Capítulo 16

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Manuel, sentado na sala, vira o seu segundo copo de uísque... ouvia uma playlist de algum dos meninos... estava completamente desiludido. De repente toca uma música não muito comum para ele, "Que voy hacer com mi amor" de Alejandro Fernández, mas que encaixava perfeitamente no momento. Algumas lagrimas teimosas começam a escorrer por seu rosto, enquanto ele revirava o gelo em seu copo, cantando algumas partes da música...

"Le bajé las estrellas de un solo golpe
Tal vez ese fue mi error
Le ofrecí cada día y cada noche, el alma y el corazón
Pero no le bastó no fue suficiente
No quiso quererme como la quise yo"

A tela do seu celular ilumina e a essa altura, ele já se permitia chorar. Se sentia completamente humilhado. Viu que Lucero o chamava, mas resolveu melhor não a atender, não queria falar com ela.

Vira mais um gole, e canta...

"¿Qué voy a hacer con todo este amor?
Que no cabe en mi pecho
Que me cala los huesos
Que se ahoga en este mar de dolor

Que me quema la carne y
Que me hierve la sangre
Que me está partiendo en dos la razón

¿Qué voy a hacer sin su amor?
¿Qué voy a hacer con mi amor?"

  Mais uma vez a luz na tela se ilumina, e era Lucero ligando novamente...

- Por que você fez isso comigo? – Pensou Manuel.

Ele pega o telefone e o mergulha no copo de Uísque. Passa a mão nas chaves do carro, e sai de casa, deixando a porta bater.

Lucero, ainda com o celular no ouvido, passa para dentro do escritório depois de sua mãe. Sabia que iria ouvir um sermão daqueles. Não era segredo pra ninguém que a sua mãe era uma pessoa controladora, e que tanto a mama como Manuel, por terem gênios difíceis, bateram de frente muitas vezes ao longo dos anos. E mesmo depois do divórcio, isso não melhorou, principalmente quando o assunto se relacionava aos filhos.

- Mãe, não sei o que você está querendo falar sobre os contratos, eu li e acho que... – começou Lucero tentando disfarçar, e desligando o celular, desistindo de tentar falar com o Manuel.

- Não é sobre os contratos que quero falar, e você sabe muito bem. – respondeu a senhora de maneira direta e dura – encontrei o Manuel algemado a sua cama.

Lucero abaixa a cabeça, se senta no sofá que havia no escritório, colocando o celular que trazia na mão de lado, envergonhada.

- Lucero, filha, você pode me explicar o que está acontecendo? Você sabe muito bem que eu tenho minhas reservas com o Michel desde o episodio com a Marta. Mas você não pode fazer esse tipo de coisa. Imagina isso vazando para a impressa? Seus fãs, o publico dizendo que você está colocando chifre no Michel? Como vamos salvar sua carreira disso? – diz a senhora um pouco alterada.

- Ah mãe, me desculpa, mas sou uma mulher feita, madura, que sabe o que está fazendo. – Replica Lucero, um pouco nervosa.

- Pois não parece! – completa a mãe. – Lucero, presta atenção. Você está arriscando a sua carreira, a sua família e a ótima relação que você tem com o pai dos seus filhos. Hoje, Lucerito esteve a ponto de encontrar o pai dela numa situação vergonhosa.

Nesse momento, Lucero, que estava se segurando, deixa escapar uma lágrima. E, tenta responder um pouco mais calma.

- Mãe, não era a minha intenção causar essa humilhação para o Manuel, e também não sei como vou fazer para que ele me perdoe. Só sei que não posso abrir mão desse amor de novo. Nós nos devíamos uma segunda chance. – e nesse momento, Lucero chora.

- Sabia que essa aproximação excessiva de vocês ia dar nisso. Eu fui contra, mas Antônio insistiu, dizendo que por causa da pandemia, disso, daquilo... ARGH! – Completa a mãe- Mas Lucero, me conta como isso aconteceu. Por que ele estava preso na sua cama?

- Mãe, você sabe que as vezes me vai o avião...

Chorando bastante, Lucero começa, entre soluços explicar tudo que aconteceu para a sua mãe...

Enquanto isso, Manuel toca a campainha e a porta se abre.

- Senhor Manuel? – diz a empregada da casa.

- Desculpa vir sem avisar, mas a Yuri está? – pergunta Manuel.

- Está. Entra que vou avisar que o senhor está aqui.

Assim, Manuel entra e aguarda na sala da casa de Yuri. Yuri era sua amiga de longos anos, uma irmã, que sempre tinha um bom conselho para oferecer.

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