⋆៹˚. ━━ 𝐂𝐎𝐋𝐎𝐑𝐒
𝗕𝗘𝗥𝗩𝗘𝗟𝗬 𝗗𝗔𝗩𝗜𝗦 𝗘́ 𝗨𝗠𝗔 𝗣𝗔𝗧𝗜𝗡𝗔𝗗𝗢𝗥𝗔 do gelo com acromatopsia que foi retirada das competições depois de sofrer uma queda desastrosa durante uma competição, luta para equilibrar sua saúde mental e traumas...
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BEVERLY NÃO CONSEGUIA respirar, todo o seu corpo doía e ela tinha a sensação de que iria cair no chão a qualquer momento. Teve que se segurar na parede e forçar o pulmão funcionar corretamente, lembrar a si mesma que não estava mais na floresta junto com um homem desconhecido que era um vampiro e uma alcateia de lobos gigantes atrás dele. Ela tentava acreditar que ele não estava mais vivo, por conta do seus perseguidores. Mas algo dentro do seu corpo a fazia sentir que não, que ele estava vivo e que estava vindo atrás dela.
Nathan a sacudiu, ele mal conseguia controlar a tremedeira que se alastrava pelo corpo. Desde que chegará a sua casa ele tentava em vão dizer para a amiga que estava tudo bem, que já havia passado. Mas ele mesmo não conseguia tirar da sua cabeça que tinha visto, era impossível. O garoto estava pálido, o suor escorria pela sua testa enquanto tentava buscar palavras para tranquilizar Beverly, mas todas saiam atrapalhadas e ele gaguejava toda vez que abria a boca.
— B-bevy, está tu-do bem.
Ela negava com a cabeça, como se tentasse lhe dizer algo mas as palavras não saiam. Ela queria dizer a ele oque tinha dito no carro, que o homem que viram na floresta esteve em seu quarto por quase dois meses seguidos, no qual ela achava que era uma simples alucinações de seus sonhos. Nathan também não conseguia dizer nada, estava nervoso demais, apenas tirou os tênis dela aquela noite e a deitou na cama. Deitando-se com ela e a abraçando, tentando a tranquilizar e ao mesmo tempo a si mesmo. Aquela noite Beverly demorou a pegar no sono, como se sua mente estivesse alerta a todo momento é assim que seu cansaço venceu, ela navegou para o mundo dos sonhos novamente.
Às vezes ela acorda e não se lembra do quarto em que está ou do corpo que habita. Ela mal consegue se lembrar do som de sua voz, apenas do grito rouco enquanto observa Edward sucumbir à escuridão. Mesmo quando Bevy tenta equilibrar sua respiração, seu coração dispara, recusando-se a se acalmar até que ela sinta todas as preocupações que estão enterradas sob sua consciência.
Às vezes, mesmo que ela ouça os gritos à distância, é ela quem está gritando. Ela se segura, prende a respiração e deseja que o universo feche os olhos para sua fraqueza momentânea. Mas até as sombras a assustam, prometendo sempre vigiar mesmo na calada da noite. Pequenos guerreiros feitos para atormentá-la a cada sono.
Mas esta noite é diferente.
Beverly ainda se sente como uma garotinha escondida sob as cobertas. Ela não se ouve chorar, não sente os tremores que balançam seu corpo instável. Tudo o que ela ouve é o lamento ecoante de Edward, de seus amigos, de sua família. Isso a lembra de que, mesmo que ela tenha perdido tudo, ainda podem levar seu coração.
Ela aperta os braços em volta dos joelhos, balançando-se para frente e para trás. Seu coração ainda dispara e seus olhos se fecham em agonia. Ela tenta ao máximo esquecer, tenta espremer isso de sua mente com os punhos cerrados, mas ainda pode ouvir os gritos, ainda pode sentir a dor. Ela demora um pouco para perceber que o barulho está vindo dela.
