Capítulo 24

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Manuel abre os olhos devagar, ao sentir alguém pegando na sua mão e um suspiro mais forte ao seu lado. Ele vê a silhueta de uma pessoa que parece ser uma mulher.

- Lucerito? É você? – Perguntou com um sorriso.

- Ah, te acordei? – Respondeu ela.

- E essa voz? Está chorando?

- Não, não... claro que não. – respondeu ela. – Como você está?

- Tô bem... me incomoda um pouco estar aqui, assim.

- Sim, eu sei. – Disse se aproximando e como que consolando-o completou, olhando no fundos dos seus olhos e fazendo o carinho no seu rosto: - Se tudo der certo amanhã você já receberá alta.

Ela o beijou. Quando ia se afastar, Manuel segurou a mão dela e disse: - Lucerito, deita aqui comigo só um pouquinho?

- Você tá louco Manuel? – Perguntou.

- Não... estou dodói. – Respondeu fazendo bico.

Lucero abriu um sorriso. Ela não conseguia dizer não para Manuel quando ele fazia esse jeito de criança. Jeito esse muito frequente no inicio do casamento.

- Tá bom! – Disse já deitando na cama hospitalar com ele. – Mas só um pouquinho porque não quero que ninguém nos veja.

- Reina? Obrigado. – Ele disse, abraçando-a. – Esses anos todos longe, senti tanta falta de dormir abraçado a você...

- Shiuuuuu! Não fala. – Disse dando um beijo terno em seus lábios. – Te amo.

- Eu também.

E ficaram em silêncio, só ouvindo a respiração um do outro.

(...)

Enquanto isso, do outro lado do hospital na cafeteria, os filhos do casal de cantores, estavam conversando e comentando sobre o sucedido.

- Oye, e essa história do elevador? Que loucura, né? – Começou Roberto, sobrinho do Mijares.

- Que História? – Perguntou Jos.

- Você não ouviu a mamãe contar? – Perguntou Lucerito.

- Não... não ouvi. O que a mamãe contou? – perguntou Jos. – Gente, tô perdido aqui!

Lucerito e Roberto começaram a rir. Primeiro da cara do Jos, e depois da história do elevador.

- Mamãe disse que eles ficaram presos no elevador, e que o papai, subiu no corrimão para sair pelo teto! – Disse rindo de imaginar a situação. – E que foi aí que machucou o joelho.

- Hahahahahahah.... ele tava achando que era quem? O James Bond? O batman? O homem de ferro? – Disse o primo juntando a Lucerito na crise de riso.

- De ferro? Só se for o Homem Enferrujado! HAHHAHAHHAAH – Completou a Lucerito rindo ainda mais – Faltou óleo no joelho! Hahahahhah.

O primo e a Lucerito estavam rindo tanto que a enfermeira que estava ali, os olhou feio. Afinal, o lugar continuava a ser um hospital. Porém, o Jos, continuava sem entender...

- Não espera? Isso foi antes ou depois do papai fugir da vizinha e do cachorro do 402? – Perguntou Jos confuso.

- QUEEEE? O papai tava fugindo da vizinha 402? HAHHAHAHHAHAHAHHAHA – A menina estava em crise de riso que não parava mais.

- Eu não estou entendendo... - Disse Roberto parando de rir - quem te disse que o Tio estava fugindo da vizinha? Porque a Tia Lu nos disse outra coisa.

- Meu pai disse... – Entregou Jos.

- HAHAHAHA... o papai tem tanto medo da vizinha, ou melhor, do cachorro dela, que tá até delirando que estava fugindo dela!! – Disse a menina, secando as lágrimas que escapuliram de tanto rir.

- Não o julgo... Eu nem moro o condomínio de vocês e morro de medo daquele cachorro que parece que tá julgando a gente o tempo todo. – Disse Roberto voltando a rir.

- Todo mundo... – Completou Jos. - Talvez, papai estivesse tão grogue com a medicação que delirou. – Disse Jos pensativo. - Aqui, Roberto, fica com a Nena enquanto eu dou uma checada no papai? – Emendou o Jos em outro assunto. - Estou achando que aqui é mais confortável para ficar esperando do que lá em cima, que não tem cadeira para todo mundo sentar e a gente não pode nem conversar.

- Tá vai lá! E a gente pode fazer assim, revezar em rondas para ver se o tio precisa de alguma coisa de tempos em tempos, né? – Disse o Roberto.

- Isso! – Concordou Jos. - E Nena, ri baixo porque ainda que estamos na cafeteria, isso aqui é um hospital, a enfermeira da mesa atrás de você está olhando feio para gente. – Jos, sorriu p irmã e deu uma piscadinha.

- Tá bom... vou tentar – Disse a Lucerito.

Jos nem terminou o café direito, se levantou e foi em direção ao quarto do pai. Enquanto ele pegava o elevador, passou mil coisas pela sua cabeça, mas tinha um pensamento muito forte... "essa história do joelho do papai está mal contada... ele me disse uma coisa, e a mamãe contou outra... o que será que realmente aconteceu?" - Jos pensou.

O andar em ficava o quarto que o Manuel estava internado, estava bastante silencioso. Jos foi diretamente para o quarto do pai e abriu a porta devagar e com cuidado para não fazer barulho, já que o pai poderia estar dormindo.

De repente, ele viu. Ele viu a sua mãe, que estava há 10 anos separada do seu pai, dormindo abraçada a ele na cama do hospital. E ficou em choque. Por alguns segundos só olhou. E de uma hora para outra, foi tomado por várias emoções. Estava um pouco confuso. Por isso, decidiu que iria acordá-los e pedir uma explicação.

Quando Jos foi dar o primeiro passo para entrar no quarto, alguém tampou a sua boca e o puxou para fora. 

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