

Ter o corpo adormecido junto dos ferimentos foi uma mão na roda.

Até eu saber que era temporário e que eu teria de sentir a dor depois.

— Inferno! -exclamei dolorida.

Eu desviei da mão de Damon que tentava por uma pasta de ervas em meus ferimentos.

— Cacete, fica quieta. -ele disse.

Eu desviei de novo.

— Esse caralho dói. -praticamente gritei de dor.

— Fica quieta, porra. -ele também xingou.

— Não me xinga não seu filhote de urubu! -lhe acertei um tapa na nuca.

— Seu dragão, ranzinza, cuspidor de fogo. -ele disse enquanto noz estapeávamos.

— Está doendo. -falei.

— Se me deixar ajudar não vai mais doer tanto! -ele rebateu.

Eu bufei, parando, deixando ele pôr o remédio, porém, xingando em mil línguas a cada arder dos ferimentos.

Eu encarei no espelho ao lado, eu estava péssima.

— Estou cheia de manchas rochas. -falei, olhando as manchas negras em meu corpo.

Ele ergueu a cabeça, analisando.

— Estou vendo, está parecendo uma vaquinha do prado. -ele disse, segurando a risada.

Eu lhe acertei um tapa na testa e ele xingou.

— Queria ver se fosse você, idiota. -bufei.

— Essas manchas são a prova de que você venceu, os ferimentos mais ainda, Tessa, então nenhum arranhão é atoa, lembre-se. -ele disse.

Eu suspirei.

— Merda. -xinguei quando ele pôs o remédio no corte em meu supercílio.

Ele levou o remédio ao corte em meu lábio, enquanto eu segurava uma compressa de gelo e ervas no olho esquerdo.

— Ser humana é uma completa merda. —murmurei— esses hematomas mostram que não somos para esse mundo repleto de bestas furiosas.

Ele parou.

— Proteja o seu coração humano, Tessa. —ele disse, uma pausa— seja misericordiosa com aqueles que não possuem um.

Eu o encarei, piscando.

— Uma humana foi prevista a quebrar a maldição, essa mesma humana foi raptada, trazida ao mundo das fadas, ela escapou, traçou seu caminho, derrotou três feéricos hoje, uma humana fez tudo isso. —ele retornou a passar o remédio— me pergunto se a mãe quer que você não só nos salve como também abra os nossos olhos, e nós faça entender  que todos somos iguais, e todos temos força e capacidade.

Ele passou o líquido ardente no pequeno corte na lateral de meu rosto.

Eu olhei em seus olhos por longos e demorados segundos, e de repente nada doía mais.

Ele ergueu os olhos para mim.

— Por que sempre olha tanto em meus olhos? Mi corazón. -ele questionou rouco, concentrando-se agora nos ferimentos.

Se ele soubesse as coisas que eu vejo em seus olhos.

— Seus olhos são como o Sol que não nascerá mais para mim depois que tudo acabar. -falei.

Ele me encarou.

— Terminou? -questionei.

Ele assentiu.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora