Bora para a parte que vocês tanto desejam depois de 30 caps. Isso mesmo: ponto de vista da Toni e o passado dela!
Espero que gostem, boa leitura!
TONI Point of View
Eu sempre me perguntei se as pessoas nasciam totalmente boas ou totalmente más. E por "sempre" quero dizer desde quando eu entendi que talvez não pertencesse aquele ambiente cruel que nasci. Com o tempo, eu tive a resposta da minha pergunta: não, as pessoas não nascem totalmente o que quer que seja. Nós podemos ser o que escolhemos, pois temos tanto a bondade quanto a crueldade dentro de nós, temos o bom e o ruim, a luz e a escuridão. O que realmente nos diferencia é qual recipiente nós abastecemos ao longo da vida.
Eu nasci no ambiente mais propício à maldade, que se pode imaginar. Hiram, o Imperador, que mora no palácio do meu reino, era conhecido como o mal encarnado. Abaixo dele vinham os Goulies que adoravam ver o sofrimento alheio, as lutas até a morte e o derramamento de sangue. Dentre eles, estava minha mãe, Elara Topaz, o Desespero Sombrio, que era tão cruel que às vezes horrorizava até mesmo o Imperador. Meu pai, que morreu quando eu tinha apenas dois anos, era um famoso general, conhecido por ter um poder sem igual e sempre ser vitorioso no campo de batalha. Não posso dizer muito sobre ele, mas ouvi dizer que era um combatente incrível, que era capaz de derrotar 100 inimigos sozinho, e sair sem machucados. Até meus 15 anos, eu não soube muito mais do que isso de meu pai.
Eu cresci sendo treinada para ser a futura rainha, assim como uma guerreira imbatível. Assim que aprendi a andar, minha mãe me deu uma espada e um boneco de treino como presente. Eu não estou exagerando, isso realmente aconteceu. Com apenas 10 anos, minha mãe começou a me enviar para as zonas de guerra, as mais brandas e sempre na companhia de um Goulie, para treinar numa situação de perigo real.
Mesmo antes da minha primeira ida à guerra, eu percebi que não era igual aos outros ao meu redor. Todos gostavam de ser cruéis, gostavam de causar dor e de sofrimento. Não estou dizendo que sou melhor que eles, mas eu não sentia a necessidade de fazer maldade, na verdade eu sequer gostava disso. Então para me adaptar, eu tive que me anestesiar ao que acontecia à minha volta. Com apenas 10 anos, eu simplesmente não ligava para as coisas horríveis que faziam.
O problema começou aí. Ao me anestesiar, eu já estava enchendo o recipiente da escuridão e maldade, e ignorando o da luz e bondade. Ao não me importar com os problemas, eu me tornei apenas um soldado que seguia ordens cegamente. Aos 14 anos, eu era uma das pessoas que mais matava em batalha. Sem pensar duas vezes, eu eliminava meus inimigos e deixava uma pilha de corpos por onde passava. Quando cheguei até a matar inocentes, eu sabia que meu recipiente de trevas já havia transbordado e infectado o outro recipiente.
O pior foi que eu me vi gostando de ganhar as batalhas. Ganhar se tornou quase necessário para que eu tivesse um dia bom. Ganhar significa poder, força, dominação, e eu me encontrei fascinada com isso. Eu ia atrás de mais e mais combates, eu desaparecia na zona de guerra atrás de oponentes. Eu não gostava do hábito que todos os combatentes de Alvarez tem de "inimigo bom é inimigo morto", mas era quase uma lei que deveríamos matar quem fosse derrotado. Por isso eu fui responsável por muito derramamento de sangue. Como eu disse, não sou melhor do que os outros.
Eu estava tão especialista em combate, que desde meus doze anos eu não sabia o que era sair machucada de uma luta. Isso só tornou tudo pior, me anestesiou ainda mais, porque a falta de dor me causou total falta de empatia. O fundo do poço já tinha passado a muito tempo. Se minha mãe era o Desespero Sombrio, eu era a Morte Sombria.
Foi com 15 anos que as coisas começaram a mudar. Eu estava em mais uma zona de guerra, nada que a tornasse diferente das outras que estive. Já havia lutado por horas, mas não estava cansada, muito menos machucada. Meu último oponente estava à minha frente, se arrastando para se afastar de mim, desesperado para sobreviver. Eu ia seguir a tradição de inimigo bom é inimigos morto e acabaria com sua vida. Mas quando fui deferir o golpe fatal, eu fui acertada por um ataque que me cortou do ombro à cintura. Eu nem tinha visto de onde veio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sombra e Luz
Fanfic(Concluída) "Toda luz produz uma sombra" Na guerra é difícil achar alguém que possa ser considerado verdadeiramente bom, mas para toda regra existe uma exceção, e esta é a Cheryl. Apesar de seu título de Lady Demônio devido à sua magia, a ruiva não...