Capítulo 25

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Jos foi empurrado, com a boca tampada, até um corredor próximo. Claro que ele se debateu, e murmurava em vão. Até que a pessoa o soltou e ele pode encará-la.

- Calma Jos. – Respondeu Antônio, irmão de Lucero. – Sou eu.

- Tio!!!! Meu pai e minha mãe... Meu pai e minha mãe...

- Eu sei.

- M-e-u p-a-i e m-i-n-h-a m-ã-e – Repetia o jovem.

- Eu sei.

- MEU PAI E MINHA MÃE! – gritou.

- EU SEI, sua avó sabe, mas o hospital inteiro NÃO precisa SABERRRR!!! – Antônio disse em um tom meio alto, tentando controlar o sobrinho.

- SABE? – Jos, desafinou ao tentar falar baixo. – Como você sabe? DESDE QUANDO??

- Eu vou te contar tudo, mas primeiro se acalma... vamos para a cafeteria, para gente conversar.

A caminho da cafeteria, Antônio passou o braço pelos ombros do Sobrinho, começou a contar para Jos o que sabia.

- Jos, eu não sei muita coisa, vou te contar o que eu sei, e o porque achei melhor você não os confrontar agora.

Jos acenou com a cabeça, como que concordando. Então Antônio continuou.

- Depois do show, eu comecei a perceber que a sua mãe estava diferente, estava parecendo adolescente de novo. Me enviava áudio, ou respondia no whatsapp, com uma felicidade, que há tempo não via. De repente, nos últimos dias, ela estava triste e de poucas palavras... quando sua mãe é de poucas palavras?

- Nunca. – Respondeu o sobrinho.

- N-u-n-c-a! A menos que esteja passando por alguma coisa... – Completou Antônio. – Ontem, quando o Alex deixou a minha mãe lá em casa, percebi ela muito preocupada. E então ela me contou.

Antônio fez uma pausa.

- Ao que parece, seus pais estão se dando uma nova chance.

Jos pareceu surpreso com essa notícia, e ficou em silêncio. Lembrou de ter encontrado a mãe deitada no sofá na casa do pai e não teve dúvida que aquilo era verdade. Uma coisa é imaginar que seus pais estão de caso, outra era ter certeza.

- O que foi? Isso não te alegra?? – Perguntou o tio.

- Não é isso Tio... eles são adultos e sabem o que fazem. Mas não pensou no que isso significa? Especialmente para Lucerito e pra mim? E se não der certo? – Respondeu Jos. – Me lembro de quando eles se separaram, como foi difícil para nós... Os dois falam em entrevistas que foi "supertranquilo" só porque viraram vizinhos. Como se isso resolvesse tudo. Mas nós sabemos que não foi assim. Eles nem se falavam! E foram meses assim. Me lembro perfeitamente dos meus jogos de futebol. Os dois iam, mas nem se quer, se olhavam. Não se cumprimentavam... Acho que até tem vídeos de paparazzi dessa época... Ou nós estávamos com um ou com o outro. Nunca mais estivemos com ambos. Quando muito em aniversário. E aquela vez no Bellas Artes do Papai.

- Jos, eu te entendo. Sei que não foi fácil pra você, e nem para a sua irmã... nunca é fácil para ninguém. Menos ainda para uma criança. Mas para eles tão não foi.

- Tio, eles só voltaram a se falar quando a Nena teve febre. Febre porque os dois não ficavam nem no mesmo ambiente. Ela fez a apresentação na escola e só foi a mamãe... agora, que estão mais próximos, amigos, eles voltam a "tentar" ficar juntos?

- Você disse tudo, "Eles são adultos". Eles têm o direito de buscar a felicidade deles. Já buscaram separados, e não encontraram. Você não acha egoísmo de sua parte, pensar em você e na Nena em primeiro lugar, quando se trata da felicidade deles?

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