✦⸼࣪⸳ 𓂃UMⴰ ࣭͘ ⭑ุ
ENTÃO ACORDEBERVELY APERTOU OS BRAÇOS em volta do corpo para tentar conter o tremor que subiu pela sua espinha e esfregou os pés coberto pelas meias molhadas um no outro para tentar em vão esquenta-los. Era uma das noites mais frias em Forks, daquelas em que todas as ruinas cinzas e cobertas de neve mostravam decadência. A fina garoa caia silenciosamente pela rua escura de sua casa, apenas a luz fraca dos postes davam um contraste das calçadas lamacentas e cheia de folhas.
Ela apertou os lábios em uma linha fina, encarando um ponto fixo no chão molhado. Seria tão fácil se ela fosse aquela folha no chão na qual ninguém notaria, ninguém a incomodaria com borburinhos sobre o quão fracasada ela era. Soltou um suspiro tentando relaxar e não pensar nas negatividades do seu dia a dia, já tinha problemas demais para nem tentar se quer esquece-los.
Mas ela era um pássaro preso em uma gaiola, e jamais iria ser liberta.
Olhou no relógio de pulso, eram quatro da madrugada. Bervely esfregou os olhos e se levantou cuidadosamente para alcançar a janela do quarto sem quebrar nenhuma telha, da ultima vez que ela quase quebrou uma, escorregou e ficou pendurada na calha da casa e quase matou sua mãe de susto. O pobre guaxinim que cercava seu quintal fora o culpado para ela não se encrencar...
O calor do quarto a invadiu a fazendo morder o lábio inferior e andou em passos largos até seu armário, tirando de lá um moletom azul e par de meias novas. Quando vestida, fora até o banheiro dar um jeito em seu cabelo, ela praguejou baixinho olhando-o e percebendo que estava pior que um ninho de passarinho e seu rosto estava horrivel.
Essa era a definição para Bervely Davis naquele momento.
Seus olhos estavam inchados e vermelhos, seus labios machucados de tanto ela morder e seu rosto continua pequenos arranhões que ela arrumava quando caia no sono. Nunca soube exatamente oque fazia consigo mesma enquanto dormia, mas quando acordava seu rosto estava todo arranhado e por muitas vezes suas unhas estavam com pequenas quantidades de sangue. Talvez era sua mente que insistia em lembrar para si mesma que ela era uma fracassada e que jamais voltaria a ser como antes. Muitas vezes Bervely abusava dos remédio para conseguir dormir tranquilamente e fugir de sua realidade, mas com o tempo percebeu que eles estavam adentrando até no mundo de seus sonhos e lhe puxando de volta para aquele buraco que a engolia aos poucos.
Fez um rabo de cavalo não se importando em tirar os fios que ficaram soltos e voltou novamente para o quarto, pegando os fones de ouvido e o celular. Não queria que sua mãe chegasse do trabalho e a encontrasse vagando pela casa como da ultima vez que, por dores nós pés por conta dos sapatos, Bervely resolveu não ir correr aquele dia e Ada pirou. Ela ainda conseguia ouvir claramente os gritos de sua mãe cada vez mais altos lhe dizendo que ela não estava se esforçando o suficiente, que não estava dando tudo de si para conseguir voltar para as pistas e talvez participar dos campeonatos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐂𝐎𝐋𝐎𝐑𝐒 ━━ 𝐄𝐃𝐖𝐀𝐑𝐃 𝐂𝐔𝐋𝐋𝐄𝐍
Romantizm⋆៹˚. ━━ 𝐂𝐎𝐋𝐎𝐑𝐒 𝗕𝗘𝗥𝗩𝗘𝗟𝗬 𝗗𝗔𝗩𝗜𝗦 𝗘́ 𝗨𝗠𝗔 𝗣𝗔𝗧𝗜𝗡𝗔𝗗𝗢𝗥𝗔 do gelo com acromatopsia que foi retirada das competições depois de sofrer uma queda desastrosa durante uma competição, luta para equilibrar sua saúde mental e traumas...