"Os sentimentos verdadeiros se manisfestam mais por atos que por palavras."
— William Shakespeare(Antes de tudo, quero dizer que este capítulo tem parágrafos extremamente longos. Peço desculpas desde já, mas eles foram necessários. Desculpem também qualquer erro ou inconsistência, posso ter deixado passar muita coisa.)
CAPÍTULO 27
.Mew
— Se sair por esta porta, não me procure nunca mais, Gulf Kanawut! — Forço às palavras a sair por minha garganta. Mesmo sabendo que isso provavelmente não é algo que eu falaria, dói ter que externar para que ele escute em alto e bom som.
A dor me consome, devagar, constante. Corroendo meus ossos. Meu peito queima, dói e me impede de avançar, então eu apenas o observo se distanciar.
Eu não consigo acreditar que ele realmente acabou de me dizer tudo isso. Que, em nenhum momento, ele hesitou ou sequer pensou em conversar comigo decentemente.
E agora que ele não está mais aqui, minha única vontade é de chorar, e eu choro. A dor de ter que ouvir cada palavra saindo de sua boca foi muito pior do que... Enfim.
Percebo Kenny parado ao lado da porta desde que Kanawut saiu do meu quarto, sua expressão é de tristeza e preocupação, e eu quase sou capaz de acreditar que ele está realmente preocupado comigo.
Seus olhos se estreita em minha direção, até que por fim se aproxima sem dizer qualquer palavra, e me abraça.
— Ele me deixou, pai. Ele me deixou. — Foi tudo uma mentira, sempre foi.
— Se acalma, meu filho. — Ele diz em tom suave — Se aquele garoto decidiu lhe deixar, é porque Deus não permitiu que vocês permanecessem juntos. Você vai encontrar alguém que te ame. Alguém que será realmente digna de um Suppasit.
Mantenho-me em silêncio, o apertando em meus braços tão forte e agressivamente, que ele resmungou, afastando-se rapidamente.
— Não desconte sua raiva em mim, meu filho. Eu sou velho, não aguento esses abraços, você quase quebra meus ossos. — Ele reclama em tom divertido, como se estivesse tentando me animar.
A que ponto eu cheguei? Abraçar e trocar o mínimo de diálogo com o homem que mais odeio.
Obrigo-me a relaxar, suspiro nervosamente, recusando-me a me deixar cair, respiro fundo e recomponho minha postura. Seco minhas lágrimas e retomo as rédeas das minhas ações. Meu coração acelera violentamente no meu peito.
Tateio a chave do meu carro em cima do criado mudo e saio rapidamente do meu quarto. Kenny me segue, me enchendo de perguntas.
— Onde você vai? Está tarde, é perigoso sair nessas condições! — Ele me adverte
— Sou maior de idade, a vida é minha, a casa é minha e eu faço a merda que eu quiser, velho! O que espera que eu faça? Que eu fique me lamentando porque aquele... — Forço às palavras a saírem da minha boca — Porque aquele babaca me deu um pé na bunda e mostrou o quão patético eu sou? Não, obrigada. Vou encher minha cara, não tenho hora pra voltar. Na verdade, não sei se volto pra casa hoje!
— Toma cuidado. — Ele diz, e eu posso jurar que o vi sorrir de maneira contida assim que eu me retirei.
Meus passos são vacilantes, o ar gélido fora da mansão me causa arrepios. Retiro meu celular do bolso e envio uma mensagem rapidamente.
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Quem Se Apaixona Primeiro?
Fanfiction[CONCLUÍDA] Em meio à uma investigação de tráfico de pessoas, Mew Suppasit torna-se o principal suspeito na mira da Interpol e do décimo terceiro departamento de polícia de Bangkok. Gulf Kanawut é um dos principais detetives investigando o caso. Apó...