Nos braços de uma bandida

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Lívia ✨

Depois de conversar a tarde toda com a Isa eu resolvi ir embora.

Lívia: Tenho que ir amiga. - disse levantando. - Tirei o dia todo pra poder ficar com você. Ainda tenho que passar na boca pra dar uma conferida.

Isa: Amiga, não tem como você deixar outra pessoa no comando? - disse me olhando triste. - Você nunca mais se cuidou, amou, ou viveu por você.

Isadora estava certa. Nesses 3 anos que eu comando a Rocinha, minha vida era somente o tráfico. Nada mas!

Não poderia cometer erro nenhum. Meus pais confiaram o morro à mim.

Eu não podia decepcionar eles.

Não queria estragar a memória que os moradores tinham deles.

Queria que meu comando fosse tão bom quanto o do meu pai. Ou até melhor!

Lívia: Você sabe que não. - disse dando um beijo na sua testa. - Nos vemos no fim de semana, no seu aniversário. - abri a porta e fui descendo as escadas. Me despedi da dona Márcia e do Sandro, pai da Isa.

Peguei meu radinho e apertei o botão.

Lívia: Tem alguém na boca?

Pitoco: Tamo aqui patroa. - comecei a descer o morro e pensava que eu precisava aprender a pilotar urgente.

Com dois carros e três motos na garagem e eu andando a pé.

Comecei a cortar pelos becos e vielas que tinha no morro.

A vista daqui é linda de mais, papo reto.

Comecei descer a escadaria, cheguei no meio entrei em um beco que tinha e logo percebi que tinha alguém me seguindo.

Maldito Vitinho.

Ele sempre me avisava de andar armada e eu achava que nunca ia dar nada!

Como eu sou burra.

Além de motos e carros em casa, eu tinha praticamente um arsenal e deixa tudo em casa.

Meu Deus, me ajuda sair dessa que na próxima vez prometo que saio armada.

Não pensei duas vezes e sai correndo.

Corria o máximo que eu podia. Até sentir alguém puxando meu cabelo.

Fudida era o que eu estava.

Comecei a gritar igual uma louca. Era a única alternativa.

Era gritar pedir ajudar ou morrer.

Lívia: Me solta, caralho. - eu gritava tentando bater naquele velho asqueroso, ele puxava meu cabelo, me arrastando até o beco novamente.

— Se você colaborar, promete que não vou te machucar. - disse passando a mão na minha bunda.

Peguei meu radinho e acertei na cabeça dele com toda força.

Logo ele me soltou me dando um tapa na cara que me fez cair no chão.

Porra aquele tapa doeu pra caralho.