Capítulo 9

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Dois dias se passam. Manuel, na tentativa de vingar-se, não havia procurado Lucero no dia que sucedeu o encontro perigoso na academia. No entanto, no dia seguinte, não consegue se aguentar. Eram 9 da manhã e ele desce para a casa de Lucero. Estava tudo silencioso. Os filhos provavelmente estariam dormindo, já que os adolescentes daquela casa não acordavam antes das onze. Ele segue para o seu antigo quarto de casado e entra, sentando na cama ao lado da sua ex-mulher que dormia profundamente. O sono dela sempre fora pesado, e ele ri lembrando de tantas vezes que ela dormira em seu ombro ao assistir algum filme. Segundos depois, se encontra sorrindo ao admira-la. "Lucero sorri até dormindo", ele sempre dizia, e era verdade. Não sabia explicar exatamente como, mas ela sempre trazia um ar angelical nesses momentos de repouso, e há anos ele gostava de observa-la enquanto ela parecia vagar em doces sonhos.

Manuel tira os sapatos, seu agasalho, e resolve deitar ao lado dela. Ele se aproxima, abraçando-a por trás em uma conchinha que seus corpos formavam perfeitamente há anos. Nesse momento, beija o pescoço dela e afunda seu rosto naquele mar de cabelos loiros bagunçados. Como amava aquele perfume. Lucero resmunga, manhosa, e abre os olhos devagar.

- Manuelits?

- Bom dia, Reina.

- O que você está fazendo aqui? - Ela inclina o rosto para trás, olhando-o.

- Você já me recebeu de formas melhores. -Ela ri, sonolenta. Uma risada deliciosa que faz Manuel se questionar como conseguira ficar sem nos últimos dez anos.

- Mi vida, eu não estava mais acostumada a acordar com você assim, me abraçando...

- E você gostou?

- Muito... - Ela volta a fechar os olhos e suspira.

- O que foi? - Pergunta Manuel.

- Tinha me esquecido o quanto isso é bom. - Ele se encaixa ainda mais atrás dela.

- Tem algo que também é muito bom e sempre fazíamos pela manhã. - Manuel sussurra ao ouvido dela.

- Não faço ideia do que se trata. - Ele percorre as mãos pela cintura dela, e acaricia sua barriga por baixo da blusa do pijama.

- Oras, Lucerina! Você sabe perfeitamente que nos primeiros meses de casamento nós batemos recordes de sexo matinal.

Ela solta uma gargalhada.

- Pelo amor de Deus, Manuel! Então foi por isso que você veio? - Ela diz ainda sonolenta.

- Bom... Também. - De um jeito safado, ele puxa a cintura dela, fazendo-a virar de frente pra ele, e continuou: - Tenho uma surpresa pra você.

- O que é? - Ela como sempre pergunta curiosa.

- Não sei se devo dizer. Você me deixou sozinho ontem o dia todo. Não foi na minha casa nem pra roubar limões. - disse fazendo charme.

- Você sentiu saudade? - Ela diz com sua voz rouca, se aproximando e beijando o pescoço dele. Manuel a abraça sem conseguir resistir, também beijando o pescoço dela.

-O tempo todo.

Lucero sorri, dando um selinho nele, e o encara, enquanto sua mão acariciava a barba perfeitamente aparada. – E continua. - Anda, me conta.

- Um jornalista me ligou em nome da Revista Caras. Querem uma matéria com a gente. Ah, e seremos capa.

- Lucero arregala os olhos, surpresa.

- Assim? Do nada?

- Do nada não, né, Lucero? Estamos em alta depois desse show. – Manuel falou se achando.

- Mas você acha que é por isso? Ou por especulações da nossa reconciliação? – Ela perguntou.

- Não sei. O que você acha?

- Eu acho arriscado, spaw. Nem nossos filhos sabe. Nós combinamos de ir com calma.

- Relaxa, lindis. Serão só algumas fotos e eu prometo não responder nada além do que combinarmos. – Ele dá um beijinho terno na bochecha dela.

- Está bem. Eu vou pensar. – Ela se dá por vencida.

- Na verdade, é melhor você separar algumas roupas. Será hoje a tarde.

- O que? Mas... Eu... Eu... Manuel?! Nem falaram comigo! – Ela fala de sobressalto.

- Eu disse que não precisava. Já assinei o contrato, inclusive, o seu representante também.

- Você fez o que? – Perguntou incrédula.

- Lucero, se você pensa muito, você não faz. Lembra de quantas vezes te convidei para um show? Você sempre pensava demais e acabava me enrolando. Não te darei essa oportunidade dessa vez, ok? Te espero jardim às 14h. A entrevista vai ser aqui. - Ele beija a testa dela, e se levanta da cama.

- Te amo, pequena.

Eassim, sem esperar qualquer reação de Lucero, Manuel deixa rapidamente o quarto.

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