Pov Vi
Cinco dias se passaram desde a merda toda com a louca da Rowina. Eu teria dado uma bela surra nela se os defensores não tivessem impedido e a levado de lá.
Eu não via Caitlyn desde então, e acho que ela precisaria de um tempo para se recuperar totalmente, apesar de uma parte minha insistir para eu ir ate lá ver como ela estava. Mas não seria bom pra ela, ainda mais levando em conta nossa última conversa. Ela ficaria bem, era forte.
Tinha me encontrado com Jayce há pouco tempo e por mais que a mãe de Caitlyn estivesse furiosa e provavelmente culpando toda a subferia, ele me disse que tudo havia sido esclarecido e a responsável seria punida.
Acho que agora Caitlyn seria proibida de pisar aqui por eras, mas conhecendo bem a Cupcake, obviamente ela não seguiria essa regra. Ela ainda queria ajudar com o antídoto em que Heimer estava trabalhando.
Já escurecia, o vento soprava abafado e fui me reunir com o restante dos fogolumes para jantar em uma espécie de refeitório improvisado.
Tentei ao máximo interagir e ser agradável durante esse tempo, mas a parte que insistia para que eu fosse vê-la quase gritava dentro da minha cabeça agora.
Respirei fundo, apertando os punhos.
Pov Caitlyn
Os machucados estavam se recuperando bem, os pontos quase nem doíam, mas no meu rosto ainda tinham uns hematomas causados pelos tapas daquela louca.
Minha mãe me bombardeou de perguntas e tive que me esquivar para tirar Vi da história. Basicamente, eu disse que Rowina fez isso por causa da prisão do pai dela que havia sido assinada pela minha mãe.
Após isso, ela parou com o questionamento, mas ficou horas falando de como eu era imprudente indo para a subferia sozinha, que não poderia mais por os pés lá e um monte de outras coisas que eu já nem ouvia.
Fiquei na casa dos meus pais por 2 dias após tudo, mas precisava ficar sozinha e voltei pro meu apartamento. Era mais fácil pensar aqui sem a preocupação deles o tempo todo em cima de mim.
Eu estava bem. Estava afastada do trabalho até me recuperar totalmente, mas ficar sem fazer nada era horrível.
Eu tentava não pensar na última conversa que tive com Vi, então ocupava minha cabeça lendo relatórios da defensoria que pedi para me entregarem. Nada de tão importante acontecia na cidade agora, então nem mesmo os documentos eram uma fuga interessante.
Eu não a via há uns 5 dias e não poderia descer lá com toda essa atenção desnecessária sobre mim.
Assim que a poeira baixasse, eu voltaria lá pra continuar o projeto do antídoto com Heimer. Mas não tinha certeza se ver Vi tão cedo assim seria bom... Não, não seria. Alguma de nós sempre cedia e depois o ciclo se repetia.
Fui até a cozinha preparar um café forte para me distrair e a campanhia alta tocou me assustando. Deveria ser minha mãe pela décima vez vindo ver como eu estava.
Me arrastei calmamente até a porta e abri. Vi estava lá, parada com as mãos nos bolsos da frente da calça preta. Ela me olhou de cima á baixo demorando no meu decote, maldita camisola. Pisquei algumas vezes e tentei me acalmar.
- Oi! O que faz aqui? - minha voz não saiu tão confiante como eu gostaria que soasse.
- Queria ver como você estava. Me parece bem apesar dos hematomas. - ela analisava meu rosto e deu um sorrisinho amigável.
- Sim, eu estou completamente bem! E você? - ela parecia incomodada com alguma coisa.
- Também! - respondeu com rapidez.
- Ótimo. Fico feliz! - o silêncio a seguir era incômodo mas eu não sabia mais o que dizer, também não sabia se deveria chamar ela pra entrar. Ela quebrou o silêncio.
- O Heimer ainda vai levar uns dias pra terminar o antídoto, mas se você não puder descer, eu e o Ekko cuidamos de tudo. - ela passou a mão nos cabelos de um jeito que achei muito sexy.
- Não! Eu quero ajudar também. Acho que será tempo suficiente pra minha mãe parar com toda a super proteção. - revirei os olhos.
- Beleza. Então, quando ele terminar, dou um jeito de te avisar.
- Obrigada! - eu disse trocando o peso de um pé pro outro, em um gesto impaciente.
A tensão entre nós era quase paupável, eu lutava mentalmente contra aquele imã que me puxava pra ela, mas eu não me deixaria levar por nada disso.
Ela parecia decidida da última vez que nos falamos, e eu também seria a partir de agora. Nada de ceder ao calor do momento, Caitlyn.
Apesar da ideia ser tentadora, de falar pra ela entrar e esquecermos de tudo, movimentando nossos corpos juntas... não. Eu não cederia. Pensei em outra coisa.
- E Vi, agradeço muito por ter ido atrás de mim. Você e o Ekko. Eu poderia estar morta em uma vala agora. - tentei soar descontraída.
- Estamos quites! - ela deu uma piscadinha e colocou as mãos nos bolsos novamente.
Eu sorri e o silêncio tomou conta novamente.
- Só queria ver como você estava mesmo, vou indo nessa. - notei que ela mantinha os punhos fechados como se estivesse nervosa. - Até mais, Cupcake. - a forma como ela dizia esse apelido era golpe baixo.
- A gente se vê! - tentei ser o mais causal que pude e me esforcei até o último fio de cabelo para fechar a porta.
Soltei o ar quando entrei no apartamento. Se controla, você é uma mulher forte.
Dali há dois dias eu iria sair da cidade para o trabalho que Jayce havia me designado e ocuparia minha cabeça.
Nada de cabelos cor de rosa para me distrair, nada de pensamentos impróprios com ela no meu sofá, na banheira... Nada disso, suspirei.
Voltei pra cozinha e continuei preparando meu café, mentindo pra mim mesma que seria fácil superá-la.
A-rá.
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Love is a battlefield
Science FictionQuando Vi disse que as duas eram como "água e óleo", todas as esperanças de Caitlyn se foram. E por mais que Vi desejasse estar com ela, sabia que um abismo separava as duas. Seria possível achar uma forma de fazer isso dar certo, mesmo com a amea...