Capítulo 6

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- Manuel? - Lucero tenta abrir a porta.

- Parece que a energia acabou do bairro todo. – Responde ele andando até a janela e olhando pela persiana.

- Aff, esqueci que você trancou a porta.... pode abrir por favor?

- E como você vai chegar na sua casa com esse breu? – Pergunta Manuel - Não dá pra ver um palmo na frente!

- Eu não tenho medo de uns quantos andares no escuro. Além disso eu vou iluminando com o meu celular.... Ah não acabou a bateria! - Ela diz enquanto tenta ligar e percebe que o celular não funciona.

- Lucero, espera, vamos conversar. – Manuel insiste.

- Não. Pode abrir por favor?

Ela não conseguia perdoar Manuel por ter gravado a música. Por mais que ele sempre afirmasse que a música não era de sua autoria, Lucero não se conformava porque sentia a indireta dele, a dor dele. Eles se separaram, se amando. E ela, o amou todos esses anos.

Todos a associavam com a música, e muitos a acusaram de traidora. Esse tema a tirava do sério, porque Manuel sempre defendia essa música... "Es um temazo" ele costumava dizer. E essa irritação era normal, porque ela esperava que ele reconhecesse, mas não o fez. E ela estava muito confusa. Lucero só queria fugir de Manuel naquele momento.

Manuel sabia que o tema dessa música significava "encrenca" com Lucero. Era uma música que ele não se arrependia de ter gravado. Cantando, ele pode extravasar toda a tristeza que sentia naquele momento. Um dos momentos mais dolorosos de sua vida.

Manuel, sabendo que toda as vezes que sacam o tema de "si me tenías", Lucero se tornava irredutível, ele pega a chave do bolso para entregar a Lucero, quando a chave cai na completa escuridão.

- OPS! – Disse ele.

- O que foi? -Ela perguntou.

- A chave caiu e não consigo enxergar!

- Liga o seu celular para iluminar. – Ela sugeriu.

- Esse é o problema.... deixei meu celular em casa carregando.

- Manuel, eu não acredito. - Ela começa a rir de nervoso, passando um pouco a irritação.

- Acho que o Universo está conspirando a nosso favor.

Ainda que Lucero não pudesse vê-lo, ela podia imaginar a cara que Manuel colocou no rosto, só pelo tom da sua voz. E, ele, ao dizer isso, tenta se aproximar dela. Mas então, Manuel tropeça em um dos pesos que ela tinha deixado próximo a esteira e cai no chão, fazendo um barulhão.

- Manuel? Manuel? O que aconteceu?? – Ela pergunta preocupada.

- Aiiiii.... – Ela o ouve dizer.

Como não podia ver um palmo em sua frente, Lucero se abaixa e gatinha em direção a ele.

- Manuel? – Lucero o chama.

- Tô aqui... – Ele responde... Acho que chutei alguma coisa.... meu pé...

Lucero chega até ele, e percebe que ele está sentado no chão.

- Manuelito, é melhor tirar o tênis.... vou apalpar e você me fala se sente alguma coisa... Droga de energia que tinha que acabar bem agora. Qual é o pé?

Manuel: O esquerdo.

As mãos de Lucero que estavam apoiadas no ombro direito dele, passam pelas costas dele, e começa a descer pelo corpo dele. Sem querer ela acaba esbarrando em outra coisa.

- Lucero... hum... isso é outra coisa... – Ele diz rindo com uma voz de deboche.

Ainda que estivesse bem escuro e não desse para ver, Lucero, fica super sem graça e o rosto arde, e decide ignorar o comentário de Manuel. Lucero então tira o tênis dele, a meia, e começa a apalpar e massagear o pé dele.

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