34- O Amor e o Beijo

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TONI Point of View

Agora que a história de como entrei para a Serpentes, como fiz meus amigos, como virei irmã de Helen e como planejei a queda de meu continente está completa, é hora de falar sobre outra parte da minha vida, que sei que todos querem saber. Isso mesmo, falarei da minha vida amorosa, ou melhor, falarei da minha relação com uma pessoa: Cheryl. Desde o momento que a vi, eu soube que ela é tudo que eu não sou. E acho que a teoria de que os opostos se atraem encaixou perfeitamente.

Eu passei meses só a observando ao longe, como se tivesse medo que minha escuridão a contagiasse. Mas de pouco em pouco eu fui me aproximando, posso dizer que o fiz sem nem perceber. Uma das primeiras conversas que tive com ela, sem ter mais ninguém incluído, foi exatamente a respeito de eu sempre evitá-la.

- Toni, posso falar com você? Prometo que é rápido.- me pediu com um sorriso pequeno.

- Claro. Aconteceu alguma coisa? Quer ajuda?

- Não é isso. Eu queria saber por que você me evita. Fiz algo que te desagradou?- algo que me desagradou? Ela só pode estar brincando! É exatamente o oposto: ela me agrada até demais.

- Claro que não, Cheryl.- passo as mãos nos cabelos, mostrando ficar um pouco nervosa.- Eu não percebi que meu comportamento passou essa impressão. Sinto muito.

- Então... você iria numa missão comigo?

Até hoje não sei se foi um erro ou não ter aceitado. Foi bom que eu pude passar mais tempo com ela, iniciar uma amizade, mas ao mesmo tempo me preocupou o quanto eu fiquei mais atraída por ela. Quero deixar claro que não foi nem no sentido afetivo que estou falando. O que chamo de atração ia além desse tipo de sentimento, era como uma sombra desesperada por uma luz.

Nossas próximas interações foram basicamente em torno do bolo de morango. Isso soa estranho, eu sei, mas foi o que aconteceu. Cheryl percebeu o quanto eu gostava do bolo de morango e começou a fazer para mim constantemente. Eu comia um pedaço quase todo dia e era o tempo que ela escolhia para conversar comigo, eram diálogos rápidos e superficiais sobre o que quer que viesse à mente, mas eu devo admitir que era a melhor parte do meu dia.

A minha atração começou a mudar para algo afetivo no festival de primavera de Riverdale. Era uma comemoração do aniversário da cidade que coincide com o primeiro dia de primavera.

- Vocês já compraram seus quimonos para o festival?- perguntou Cheryl para Jughead e eu.

- Não. Eu não vou para o festival.- respondi com um sorriso torto por ter que estragar a empolgação dela.- Vou fazer patrulha em volta da cidade para evitar ataques durante o festival.

- Eu vou, mas sem um quimono.- fala Jughead. Pude ver bem que ela não gostou de nenhuma das respostas.

- Você tem que ir. E você vai sim de quimono.

- Não vou colocar um negócio todo florido.- falamos juntos. Eu e Jughead não éramos grandes amigos, mas temos bastante em comum, uma coisa em comum era não gostar muito de festas nem de usar roupas que não estamos acostumados.

- É só colocar um quimono mais neutro. Eu posso emprestar um para Toni e meu irmão empresta um para o Jughead. Resolvido.

- Por que insistir tanto só num festival?- perguntei. O moreno soltou um riso um pouco debochado.

- Porque Cheryl quer que você seja o par dela.- olho para a ruiva com a sobrancelha erguida, fazendo um questionamento silencioso. Ela cora bastante e desvia o olhar.

- N-Não é verdade! É só para você conhecer o festival e se divertir. Não precisa nem ir comigo, pode ser com Veronica ou Jellybean, ou até mesmo chamar a Helen ou o Hope!

Sombra e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora