Capítulo 11

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- Manuel lembra do que combinamos, não vai dizer nada demais e nem vamos demonstrar que estamos tentando algo. – Disse Lucero um pouco antes da entrevista começar olhando para o espelho que tinha ali, no camarim improvisado dentro do salão, ajeitando o seu cabelo.

- Eu já disse que você manda e eu obedeço. – Responde dando uma piscadela para Lucero.

Lucero tenta desfazer a cara de boba quando ele diz isso, e olha para ele se recompondo com uma cara séria.

- Se controla, e não fica me olhando assim. – Disse ela.

- Assim como? – Pergunta ele com um sorrisinho de canto.

- Com essa cara de bobo.

-Você que está com cara de apaixonada. – Acusou ele.

"MEU DEUS ME AJUDA A DISFARÇAR". - Pensou ela.

-Vai sonhando querido - Falou baixinho no ouvido dele, e foi de encontro com o fotógrafo e com a Jornalista que tinham acabado de chegar para cumprimenta-los.

Logo iniciou a sessão de fotos... não é porque são eles, Lucero e Mijares, mas ficaram as fotos ficam lindas. A cumplicidade e intimidade dos dois ressaltam nas lentes, porque quando estão perto um do outro o espírito de atriz dela desaparece e ela não consegue esconder seus sentimentos e ele também não. Escolhem as fotos, a que irá para a capa e as que irão para a matéria da revista. Sentam para conversar com a jornalista que faria a matéria.

- Vocês sabem que são considerados o casal mais icônico do México e por todas as partes do mundo onde são conhecidos. – Começa a Jornalista.

- Ah, muito obrigada/o. – Se olharam e responderam juntos, parecendo que estávam em sincronia.

- Vocês foram casados há 19 anos, muitas histórias construídas, 2 filhos e sem contar que foi o casamento mais esperado, fazendo todo o México parar pra assistir, porque foi televisionado. Vocês fazem, perdão... faziam um casal muito lindo, é admirável e a pergunta é... Como é criar dois filhos estando separados.

- Nunca estivemos separados. - Manuel se adianta e afirma.

Lucero dá uma olhadinha para ele, que completa a resposta: - Nunca estivemos separados porque moramos no mesmo condômino, quando as crianças querem ir para a minha casa eles vão, se querem estar com a mãe, é tudo muito perto.

A jornalista sorri agradecendo a resposta.

-Como foi que chegaram a essa decisão do Show em Streaming?

- Há muito tempo nossos fãs vêm pedindo em todas as redes sociais, um Duo ou algo parecido, então chegamos a conclusão que faríamos um show completo, com direito a participação dos nossos filhos.

Lucero responde toda contente, porque gosta de agradar os fãs. Mas só de lembrar que esse foi o passo para retomar a história deles, a enche de felicidade, e de repente ela sente um friozinho na barriga. Ela encara Manuel dando o seu melhor sorriso e ele retribui.

- Vocês já estiveram juntos em outro concerto e esperavam que teria essa repercussão toda? – Continuou a jornalista.

- Nos juntamos para cantar como uma espécie de experimento, e não, nunca estivemos juntos em um concerto e como Lucerito já disse, fizemos pelos nossos fãs, queríamos dá-los esse presente.

- E toda essa repercussão tem nos deixado muito felizes, nos afirmando que estamos fazendo a coisa certa. - Lucero complementa a resposta de Manuel e novamente le dirige um sorriso, mas agora de cumplicidade.

- E quem manda no palco? – Perguntou direto.

- Eu digo que é a Lucerito.

- E eu digo que Manuelito.

- Se você me diz fala, eu falo, se me diz canta, eu canto... - Ele a olha soltando aquela risada.

- A verdade é que de nenhuma das partes existem ordens. – Lucero volta a complementar a resposta dele.

- É muito bom conversar com vocês, existe uma cumplicidade única entre vocês dois, parece que ainda são casados e em falar nisso, tanto entre os fãs quanto nas mídias, especula-se uma volta do casal, é verdade?

Tanto Manuel como Lucero, se olham sem saber o que responder. Então Lucero decide responder.

- Lamento informar, mas não é verdade. Eu tenho a minha vida e Manuel tem a dele, cada um seguindo o seu caminho.

Lucero sorri um pouco constrangida e evita olhar para Manuel. Quando o faz, percebe que aquele sorriso que ele trazia se desfez. Para ela, doia magoá-lo, mas não creía que era o momento para tornar tudo público.

-Bom, essas foram as perguntas e muito obrigada pela a atenção de vocês e por terem aceito a nossa entrevista. – A jornalista diz e meio sem jeito completa. - Só quero dizer que, eu torço por vocês.

A jornalista pega nas mãos deles se despedindo e dando uma piscadinha de olho para Lucero. Manuel se levanta indo para o camarim improvisado, sem nem mesmo olhar para ela.

"Merda, eu o magoei. Me sinto mal" - Lucero pensa e logo vou atrás de Manuel.

-Se sente mal?

-Não Lucero, arrume as coisas temos que ir embora. – Ele é ríspido.

-Manuel, ainda não é o momento. – Lucero se justifica.

-Eu sei.

-Então não fique bravo comigo.

-Vamos? – Ele desconversa.

-Você viu que ainda não peguei as minhas coisas. – Ela disse já se irritando com a atitude dele.

-Então pegue, te espero no carro.

Ele saiu a deixando ali sozinha. Às vezes, Lucero tinha raiva desse lado de Manuel, que se emburra com tudo. Mas ao mesmo tempo ela amava saber que ele está assim porque o que sentem é real e verdadeiro.

Depois de alguns minutos, Lucero alcança Manuel no seu carrinho de golfe, acomoda todas as coisas dela na parte de trás e senta no banco da frente.

-Podemos ir meu amor. – Ela diz tentando desfazer o clima tenso que ficou minutos antes.

Ela se aproxima para beijá-lo e ele se desvia.

- Entendi, entendi.

De repente, se ouve o som, distante, em uma das casas do condomínio. Lucero reconhece a música, está tocando "Quién" de Pablo Alborán...

"De tu corazón con mi corazón

De mis manos temblorosas arañando el colchón

Quién va a quererme soportar

Y entender mi mal humor

Si te digo la verdad no quiero verme solo"

- Só você que me suporta e aguenta o meu mal humor, né Lucerito?... Me perdoa? – Disse Manuel e continuou. - Eu sei que não é o momento ainda. Mas me dá ódio que ainda fiquem relacionando você com aquele imbecil do cabeça de ovo.

Lucero começa a rir e relembra que foi jeito único que só Manuel tem, o jeito é as particularidades dele, que a fizeram se apaixonar por ele desde o primeiro instante. O cadeado como o chamavam na época que começaram a sair juntos, por causa da sua barba.

-Não tem que me pedir perdão. E eu sei como você se sente, eu também não vejo a hora de assumir que eu e o... Uhhh... Cabeça de ovo? – Ela olha pra ele e juntos gargalham. - Já não estamos mais juntos e sim, eu sempre vou te suportar, sempre vou aguentar o seu mal humor, porque para o meu bem ou para a minha desgraça eu continuo te amando.

-Com certeza é para o nosso bem e para o bem da nossa família. – Ele diz passando a mão no rosto dela.

E então por fim se aproximam e selam esse momento ternurinha com um beijo.

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