Destinos Cruzados [REESCREVENDO]

Uma Danielle

Aquela noite estava em disparada a pior noite, até aquele ponto da vida de Danielle. As palavras de Santana pareciam engoli-la sempre que se repetia em sua cabeça. Seus olhos ardiam pelas lágrimas e sua vontade de gritar era enorme.
Danielle desde criança, gostava de tudo em sua ordem, coisas exatas e milimetricamente perfeita. Seu quarto era impecável, nada era fora do lugar e desde cedo, aprendeu com o pai a importância de se saber como controlar tudo ao seu redor.
A matemática era sua paixão, pois nela, encontrou sua zona de conforto. O resultado de uma conta era único e sua decisão pelo curso de Contabilidade não foi nenhuma surpresa.
A vida de Danielle se manteve em ordem até esbarrar olhares com a garota de 20 anos que apareceu na lanchonete em que trabalhava.

- Em que posso ajudar?

- É minha primeira vez aqui, e não sei ao certo o que pedir. - A garota sorriu, mostrando as covinhas. - Você me ajuda?

- Waffles?

- E um capuccino, por favor. - Falou entregando o pequeno cardápio.

A garota era extremamente linda, e se Danielle tinha controle de tudo, aquela, era a primeira que ela o perdeu. Seu coração batia descontrolado no peito, suas mãos suavam e as pernas estavam bambas. A primeira vez ao se deparar com os olhos castanhos.
Depois daquele dia, Santana passou a ir mais vezes no lugar, e quando se deu conta, estava com Danielle  ajudando fechar a lanchonete, olhando o nascer do sol, cantando Heres Come The Sun.
Os beijos de Santana deixavam Danielle louca e a cada dia, mais perdida, mais apaixonada. Porém, Danielle nunca conseguiu controlar Santana de nenhuma forma, a garota tinha um gênio que a assustava e numa discussão, nenhum argumento era melhor que o dela.
Quando Santana conseguiu seu primeiro emprego e começaram a morar juntas, a brecha que Danielle sempre quis, ela conseguiu. Controlar o dinheiro da casa, das contas, fez Santana baixar um pouco a guarda e viver aquele mundo à dois. Nunca dê o poder para alguém te controlar.

Casamento...

A palavra casamento, para Santana, era tão importante que todos os dias ela se pegava refletindo e colocando na balança tudo o que ia acontecendo. É importante que a balança esteja equilibrada.
No meio da palavra casamento, tem a palavra AME, que significa: Ame seu/sua cônjuge, ame sua união, ame seu lar, ame a história, mas, em primeiro, SE AME. Antes de amar qualquer outra pessoa, se ame em primeiro lugar. Santana, com todo aquele controle de Danielle sobre sua vida, esqueceu-se de se amar e alguns pontos do casamento passaram a desandar.
Nada acontece do dia para a noite, os problemas não surgem em um amanhecer, ao contrário disso, eles chegam e se não conversados, eles fazem moradia no casamento e o casal começa a arrastá-lo.
Surgiram os problemas, Danielle não ouvia alguns incômodos de Santana, não sentava e conversava, e a balança começa a querer se desequilibrar. Faltou compreensão para fechar arestas.
Ouvir aquele Eu não te amo mais, fez Danielle voltar no tempo, estava desestabilizada mais uma vez, sem controle de nada. Era como no início, só que agora ela não sabia o que fazer. Santana estava indo embora e dificilmente voltaria.

(...)

- Você está com uma cara péssima. - Quinn havia chegado ao prédio que ambas trabalhavam, encontrando Santana na escada de incêndio, encostada na parede.

- Mal dormi essa noite, precisei pegar um uber para vir trabalhar.

- O que aconteceu?

- Terminei com a Danielle.

- O QUE? - Sua pergunta acabou soando alto, e os olhos de Santana se abriram em julgamento. - Como assim? Como foi isso.

- Eu - Respirou fundo - Eu amo outra pessoa. É isso. Não acho justo ficar traindo. Agora estou sem teto.

- Porra, eu não acredito que você terminou com a megera.

- Quinn.. isso é sério.

- E eu estou falando sério. Terminar com ela foi a coisa mais sábia que você fez.

- Pois é. Agora preciso alugar uma casa para sair de lá.

- Caralho... Eu ainda tô de cara que você terminou. Juro pra você.

- Vai me ajudar ou não?

- Claro que vou criatura. O que a megera deixou você pegar do apartamento?

- Hã? Só minhas roupas e olhe lá.

- Essa Bruxa não vai deixar você pegar um móvel? Mas vocês duas compraram juntas.

- E você acha mesmo que ela vai dividir? Ela mandou eu sair de casa ontem. Eu que bati o pé e falei que não ia sair. Dormi no sofá.

- Aí é foda. Alugar casa, comprar móveis, vai ficar puxado, e você ainda paga faculdade.

- Nem me lembre disso.

- Oh, tive uma idéia.

- Tenho até medo de ouvir. - Santana falou cruzando os braços. Sua feição triste era nítida, estava tão cansada.

- Para de graça. - Sorriu - Enfim, você pode ficar lá em casa por um tempo, até conseguir juntar uma grana e comprar o básico para a nova casa.

- Sei não Quinn... não vai atrapalhar sua vida?

- Tá maluca, Santana? Claro que não. E eu não quero minha melhor amiga debaixo da ponte.

- Certeza?

- Absoluta. Oh, lá no apê tem um quarto sobrando. É pequeno, mas acho que serve. Enquanto isso, você vai juntando a grana.

- Vou pensar nisso. Ok?!

- Tudo bem. Mas agora - Quinn falou com um sorriso no rosto - Me conta a história toda da megera perdendo a coroa. Com detalhes.

- Você é terrível, sabia.

- Não mais do que você.

(...)

Voltar para casa após uma viagem, mesmo de apenas 3 dias, era cansativo demais para Mike. Entrar em sua casa, se jogar no sofá, sentir a sensação de lar doce lar, era extremamente confortante.
Brittany naquele domingo, era mistura de devaneios, sorrisos e mais devaneios. A culpada: Santana.

- Querida... cheguei. - Mike olhou para o lado, e se deparou com Wanky deitando no sofá. - Oi pulguento, cadê sua mãe?!.

- Mike... - Brittany chegou na sala vestindo seu roupão, com os cabelos molhados. Havia acabado de sair do banho.

- Nossa, que saudades eu estava de você assim. - Em segundos, Mike se levantou e foi em direção a esposa, a beijando ferozmente, não dando tempo de nenhum gesto ou resposta. Suas mãos ágeis desataram o laço, e o corpo nu se revelou. Sentir aquele toque em sua intimidade fez o corpo de Brittany despertar, os olhos azuis de abriram, suas mãos espalmaram no peito do marido, num gesto brutos ágil, o empurrando para longe de si.

- NÃO TOCA EM MIM.

- QUE PORRA FOI ESSA? VOCÊ ESTÁ MALUCA?

Brittany não estava maluca, doida, louca, descontrolada, pelo contrário, Brittany estava perdidamente apaixonada por Santana, e apenas seu toque era bem-vindo ali.