Pov Vi
Na semana seguinte, alternei entre treinar boxe, ajudar Ekko e os fogolumes nas tarefas diárias e ver Caitlyn sempre que podia.
Eu ficava o dia todo na subferia e a noite ia pro apartamento dela. Não era uma relação convencional de encontros públicos românticos e tudo mais, mas é o que dava pra fazer ou os pais dela me mandariam de volta pra cadeia depois de rasparem minha cabeça.
Já estava anoitecendo enquanto eu caminhava pelas ruas iluminadas e limpas de Piltover. O ar noturno aqui em cima era totalmente diferente do ar carregado de poeira, pólvora e sujeira da subferia.
Poucas pessoas estavam na rua agora, o que era um ponto positivo para minha relação com Caitlyn. Não queria que ela tivesse problemas.
Eu sabia a senha que destrancava a porta do apartamento, mas era muito mais legal dar dois soquinhos na porta e ouvir ela correr para abrir dando um sorriso grande quando me via. Vai por mim, a cena é muito bonitinha.
Caitlyn estava usando uma daquelas camisolas curtas que eu adorava. Fechei a porta atrás de mim e ela se aproximou me dando um selinho demorado. Passei os braços pela cintura dela, a apertando forte.
- Quero te dizer uma coisa. - ela disse olhando em meus olhos.
- Sou toda ouvidos, Cupcake. - Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Bom, é que daqui há dois dias minha mãe vai dar um jantar em comemoração ao meu aniversário. É um evento fechado, e ela geralmente chama todos os amigos dela. Eu queria que, sabe, você fosse também.- Ela parecia nervosa, falando rápido demais. Eu respirei fundo e usei a minha voz mais gentil, não queria magoar ela.
- Cait, você sabe que eu não sou igual a eles. Eu não saberia me comportar em um evento assim e nem tenho o que vestir também. Fora os olhares das pessoas em mim e pior ainda o que elas falariam sobre você mesmo achando que somos "amigas"...
Eu não quero sujar o seu nome, você vai ser a maior xerife de Piltover um dia. - ela pôs a mão na minha bochecha e sorriu mas parecia triste.- Claro, sem problemas, foi só uma ideia boba. - ela disse indo pra cozinha. - Vou preparar algo pra comer, tô morrendo de fome. Você quer também?
Esse era o problema que sempre insistia em voltar entre nós. Eu não era o tipo de companhia perfeita pra ela. Não poderia ir com ela em seu aniversário, em bailes ou o quer que seja que a parte rica inventasse, pois não éramos do mesmo nível.
Eu não podia agir como se fosse um deles. Eu nem sabia o que dar de presente pra ela.
Precisaria da ajuda de Heimer, ele era a pessoa/bicho do lado alto mais próximo que eu tinha contato depois de Cait, claro.Após comer junto com ela, tomei um banho sozinha, Caitlyn já tinha tomado antes e estava deitada lendo alguma coisa. Me deitei ao seu lado depois de vestir um short e a maldita blusa de ursinho e ela olhou pra mim.
- Alguma notícia da Jinx?
- Não, ela está assustadoramente quieta desde a morte do Silco. Mas eu posso lidar com ela, eu acho. O que você tá lendo?
- Relatórios sobre um caso de furtos que vem ocorrendo na parte leste da cidade - ela colocou as folhas na mesinha de canto e massageou as têmporas de olhos fechados, parecia esgotada.
- Descansa um pouco, Cupcake. Vem, deita aqui.
A puxei para perto de mim e ela deitou a cabeça em meu peito. Fiquei passando as mãos pelos seus cabelos e adormecemos rápido.
Aquela noite tive sonhos perturbadores. Caitlyn me colocava na cadeia em uma cela repleta de lixo e ratos, ela estava acompanhada de alguns defensores e conselheiros, e apontava pra mim enquanto todos riam. Eu me sentia um animal preso em uma jaula enquanto todos assistiam.
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Love is a battlefield
Science FictionQuando Vi disse que as duas eram como "água e óleo", todas as esperanças de Caitlyn se foram. E por mais que Vi desejasse estar com ela, sabia que um abismo separava as duas. Seria possível achar uma forma de fazer isso dar certo, mesmo com a amea...