Capítulo 15

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Enquanto isso na casa da Lucero...

- Nena! Eu preciso dos contratos das fabricantes das roupas Lucero! – era a Mama Lu chegando sem aviso na casa da filha, como já fez varias vezes. E como tinha as chaves, foi entrando sem ser bater na porta.

- Lucero, filha? – Gritava Mama Lu.

Mama Lu percebeu que a filha não estava em casa, e como ela já estava ali, foi fácil ela ir ao escritório pegar os contratos. Quando passou pela sala de jantar, viu a mesa posta e estranhou. Voltou a Chamar pela filha sem resposta. De repente se depara com uma camisa masculina jogada no chão. A camisa era grande demais para ser do seu neto. Ela não dá importância para aquilo, apesar de achar estranho.

Mama lu continua caminhando até o escritório. Quando chega lá, ela percebe que os contratos não estavam no local.

-Ela deve ter levado para ler a noite na cama! – pensa. Essa menina não aprende!! Os contratos devem ser lidos com calma, e em um ambiente que permite racionalizar e não na cama quase dormindo! A Lucero só tem idade! – continua resmungando no pensamento.

Como a Mama Lu já estava ali, para ela pareceu fácil caminhar até o quarto da Lucero e pegar o contrato, quando encontra a porta meio aberta, e escuta um ronco...

- RRRRRRRRRRRROOOOOO...

Ela para na porta e vê o Manuel algemado a cama da sua filha só cueca.

-TAQUEOPARIU! O QUE SIGNIFICA ISSO?? – Ela fala alto demais, acordando Manuel no susto. – EU NÃO ESTOU ACREDITANDO NO QUE ESTOU VENDO! CADE MINHA FILHA? – pergunta Mama Lu, em um misto de irritação e surpresa.

A voz do Manuel começa a falhar naquele momento:

- D-D-Dona Lucero? – Pergunta assustado tentando puxar os lençóis para se cobrir. A cara dele, estava vermelho, e seus olhos, esbugalhados de susto.

- Manuel, não vou perguntar de novo. – diz ela firme.

- Se a senhora fizer o favor de me soltar, eu posso te contar... – Diz ele.

- Onde está a chave? – Ela pergunta séria. – Meus netos sabem disso?

- Não sei! Liga pra doida da sua filha. – diz um pouco irritado por ter que dar explicações como se fosse um menino da quinta série – e não, não sabem e espero que a senhora não conte.

- E eu tenho lá cara de fofoqueira? Se enxerga Manuel. Tenho idade o suficiente pra entender q a minha filha é adulta e sabe o que faz. – ela retruca já ligando para Lucero, mas escuta o telefone da filha tocar dentro da casa. – É, ela não levou o celular.

- Que droga Lucero! – Diz ele – A senhora pode, por favor, olhar dentro das primeiras gavetas do closet dela? Conhecendo a sua filha, isso é coisa q ela deixa sempre na primeira gaveta, que geralmente é uma bagunça.

- Tá, vou olhar – diz ela caminhando para o closet – me conta como isso aconteceu?

- A sua filha me convidou para almoçar...

- Mas vocês foram comer outra coisa né? A comida está posta sobre a mesa! – Diz ela debochando.

Manuel a ignora e continua.

- Ocorreu a doida da sua filha de me algemar, disse q tinha visto em um filme. Mas a campainha tocou ela foi abrir e não voltou mais, me deixando preso aqui – Concluiu rapidamente.

- ACHEI! – Gritou a senhora. – Espero que vocês tenham mais juízo da próxima vez.

A mulher volta do closet com uma pequena chave prata na mão, entregando p o seu ex genro, quando escuta.

- MAAAAAA chegamos – Gritou Lucerito.

- Minha virgem Guadalupana! Dá a chave logo aqui – diz Manuel bastante nervoso. – A Senhora pode ir lá distraí-los para eles não me verem?

-AAAAAH! Tá, eu vou. Mas vai rápido. E eu vou querer saber direito dessa historinha tá? – Mama Lu diz bem contrariada.

Nunca foi segredo pra ninguém que eles tinham uma relação difícil, principalmente depois do divórcio. Mas ainda sim, a Senhora e Manuel, se respeitavam muito porque ainda eram família, e seriam sempre, especialmente pelas crianças.

- Oi Beba! Sua mãe saiu e ainda não voltou. Tudo bem? – Pergunta a avó.

- Oi vó! o que a senhora está fazendo aqui? Por que tem uma mesa posta na sala de janta? – pergunta a menina curiosa.

- Vim pegar uns contratos que a sua mãe deixou... esqueci que ela não estava em casa. Coloquei a mesa para quando ela chegar, nós almoçarmos – Mente a senhora tentando ocultar a verdade. – Hã?

De repente, ela vê pelo vidro da porta que dá para o jardim, o Manuel tentando sair da casa. Ele estava descalço, e sem camisa...

- O que vó? A menina ameaçou olhar para trás, mas a vó chamou sua atenção para outra coisa. – Já que eu estou aqui, porque você não toca teclado para eu ouvir? Sabe aquela musica da "Mary Poppins", eu adoro! Você não estava tocando outro dia? – Mama Lu, diz passando os braços em volta dos ombros da garota, e guiando para o quarto, tirando a da cozinha.

Assim Manuel, finalmente, sai pela porta de serviços, sem ser visto, usando apenas a calça. Ele estava irritado, com ciúmes, magoado, desconfiado, e nesse momento agradecido pelos filhos não o terem visto nessa situação. E agora ele estava cheio de dúvida. Começava a repensar na relação entre ele e Lucero. Eles deviam tentar de novo?

Chega em casa, exausto. Toma banho, faz curativo no pulso, que doía, coloca um moletom, e resolver beber um uísque... sua cabeça estava mil.

Lucero chega em casa, nem presta atenção na casa. Corre para o seu quarto e ve a algema pendurada na cabeceira.

- Graças a Deus ele se soltou. – Lucero pensa.

De repente ela ouve o som do teclado da filha e gela.

- Será que a minha filha pegou o pai dela naquele estado? – ela pensa, enquanto subia correndo em direção ao quarto da filha.

- Nena, você já che-goooou? – quase não diz a ultima sílaba ao ver a avó junto a neta.

Mama Lu olhou pra ela com aquele olhar de mãe que congela a espinha de qualquer filho, quando o filho sabe que fez coisa errada. Mas Lucero tenta disfarçar, com um sorriso e diz:

- Oi mãe! Não esperava a senhora aqui.

- Eu vim buscar os contratos que estavam lá no seu quarto, sabe?

- PUTZ! TO FERRADA! MINHA MAE SABE – pensou Lucero – Daqui a pouco começa o interrogatório. - Filha que bom que já voltou! Como vc veio? Cadê o Jos? - Lucero fala fingindo que não entendeu a indireta da mãe, caminhando até a filha e beijando a cabeça dela.


- O Jos ficou e minha tia me trouxe. Preciso terminar um livro para fazer o trabalho e o tinha esquecido aqui.

- Preciso conversar com você sobre os contratos Lucero! – Diz Mama Lu se levantando.

- Precisa ser agora? Tenho que fazer uma ligação – Disse Lucero já saindo do quarto, sem dar tempo para sua mãe reagir.

- Manuelito, manuelito!!! O q eu fiz com vc?? – pensava enquanto buscava seu celular.

Quando o encontrou liga para o Manuel.

- Spaw atende.... Spaw atende... – falava baixinho enquanto uma lágrima escapa dos olhos. – Por favor, me atende!!!!!

De repente, Lucero sente uma mão encostar no seu ombro e ela dá um pulo. Ela vira e ver a Mama Lu.

-Filha, precisamos conversar.

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