Capítulo 21

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Tessa

O dia mal havia amanhecido e eu já estava de pé, vestindo a armadura, outra vez pronta para fazer aquele teatro.

Eu me virei, encarando então o macho que eu achava que estava dormindo, mas no fim estavae observando.

— Muito bonito. -falei erguendo as sobrancelhas.

— E gostoso. -ele se gabou.

Eu revirei os olhos.

— Levanta, se arrume, temos que estar prontos. -falei.

Ele levantou da cama, bocejando.

— Você madrugou mesmo, estava com medo de quê? -ele sorriu malicioso.

— De ver a sua cara feia logo cedo, anda logo.

Ele revirou os olhos e se pôs a se vestir, eu inspirei fundo.

O templo não deveria ficar muito longe, talvez alguns dias de percurso ou não, poderíamos intercalar.

Eu dei uma mordida na maçã, encarando algum ponto da tenda. E em algum momento meu olhar deslizou até onde Damon se vestia.

Não sabia se o beijo de ontem havia sido alguma alucinação, parecia ter sido algo cheio de adrenalina, e ele não falará nada até agora, ou soltou alguma piadinha.

Me pergunto se realmente aconteceu, e se as sombras não sussurrassem que sim eu provavelmente já teria esquecido isso, já teria nem ao menos ligado para o fato de que beijei Damon Vilassa.

Damon agora estava com uma fruta na mão, a degustando enquanto me analisava.

Eu peguei seifadora da noite, havia decifrado alguns truques daquela lâmina, sim eu tinha.

Eu apertei uma das safiras e a lâmina se tornou mole, se desmontando, eu a envolvi em minha cintura e então a engatei, e a mesma agora era um cinto.

O guerreiro que a usou era habilidoso, habilidoso ao ponto de portar uma lâmina que poderia se disfarçar de algo tão simples e sútil.

Damon terminou a fruta, abrindo a boca para me dizer algo quando ouvimos o som de uma tompeta.

— Vamos. —pus os punhais nas costas— está na hora.

Ele assentiu, me seguindo.

Nós saímos da tenda e eu rapidamente fui me juntar aos machos que começaram a marchar.

— Seguiremos ao norte, vamos marchar até o castelo. -disse o general.

— Eu seguirei de cima, senhor, o animal está afobado. -encarei o Pegasus que estava realmente nervoso.

Ele me encarou, então assentiu lentamente.

— Suba de uma vez.

Eu corri até o belo animal, segurando suas rédeas. Eu montei com um salto no mesmo e Damon montou em seguida, segurando em minha cintura.

— Vamos. -toquei as rédeas.

E ele se lançou ao céu conosco, aproveitando as correntes de ar ao seu favor, nos deixando a muitos, muitos metros do chão.

— Próxima parada? -bocejou Damon.

— O templo. -declarei vendo os resquícios do Sol que nascia.

Atrás da esfera.

Eu subi as nuvens, fazendo então o Pegasus cortar a direção, deixando de seguir a marcha de guardas.

Seguindo ao leste, onde o templo estava.

— Como pretende pegar a esfera? -questionou Damon, depois de longos minutos no ar.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora