Capítulo 11

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Tessa

Eu abri meus olhos, piscando algumas vezes para a claridade.

Eu senti uma dor de cabeça e uma sensação de pesar, eu encarei algo em minha mão e encarei um litro de vinho vazio.

Eu semicerrei os olhos não conseguindo mantê-los completamente abertos.

Eu encarei onde eu estava, eu estava dormindo em cima do piano, do piano.

Um olhar em volta e encarei Akila dormindo em cima de um lustre, Dumas em uma posição desconfortável no sofá, de cabeça para baixo.

Banzai estava dormindo ao lado de Lenna, caídos na mesinha de centro.

Encarei Raj que estava dormindo dentro de uma gaveta.

Pela mãe.

Eu me movi e me arrependi. O movimento fora em falso e eu caí piano a baixo, descendo pelas teclas fazendo uma melodia aguda e alta sair, acordando a todos.

— Puta merda. -xinguei.

— Acordar com o pé direito eu já vi, agora com o piano direito é pela primeira vez. -Akila riu.

— Falou o palhaço que estava dormindo em um lustre. -ironizei.

— Mas eu não caí. -zombou.

Eu lancei uma esfera de escuridão que bateu contra o lustre fazendo o fantasma cair.

Akila soltou um gritinho atravessando o chão.

— Você é má! -ouvi seu grito do além.

— Estava merecendo. -falei me erguendo.

Sinto um formigamento e a sensação de algo serpentear em minha mão, eu encaro com curiosidade uma fita de sombra que corria por entre os meus dedos, circulando como se ali fosse sua moradia.

— O que é isto? -questionei curiosa.

Lenna bocejou, se aproximando de mim. Ela piscou, e então encarou de mim para a minha mão.

— Que você manipula a escuridão nós sabemos, agora... Que você é uma encantadora de sombras. -ela disse, de certa forma estupefata.

Eu pisquei. Já sabia o que era um encantador de sombras, Dumas havia me contado quando fomos á cabana de Chesterry.

— Curioso. -murmurei.

Os fantasmas se entreolharam, incluindo Akila que brotou do chão apenas para ouvir o que se passava.

— Que caras são essas? -questionei.

— Que caras? -questionaram juntos.

— Essas. -cruzei meus braços.

Eu encarei minha outra mão, onde agora também há sombras. Mais de uma.

Seus sussurros eram como os chuviscos de uma televisão sem sinal.

— Só pensando, você está despertando muitos dons escuros de uma vez. -disse Dumas encarando as minhas mãos com cautela.

— Muitos. -Raj pareceu refletir.

— Não era isso o intuito de ter ido buscar o colar da mama Inês na cabana de Chesterry? -os encarei.

Eles assentiram.

— Consegue ouví-las? -questionou Raj.

Eu franzi o cenho para as minhas mãos.

— Nada além de sussurros. -declarei.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora