capitulo 74- As três palavras.

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Eu sinto falta de tanta coisa...

Sinto falta da minha mãe me acordando todos os dias, animada as seis da manhã, sempre cantando alguma coisa.

O contrate entre nós era engraçado, eu sempre acordava de mau humor enquanto ela sorridente conversava com todas as plantas do quintal enquanto as águava.

A memória era vivida em minha mente mesmo após todo esse tempo.

O cheiro que a casa tinha é algo que me faz falta todos os dias, era bom, era familiar.

Chegar da escola e a ajudar com o almoço era quase uma tradição, assim como assistir série com ela na tv durante o almoço.

Eu queria voltar no tempo, de volta a minha casa, onde ela descursava seus monólogos intermináveis sobre seus afazeres, queria voltar no tempo no dia que ela fez aquele cachecol laranja pra mim, ele sempre me lembrava uma raposa, a verdade era que a lã laranja era pouca, mais por sorte tínhamos uma branca em casa, então ela intercalou as cores.

Eu sem duvidas amava aquele cachecol.

Eu amava poder usa-lo, e por isso em dezembro olhava a janela todos os dias esperando que a neve se fizesse presente.

Quinze anos tinham se passado desde então, e agora eu odiava dias de neve, por não ter mais a minha casa, não ter mais a minha mãe, e nem o cachecol de raposa.

Estava acordado a algumas horas a espera do sol, tinha perdido o sono, mais nem por isso me levantaria antes que o sol raiasse, pois isso significava não somente levantar, mais acordar Hinata e Izumi.

O corpo pequeno da Hime se mexeu em meus braços se encolhendo mais, estávamos no meio do inverno mais frio em décadas no Japão, mesmo com as cobertas grosas nos agasalhamos para dormir.

- Hun...Ita?

- Oi hime.- A envolvi mais e a sentir encostar a cabeça em meu peito.- Ainda é cedo, dorme mais um pouco aqui comigo?- Ela concordou silenciosamente voltando a fechar os olhos.

Estávamos no nono mês, Izumi poderia nascer a qualquer momento, tudo dependia agora do seu tempo, de quando ela decidir sair.

O quarto dela pintamos de cinza com nuvens brancas, neutro, queríamos a criar assim, sem rótulos, para que ela escolha do que vai gostar, e não do que foi imposto a ela.

O quarto do Sasuke era branco, com somente uma parede com desenhos, logo acima do berço nós pintamos um sistema solar, me lembro como se fosse ontem.

A verdade é que eu estou com medo, eu não quero admitir, mais estou.

E se eu derrubar o bebê?

E se ela não gostar de mim?

E se eu esquentar demais a água da banheira e a queimar?

E se... A verdade que eu tenho muitos questionamentos.

Será que ela vai me odiar?

Será que um dia vai me dizer isso? Eu acho que vai, adolescente faz esse tipo de coisa, e se fizer? Kami me ajude.

Eu não quero ser como o Fukaku, eu quero ser um bom pai, quero ter um bom casamento com a Hinata, eu quero que meus filhos saibam que eu estou ali pro que der e vier...

De repente uma estranha moleza tomou meu corpo, um branco inundou minha mente, e eu simplesmente desliguei, fechei meus olhos e senti meu corpo amolecer sobre o colchão, finalmente meu sono havia chegado.

QUEBRA DE TEMPO:

Odeio o coneceito perfeito de familia ,elas nem sempre são funcionais ou padronizadas, nem sempre tem uma mulher, um homem, crianças e um cachorro. Na verdade família pra mim é uma palavra com muito mais significado.

laços de amor e òdioOnde histórias criam vida. Descubra agora