29. 𝚁𝚊𝚒𝚟𝚊

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CAPÍTULO 29

.Mew

Uma semana desde que o vi na fazenda, dois dias desde a última vez que nos falamos por telefone. Estou cansado disso tudo. Os minutos parecem horas, os dias parecem meses e até mesmo os meses, parecem anos. E agora tudo é motivo para me deixar frustado e extremamente irritado. Até mesmo essa aproximação com Kenny. Não suporto a ideia de ter que fingir ser o filhinho que perdoou as merdas do pai e que seguem felizes fazendo coisas de pai e filho. Uau, animador. Como esse cara consegue ser tão dissimulado a ponto de conseguir olhar na minha cara e abrir um grande sorriso sem qualquer remorso ou arrependimento?

Eu estava tentando, realmente estava tentando engolir a ideia de me aproximar cada vez mais daquele homem, ainda que isso estivesse se tornando cada vez mais intragável para mim.

Despertei um pouco mais cedo do que considero normal apenas para evitar encontros desnecessários com Kenny. Fiz minha higiene matinal rapidamente e rumei para clínica.

Ao menos o trabalho era uma ótima distração, mesmo com a movimentação de pacientes praticamente escassa.

Quando chego na clínica, antes de adentrar meu consultório, avisto o senhor Claus sentado num cantinho da recepção ao lado de sua esposa, ambos de mãos dadas.

Me aproximo para cumprimentar-los

— Olá, senhor Claus. Bom dia. Senhora Anny. — Cumprimento ambos, fazendo sinal de Wai. — Faz alguns meses que não o vejo por aqui, pelo visto o senhor está muito bem, hum?

Ele me observa por alguns segundos, seus olhos semicerrados como se estivesse tentando identificar quem realmente estava à sua frente.

— Bom dia, filho. — Ele responde baixinho com a voz um pouco embargada por conta da idade, porém com um grande sorriso estampado no rosto ao perceber quem era. — Graças a seu ótimo trabalho e de outros profissionais, eu estou muito bem, DR. — Estou aqui apenas para fazer um Checkup.

— Que ótimo, fico feliz em saber. Está nervoso para o exame? — Brinquei

Ele gargalha genuinamente — Eu já fiquei nu em seu consultório tantas vezes que eu nem sei mais o que é nervosismo.

— Certo, certo. Senti firmeza. — Rimos em uníssono.

Definitivamente, eu amo minha profissão. Gosto de cuidar da saúde dessas pessoas. Poder ver um sorriso estampado no rosto do senhor Claus depois de ver-lo sofrer por quase 2 anos lutando pela vida, não tem preço.

— Senhor Suppasit? — Beca chama minha atenção — Peço licença para o senhor à minha frente e sigo em direção ao balcão da recepção

— Algum problema? — Pergunto com tom sério

— B-bom — Ela gagueja — Desculpe incomoda-lo, temos um resultado de um paciente que veio à clínica meses atrás, acredito que ele tenha esquecido.

— E por que você não ligou pedindo para que ele viesse à clínica buscá-lo?

— Eu fiz isso, mas às ligações não foram atendidas.

— Qual nome do paciente?

— Senhor... — Ela ler o envelope em suas mãos — Senhor Gulf Kanawut.

Quem Se Apaixona Primeiro?Onde histórias criam vida. Descubra agora