𝐂𝐎𝐋𝐎𝐑𝐒 ━━ 𝐄𝐃𝐖𝐀𝐑𝐃 𝐂𝐔𝐋𝐋𝐄𝐍

━━━ 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐂𝐎𝐍𝐃 𝐕𝐎𝐈𝐂𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐈𝐍𝐃

⸼࣪⸳ 𓂃DEZESEISⴰ ࣭͘ ⭑ุ
A segunda voz do vento

BEVERLY NÃO CONSEGUIA se concentrar em uma única palavra que Nathan dizia e nem no desenho que pousava em sua perna, sua atenção estava no casal do outro lado do estacionamento que conversavam calorosamente como se o mundo ao redor não importasse. Um calor desconfortável picou sua pele como agulhas enquanto ela observava Bella abraçar Edward. Ele passando a mão pelos ombros dela, a proximidade, a risada tímida que escapou da garota, tudo isso fez Beverly coçar o braço com o calor desconfortável.

Ela nunca se incomodou com isso antes, porquê diabos ela estava se incomodando com a namorada de Edward Cullen?

Ela tentou ignorar o sentimento e voltou-se para o desenho em seu colo. Ela deslizou o lápis pela folha contornando as maçãs rosadas e marcadas que ela se lembrava muito bem. Era doloroso, ela não poderia negar que era demasiado doloroso pelo menos tentar pintar a garota novamente ou apenas fazer um esboço dela. A morte da irmã mais nova havia pesado de tal forma em sua vida que ela nunca soube como conseguiu sobreviver após de tudo que aconteceu.

Se Rosalyn estivesse viva, ela faria um grande bolo de aniversário para ela. Bevy lembrava-se vagamente das tardes que ela gostava de comer granulados dos brigadeiros que mal deixava terminar. Aquilo doeu, despedaçou o seu coração de tal forma por não ter tempo o suficiente com a mais nova. A forma que ela sempre chegava cansada demais dos treinos e nunca estava disposta para brincar, ou até mesmo tempo para almoçarem juntas.

— Sei oque está pensando, Beverly. — a voz de Nathan a retirou de sua mente torturosa — Não tinha como saber, pare de se torturar.

— Eu só... Gostaria que tivéssemos mais tempo, que eu tivesse mais tempo com ela.

Mas não tinha como eles saberem. Em um dia, estavam todos rindo na sala após um longo dia exaustivo e no outro levando a Barnes mais nova as pressas para o hospital. Sua vida desmoronou em questão de minutos, não houve tempo para despedidas e nem para um ultimo brigadeiro. Rosalyn já havia chegado ao hospital quase sem vida e quando a noite caiu, a noticia virá a tona.

Rosalyn falaceu numa noite fria de domingo, ela tinha uma doença rara que infelizmente não fora descoberta cedo. Desde então tudo desabou, o casamento de seus pais acabou e sua situação com sua mãe piorou. Fora as noites em Ada se dopava de remédios, a culpa pela morte da filha mais nova estava a consumindo cada vez mais, a tornando uma mulher ranzinza e sem vida. Logo ela afastou seus familiares e de vez, o ex-marido e todos que ousassem se aproximar.

A mulher antes sorridente, apaixonada e que faria tudo pela filha morreu. Ela não existia mais e nunca mais voltaria, ela sabia. Em noites em claro ela poderia ouvir o choro baixinho vindo da sala, onde ela ficava em todos os aniversarios ds Rosalyn. Ela perdeu as contas de quantas vezes a arrastou para o quarto totalmente inconsciente por estar dopada de remédios e bebidas.