Quem Se Apaixona Primeiro?

17. 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘𝚕

CAPÍTULO 17

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Há algo levemente quente batendo no meu rosto, abro os olhos lentamente, a luz amarelada do sol lá fora reflete o vidro em uma pequena fresta aberta da cortina e toca meus olhos. Quando despertei completamente, me dei conta de que Suppasit aparentemente não estava mais na casa, tive certeza disso porque ele não apareceu para encher meu saco em nenhum momento desde que acordei e isso só me faz pensar que ele saiu cedo, provavelmente.

E claro, o desgraçado não me chamou.

Fiz o básico da minha higiene pessoal, troquei de roupas e corri rapidamente pelos corredores da mansão rumo a sala de estar. Eu precisava conversar com a Sammy antes de sair e já estava extremamente atrasado.

Encontrei a menina sentada num grande sofá de couro que havia disposto na sala, como se ela já estivesse ali esperando por mim há um certo tempo. Pedi desculpas e tentei conversar coisas fora do assunto da boate para que a mesma se sentisse confortável com as perguntas que eu faria à seguir.

— Bom dia, Sammy, como você está? Dormiu bem? — Me aproximo sentando à uma certa distância dela

— Hm. - Assentiu monossilábica.

— Como têm sido os dias aqui na casa do Suppasit?

— Bom.

— Hmmm, fico feliz em saber. Você gosta daqui?

— Sim, gosto bastante. Kassy é muito legal e têm me ajudado com algumas coisas. - Ela sorri timidamente, encolhendo-se no sofá.

Pela primeira vez, a vi falar mais do que uma palavra

— Sério? Isto é ótimo. Então, será que você pode me responder algumas perguntas sobre aquele assunto? — Pergunto gentilmente.

— Hum. - Assentiu.

— Certo. Diga-me, como chegou naquele lugar e qual seu país de origem? A julgar pelo seus traços, você é do ocidente, estou certo?

Ela ficou em silêncio por longos segundos — Meu pai... Ele usava muitas drogas e batia na minha mãe. Uma vez, tentei o impedir de agredi-la e fui expulsa de casa. — Vi os olhos da menina se preencher em lágrimas — Quando eu estava nas ruas, um homem muito bonito disse que eu tinha perfil para ser modelo. No começo, eu fiquei com medo e recusei, mas ele aparecia diariamente me prometendo muitas coisas e eu não aguentava mais viver como uma mendiga, às vezes tinha que vender meu corpo para conseguir comprar o que comer - Ela balbuciava entre soluços.

Eu honestamente não soube o que responder naquele momento, tudo que eu fiz foi abracá-la. — Eu sinto muito, realmente sinto muito por tudo que você teve que passar. Não precisa me falar desses detalhes, tudo bem? Só preciso que seja sincera e me fale quem fez isso com você, quem era o homem que te aliciou?

A vi morder os lábios num ato de nervosismo e entrelaçar as duas mãos juntas em seu colo.

— Ele disse que me castigaria se falasse. Eu não posso, me desculpe.

— Sammy - Liberei um suspiro pesado — eu prometo que nem eu e nem o Suppasit jamais deixaríamos alguém fazer mal a você, confie em mim. Se você ficar calada, Mew pode ser preso por um crime que ele não cometeu.