Fim

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Episódio 3

Parte 7

-- Ele destruiu o que mais odiava -- Maya tremia, ela encarava o nada enquanto falava -- Ele percebeu que se odiava e destruiu.... --  e então começa a chorar -- Ela se destruiu...

A névoa se dissipa e tudo que se vê é o resto do corpo de Jasmin, aquela que se aproximou do bicho apenas com a intensão de ajudar Erick a distraí-lo.  Havia uma foto caída ao  seu lado, um monte de amigos felizes, sua equipe, aquela que tinha comentado naquele mesmo dia, estavam todos mortos e agora... Ela também estava.

Em meio a sua tremedeira e falas obsessivas Maya desmaia, tudo nela doía, suas forças tinham finalmente esgotado. Tudo o que sobrou na sala foi um Erick detonado e, do outro lado da sala, um Eduardo louco, rindo segurando uma arma.

-- Eu consertei! -- ele gritava contente dando vários tiros para frente empolgado -- Eu... --   ele aponta arma para a cabeça -- Consertei. 

E atira. Caindo morto no chão.

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Teste de Sanidade:

Maya: 1 (-10/8)

Erick: 5 e 3 (-9/8)

Maya toma 8 pontos de sanidade pela morte de Jasmin e Erick pela morte de Eduardo.

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-- Não, não, não, não! --- Erick corre para Maya, ela respirava -- Maya, acorda por favor!

Ela estava sangrando muito, suas feridas todas estavam praticamente abertas. Ele estanca o sangramento de Maya com a primeira coisa que achou. Fez tudo o que seu pai lhe ensinou durante todos os anos, ele era um excelente químico e um excelente médico.

-- Respira, respira, você não pode morrer. -- ele diz, estava muito nervoso -- Não vamos morrer todos juntos, e sim viver, Maya!

Em meio ao cuidado ele repara, apertado com força em suas mãos, uma foto de um ultrassom. Ela a levava em todos os lugares, tirou no dia em que ouviu seu coração pela primeira vez. Nela estava escrito Maya+1  abril/2006.

Erick guarda em seu bolso, junto com a foto de Jasmin. Ele olha para Eduardo, não tinha nada de especial junto com ele, nada que significasse a sua memória, ele mexe em seu cabelo e diz:

-- Desculpa. 

Ele arranca a a armadura de Maya e pega ela no colo com facilidade, a levando para fora daquele lugar medonho para o carro dela, tudo estava coberto de sangue, eles deixaram uma trilha. Ele olha bem na frente o carro de Gonzales, que ainda estava lá. Tentou guardar na memória para procurar a ex-esposa dele depois, e avisar pelo menos, era o mínimo.

Procurou as chaves nas coisas de Maya e a colocou deitada no banco traseiro. Pegou o cartão do Veríssimo, e ligou para o número. Ele logo atende.

-- Vocês conseguiram? 

Ele demora a responder.

--Sim.

-- Ok. Todas as criaturas foram dissipadas?

-- Sim.

-- Nós iremos mandar a equipe de acobertamento e vamos achar... Explicações lógicas pra... Explicar todos os acontecimentos de forma racional, para que ninguém saiba o que aconteceu. Houve alguma perda?

-- A pergunta melhor seria quem nós não perdemos.

-- Quem?

-- Eu estou vivo, e Maya. Fomos os únicos que sobramos -- ele respondeu seco, poucas lágrimas escorriam de seus olhos, mas ele tentava não demonstrar um sentimento em sua voz -- Poderia mandar algum médico ou ambulância para minha casa? É para lá que eu vou agora.

-- A caminho. 

Ele não responde mais nada e desliga. Ele liga o carro de Maya, agora mais sujo de sangue do que nunca,e dirige até a sua casa. 

No meio do caminho Maya começa a acordar, com muita dor. 

-- Oi... -- ele diz ao perceber.

-- Aonde eu tô?

-- Indo para um local seguro.

-- Não vou pra casa a dois dias... A Ju vai me matar...

-- Quantos anos ela tem?

-- A Ju?

-- É a sua filha, né? -- ela ri fraca e tosse, ela começa a responder mas não consegue continuar.

--Tudo bem, não fala, só continua comigo. Qual o seu nome?

-- Eu... quero ir para casa... me leva para casa, Erick.

-- É para onde estamos indo.

Ela apaga de novo. Na casa de Erick, Veríssimo estava parado na frente, e o mesmo menino do começo, o da cafeteria. Ele desce com uma maleta e uma maca, vão até o carro, não falam nada só veem o estado de Maya, coloca ela na maca e vai levando embora.

O Sr. Veríssimo  se direciona até Erick, que está sem reação no carro. Ele se abaixa na janela que estava aberta e diz:

-- Erick. 

-- É minha culpa. Eu que devia ter ido.

-- Você quer conversar sobre o que aconteceu?

-- Não vai mudar nada, eles não estão mais aqui. 

Veríssimo não responde nada.

-- É minha culpa, sei disso. Nada que você diga vai mudar a minha opinião.

-- Só saiba que o que você fez hoje não foi em vão.

-- Para um bem maior, né? -- ele diz impaciente -- Era o que ela sempre falava. Se quiser o relato dela, Sr. Veríssmo, ela está no bunker, mas acredito que pernas não falam.

-- Vocês salvaram... Milhares de vidas. Vocês pararam... os piores monstros conhecidos na nossa realidade. Esse é o nosso trabalho, impedir que o que aconteceu com eles, aconteça com todo mundo que você ama.-- Veríssimo o encara. Lágrimas escorriam de seus olhos, sua voz ainda tremula, a última vez que Erick demonstrara tanta emoção foi a 11 anos quando seu pai despareceu -- Ele estaria orgulhoso de você, Erick.

-- Não... Fala do meu pai. -- ele suspira -- Só cuida da Maya, eu me viro. -- ele aponta pro banco de trás -- Acho que vai querer os documentos.

-- Não se preocupe... -- ele pega os documentos e vai embora, o deixando sozinho.

Ele sobe para o apartamento vazio, ele vê tudo o que eles deixaram, as roupas de camas na sala, ele não as tira de lá. 

Apenas vai para o seu quarto, apaga a luz e deita em sua cama, não conseguiria dormir, tudo repassava em sua mente. Sua vida mudou completamente, nunca vai voltar a ser o que era antes.

*Atualizado: 27/05/2020*

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