Capítulo 10

633 76 29
                                    

Tessa

Eu encarava Lenna dar voltas e voltas no quarto.

— Está me deixando tonta, Lenna. -falei.

Ela parou, me encarando.

— Acenda.

Eu encarei as velas e elas acenderam magicamente, estávamos nessa já faz duas horas. Duas horas!

— Você as visualizou acendendo, agora quero que vizualize algo e o faça surgir. -ela disse.

Eu suspirei, encarando o meio da cama por poucos segundos, e no mesmo instante uma tigela de frutas surgiu. Eu pisquei, surpresa, Lenna também.

— Uma tigela de frutas?

— Eu estou com fome. -a encarei.

Eu peguei uma maçã.

— Estamos fazendo isso há horas, Lenna. -falei.

— É necessário se quer total controle do seu poder. -ela sentou do meu lado, pegando uma ameixa da tigela.

Eu dei uma mordida na maçã e refleti.

— O quão você conhece o tribunal das sombras? -perguntei.

Ela inclinou a cabeça.

— Pouco, eu não sou uma cidadã daquelas terras. —ela disse— nunca fui até lá, porém todos dizem que é lindo, os rapazes que o digam, dizem ser o lugar mais belo de todos.

Eu pisquei, a vendo continuar.

— Eles relatam ser o reino mais belo de todos os outros, a noite principalmente, dizem que há tantas estrelas no céu que é quase impossível se ver o negro da noite de tanto que elas brilhando. -ela disse.

— Deve ser perfeito. —suspirei— onde fica?

— Ao sul, atravessando o tribunal de sangue onde estamos, o terral e o das águas e da luz. —ela disse— é protegido por montanhas amaldiçoadas, por tanto ninguém nunca conseguiu entrar sem a devida permissão do lorde.

— Como saber se já chegou lá? -peguei um morango.

— Quando vir as duas estrelas de  Hécate lado a lado brilhando sob o topo da mais alta montanha dentre as três que protegem o tribunal das sombras, você terá chegado. -ela disse. 

Eu assenti lentamente.

— Mas enfim, vamos continuar. -ela disse se erguendo.

Eu choraminguei baixo.

— Nada de moleza. —ela deu um tapinha em meu pé— vamos lá.

Eu pus a tigela no móvel ao lado da cama e me pus de pé, caminhando até o meio do quarto.

— Materialize o seu poder, o imagine pense em como ele é, vizualize seu poder. -ela disse.

Eu inspirei fundo, rolando meus ombros, eu abri a palma da minha mão, poder correndo pelas minhas veias, serpenteando pelos meus dedos.

Eu encarei um projeto de escuridão se formar em minha palma, escuridão salpicada de estrelas. Escuridão ondulante.

— Bom. -Lenna encarou aquilo com fascínio.

Eu direcionei minha mão até um  abajur quebrado, e no mesmo momento aquela escuridão fora lançada como uma lâmina, atingindo o abajur, o fazendo explodir em mil pedaços se estilhaçando no chão.

— Muito bom. —disse Lenna assentindo lentamente— mas pode melhorar, em um combate você não pode concentrar tudo apenas em uma esfera, você deve aprender a usar tudo de si e mais um pouco, aprender a usar tudo e quando usar.

Feita De Sombra Até Os Ossos | O Retorno Dos ImortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora