Controle

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Pov Vi

Caralho, essa mulher era linda. Linda demais pro próprio bem dela. Seu jeito doce, sua preocupação com as pessoas, tudo isso me encantava de uma forma incontrolável.

Nos últimos anos, tudo o que eu conheci foram a dor e o ressentimento, e Caitlyn me fazia querer acreditar na parte boa de novo.

Fora o seu físico, que eu não preciso nem comentar, mas como eu gostaria de agarrar ela ali mesmo e ouvir ela gritar o meu nome.

Mas eu não podia, eu e o meu passado éramos pesados e obscuros demais, eu não queria envenena-lá com isso. Caitlyn era boa e era assim que deveria continuar.

Me afastei dela antes de perder a cabeça.

- É... agora que está segura, acho melhor você tomar um banho e descansar. - ela concordou com a cabeça parecendo meio em transe.

Andei até a porta, meu corpo parecia relutante em se afastar dela, queria ir até lá e beijá-la com vontade e ela parecia querer o mesmo.
Merda, eu não podia.

Olhei pra ela mais uma vez, como ela podia mexer tanto comigo?
- A gente se vê, Cupcake. - e sai rapidamente antes que perdesse o controle de vez.

Eu estava totalmente fodida, cansada e destruída por dentro.

Powder, minha doce irmã parecia ter se perdido pra sempre, e eu sentia a culpa percorrer o meu sangue.

Eu devia ter me esforçado mais durante esses anos, tentado mais formas de fugir da cadeia, mas aquela merda era protegida demais e eu tinha problemas diários com os escrotos de lá, o que fazia com que eles redobrassem a segurança quando o assunto era eu.

Powder... será que ainda tinha um modo de trazê-la de volta?

Eu sabia que nós duas havíamos mudado para sobreviver e que ela precisou da Jinx pra isso. Mas eu temia pelo seu futuro, pelo que poderia acontecer com ela.

Desde que ela disparou contra o conselho dois dias atrás, não se tiveram mais notícias dela, mas eu a procuraria, com toda certeza.

A subferia estava alvoroçada com a morte de Silco. O conselho havia ordenado a caça e desativação de cada fábrica de cintila e libertação dos subordinados que eram obrigados a trabalhar nelas... Pelo menos alguma coisa os filhos da puta estavam fazendo.

Jinx era agora considerada a inimiga número 1 de Piltover e isso me deixava em pânico, eu precisava achá-la antes deles.

Sevika, para minha infelicidade, estava viva, e junto de outros seguidores de Silco, se recolheram nas sombras após os interrogatórios da polícia.

Agora que a mente doentia estava morta, eu acreditava que eles demorariam um tempo para começar outra merda. Eu estaria na cola dessa desgraçada o tempo inteiro e não hesitaria em acabar com a sua vida.

Fui até o esconderijo de Ekko, lá era um lugar calmo e eu precisava ver um rosto amigo.

O professor Heimerdinger ajudava Ekko em alguma engenhoca complicada que construíam. O velhote parecia uma boa pessoa, ou bom bicho, sei lá.

Fiquei ali sentada por algumas horas, observando os dois e ouvindo as explicações experientes do professor. Ekko sentou do meu lado.

- Não é sua culpa, Vi, só espero que um dia você consiga aceitar isso. - ele disse me dando um soquinho no braço.

- Ela continua sendo minha irmã, Ekko, isso nunca vai mudar. - falei com pesar e ele assentiu.

- Ela também era minha amiga, Vi, mas isso não a impediu de explodir aquela bomba na ponte. Ela teria me matado também. - ele fechou os olhos com uma expressão triste no rosto.
- Eu recuei, eu estava com vantagem na luta e podia ter acabado com ela mas não consegui. Assim como você, tudo o que eu via quando olhava pra Jinx, era uma menininha assustada de cabelos azuis com seu ursinho de pelúcia. - ele abriu os olhos e encarava o teto - Mas agora, ela não existe mais, não é ?

- Não sei, Ekko. Eu não tô preparada pra desistir dela, embora ela tenha desistido. Silco a tornou algo que eu não sei se dá pra reverter.

Ele pegou minha mão e levantou.
- Vem, a gente precisa beber.

Concordei na hora.

————————-

Ekko e eu já estávamos no sétimo copo de alguma bebida alcoólica amarga, precisávamos disso, estávamos na merda.

Uma mulher de cabelos castanhos claros me encarava de longe, a encarei de volta e ela deu um sorrisinho.

- Rowina tá te querendo, ela me disse que você é uma delícia, coitada, se ela te conhecesse bem ia se arrepender de dizer isso. - Ekko deu uma risada e eu mostrei o dedo do meio pra ele.

- Digamos que eu não tô afim de nada agora. - Suspirei e a imagem de Caitlyn sorrindo apareceu na minha mente.

- Não tá afim porque não é com uma certa defensora, né? Como você chama mesmo? Ahhhh, "Cupcake" - ele fez aspas no ar e uma voz fina quando disse o apelido.

- Cala boca, Chefinho, você bebeu demais. - pedi mais um copo pra cada.

É claro que ele tinha razão, a única mulher com quem eu poderia querer ter algo agora era ela.

Minha cabeça girava só de imaginar Caitlyn nos meus braços. Eu tinha bebido demais e o impulso que me ocorria era subir pro Ladoalto e correr até ela.

- Ih, olha aí, toda apaixonadinha pensando na mulher. - Ele segurou minha mão em cima do balcão do bar e aumentou a voz. - Olha, Vi, sei que você acha que não merece nenhum tipo de felicidade, mas você merece e muito. Você passou por muita coisa também. Se eu fosse você, esquecia toda essa merda e ia ficar com ela, a gente nunca sabe quando vai morrer, ainda mais agora.

- Eu tô bebada demais pra isso, quem sabe outro dia. - forcei um sorriso, querendo que tudo fosse diferente.

Love is a battlefieldOnde histórias criam vida. Descubra agora