Capítulo 23

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Tessa

Escuridão, era tudo tão vazio.

Mesmo eu não tendo medo do escuro, pois nele vivi por tanto tempo.

Mas mesmo assim, era vazios, frio.

O fagulho de luz no fim daquela escuridão cintilou para mim, se aproximando mais e mais, cada vez mais, até a escuridão ser expulsa e ao meu redor tudo não passar apenas de luz cegante.

Eu abri os olhos. Piscando para a claridade, a visão turva tomando seu foco aos poucos, as imagens que tremeluziam agora se mantinham quietas no lugar. Eu pisquei algumas vezes, encarando o teto, e então tudo a minha volta.

Eu havia desmaiado.

A minha cabeça doeu levemente quando tentei puxar pela memória.

Tribunal das sombras, veneno..

Eu ergui meu tronco, encarando ao meu redor, eu estava em um quarto.

— Não se levante. —uma voz ecoou— ainda precisa repousar um pouco antes de tentar dar os primeiros passos.

Meu olhar disparou para o lorde que estava sentado em uma cadeira ao lado da cama onde eu estou.

— Tivemos muita sorte de não termos perdido você. -ele disse com alívio.

— O veneno..

— Foi expulso do seu corpo, não há mais um resquício dele em você. -ele garantiu.

Eu sacudi a cabeça, então ergui o meu olhar.

— Damon...

— Está sendo cuidado, também está em uma cama, por mais que esteja querendo quebrar o meu tribunal para vir ver você. -ele disse.

Eu suspirei aliviada.

— Damon me contou o que houve no templo, pelo menos na parte de fora onde ele estava. -ele disse.

Eu suspirei, bagunçando os curtos cabelos.

— O miserável do rei me acertou com magia, eu não consegui manter a esfera comigo, ele a pegou. -falei.

Eu fechei os olhos inspirando fundo.

— Nem mesmo conseguir pegar a droga de uma esfera eu pude fazer, ele está certo do fato da mãe ter errado a escolhida para salvar todos vocês. —falei— eu só não estou morta por sorte.

— Não diga isso. —ele disse— olhe até onde você chegou, a mãe não errou em escolhê-la, Tessa.

— Eu não vi ao menos o rosto do miserável. —murmurei— mas eu vou matá-lo, essa promessa agora é pessoal, eu irei matar aquele infeliz.

Ele segurou o meu ombro.

— Não vai desistir agora. -ele disse.

Eu neguei.

— Não, os meus amigos estão presos a mercê dele, eu vou fazer isso. —murmurei— não vou desistir agora, sofri e fui quebrada demais para chegar até onde estou. E não foi sorte nessa, fui eu.

— É assim que se fala. -ele sorriu.

Eu encarei um cobertor no braço da cadeira.

— Você... Você dormiu aí? -pisquei.

Ele piscou, tossindo de forma envergonhada talvez.

— Alguém tinha que ficar por perto para ter certeza de que você não teria alguma recaída em meio ao sono, você ficou em observação. -ele explicou.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora