Capítulo 12

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Tessa

Mama Inês massageava as têmporas enquanto eu estava em um canto, chorando baixinho agarrada a enorme cobra que deitou a grande cabeça no chão, me encarando com os olhos prateados antes ferozes agora tristes.

— Para onde os levaram? Mama Inês. -questionei baixinho.

— Para a fortaleza de vossa majestade, o castelo, para o tribunal de sangue. -ela disse de forma sombria.

— E agora? -sussurrei.

— Você quem me diz, querida. —ela suspirou de forma pesada— essa resposta só você pode dar.

Se eu soubesse pelo menos, eu diria, mas eu não sei.

Eu baixei a cabeça e seu cajado segurou o meu queixo e o ergueu.

— Jamais baixe a cabeça, jamais! Honre o sangue e o poder que você tem. -ela disse firme.

Eu a encarei.

— Não é fácil. -falei deixando lágrimas caírem.

— Não é, mas é o que deve ser feito para continuar de pé! -ela disse batendo um punho no braço de seu trono.

Eu assenti, a alma e corpo doloridos.

"O que o povo ômega mais deseja, é uma revolução e vingança contra vossa majestade."

Eu ergui o olhar.

Aliados, a esfera..

— Sei o que fazer. -murmurei.

— É assim que se fala! -ela disse.

— Mama Inês, eu vou atrás da esfera. —me ergui— e de aliados.

Ela me encarou convicta.

— Precisará de armas, mesmo você já sendo uma máquina viva de matar. -ela disse.

Eu assenti e seu cajado bateu uma vez no chão.

Luz dourada cintilando diante de mim, quando encarei uma espada de cabo negro e safiras crustadas na mesma. Sua lâmina cintilava para mim como se estivesse vendo uma velha amiga.

— Essa espada foi entregue a mim, por um bravo guerreiro, um lorde. —ela disse— ele a confiou a mim, me disse para entregar a alguém de coragem, para o ser de olhos estelares, então, ela é sua.

Eu pisquei, encarando a bela espada.

Ao lado dela, um par de punhais gêmeos, porém, com símbolos opostos, Sol e Lua.

— Estas armas, pertenceram ao mesmo guerreiro, já as que lhe darei agora, serão um presente meu. -ela disse.

Eu assenti e uma roupa de couro surgiu, percebi, uma armadura de couro com escamas negras nos antebraços e no peito. Safiras brilhantes a adornavam, uma em cada ombro e uma no peito.

— Seja forte e corajosa, menina Tessa. -ela disse.

Com um estalar de seus dedos, a armadura estava agora em meu corpo, demarcando cada curva dele, sem tirar a facilidade dos movimentos.

Eu prendi os meus cabelos em um rabo de cavalo firme.

— Obrigada, mama Inês. -falei pondo a espada na bainha de minhas costas, e os punhais de cada lado da cintura.

Dardos sendo escondidos em minhas mangas, assim como pequenas facas de lançar.

Uma pequena bolsa de couro com moedas foi posta em minha cintura magicamente.

— Salva os meus filhos e a minha filha, menina Tessa. —ela disse— salve todos nós.

Eu assenti, saindo para fora da cabana, eu saltei na jangada que tomou o seu rumo no rio.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora