Imagino que vocês estão surpresos por minha volta, ou talvez nem lembrem dessa fic! ksksks
Bem, se vocês me acompanham no insta vocês sabem o que aconteceu (O user de lá é bug_comics). Mas estou melhor agora, e tentando retornar aos poucos. Como faltam poucos capítulos para terminar, as atualizações provavelmente serão diárias.
Enfim, desculpem de verdade, mas é nós, tamo junto! ✌❤××××
Ao anoitecer, eu e Adrien colocamos dois colchões unidos no chão da sala de Tikki e Plagg e nos preparamos para dormir.
O dia havia sido cheio, repleto de informações difíceis de assimilar e sentimentos conflituosos. Merecíamos um pouco de descanso, mas nem eu ou Adrien conseguimos pregar os olhos. Era como se toda vez que tentássemos, estivéssemos prestes a viver um pesadelo.
Tentei ajeitar-me melhor no colchão, abracei Adrien como se ele fosse um ursinho de pelúcia e até mesmo, deitei em cima dele enquanto ele acariciava meus cabelos. Nada adiantou. Eu era uma zumbi exausta que não conseguia descansar.
Choraminguei baixinho e bati meus pés no colchão. Adrien ao perceber minha movimentação abraçou minha cintura e beijou meu ombro.
– Não consegue pegar no sono mesmo, não é?
– Não.
O loiro suspirou e sentou-se. Seus olhos verdes encararam o relógio de parede que marcava meia noite e meia, ele sorriu malicioso, e apenas com isso, entendi que um plano maligno formava-se em sua cabeça de vento.
– O que acha de darmos uma volta?
– Adrien, são mais de meia noite!
– Idai? Vai ser divertido!
Ele argumentou e levantou-se, com pressa vasculhou a pequena mochila de roupas que Chloé havia lhe dado e de lá retirou um agasalho para vestir.
– Você só pode estar brincando!
– Nunca estive falando tão sério! – Ele calçou seus tênis.
– Preciso te lembrar que estamos fugindo e não de férias? Eu não vou sair daqui!
– Tudo bem. – O loiro deu de ombros, andou até a porta e destrancou-a. – Então vou sozinho!
E então ele saiu pela porta.
Mas é claro que ele vai voltar! Ele é irritante demais para desistir tão fácil, pois eu não vou atrás dele! Pensando bem, ele está demorando… Encaro a porta esperando ela ser aberta a qualquer instante, finalmente bufo e dou um tapa na minha própria cara. Eu não acredito que esse idiota realmente foi dar uma volta em plena madrugada!
– Eu vou me arrepender disso! – Murmurei irritada.
Coloquei uma jaqueta e meus tênis de forma apressada e passei pela porta. Metros à minha frente, encontrei Adrien andando pela calçada tranquilamente, não foi difícil encontrá-lo, afinal ele era o único lunático andando nas ruas desertas de Nancy. Corri com rapidez até ele, Adrien assobiava relaxado e somente parou quando me viu.
Ele me fitou alegre e sorriu debochado. – Quer dizer que mudou de ideia e decidiu vir comigo?
– Não, continuo achando isso uma péssima ideia. Mas ao menos assim, posso tentar impedir que você faça alguma besteira que coloque nossas vidas em risco!
– Você é tão pessimista! – Adrien revirou os olhos. – Olha envolta, não tem ninguém nas ruas a essa hora. Estamos sozinhos, ou seja, sem testemunhas oculares!
– Ainda estou com pé atrás nisso.
– Tudo bem, posso usar seu corpo como escudo para me defender caso algo dê errado!
O fitei indignada e ele gargalhou.
– O que foi? Você quem quer me proteger!
– Gato idiota! – O dei um soco no ombro e ele chiou de dor.
– Aonde estamos indo?
– Para onde a vida sempre nos leva mais cedo ou mais tarde, a um bar!
Eu assenti e caminhamos em silêncio até encontrarmos um estabelecimento 24 horas, um grupo de amigos davam altas gargalhadas e alguns bêbados se acumulavam na entrada do bar se queixavam sobre suas vidas. Fiquei um pouco assustada, e me senti mal por aquelas pessoas, seja lá o que tivesse os trazido até ali.
Adrien colocou a mão na minha cintura e me trouxe para mais perto dele e ofereceu-me um pequeno sorriso de consolo. Era como se ele houvesse lido meus pensamentos.
Sentamos nos bancos da ilha do bar, um atendente nos olhou e perguntou o que queríamos. Adrien pediu por nós dois, eu ainda estava avoada e tensa demais para assimilar o que o garçom falava.
Ele nos serviu dois drinques do que parecia ser wisky, com a visão periférica notei Adrien tomar todo de uma vez e fazer uma careta.
Ele me fitou com estranheza e apontou com a cabeça para minha bebida. – Não vai beber?
– Eu não ando muito à vontade com bebida desde a festa que você me chantageou para participar!
– Você é sempre tão fresca assim?
– Eu não sou fresca!
– É sim!
– Não sou!
– Então prove!
– Tá legal! – Disse irritada e levei a bebida até a boca, engoli tudo de uma vez e senti a bebida desceu queimando minha garganta, foi impossível não fazer uma careta de desgosto.
– Satisfeito?
– Ainda não, apenas depois que você beber um pouco mais!
Uma expressão irritada dominou minha face.
– Relaxa, meu bem. – Adrien falou. – Vou pedir somente cervejas!
Eu assenti e nossas bebidas não tardaram a chegar.
Nós dois nos servimos e tomamos em silêncio a bebida, e esse tempo todo, Adrien encarava-me de uma forma estranha.
– O que foi? – Indaguei curiosa.
– Quando foi a última vez?
Eu cuspi a bebida que estava na minha boca e tossi ofegada. Quando me recuperei o encarei perturbada.
– A última vez de que?!
– Quando foi a última vez que você se divertiu? E se me disser que foi no hotel ou na minha festa, eu vou ficar muito irritado com você!
– Ah, está falando disso. – Murmurei constrangida. – Eu não sei direito, acho que foi numa saída com meus amigos.
– E isso foi quando?
– Num show do meu ex namorado, há mais de seis meses. – Fiz um biquinho. Adrien deve estar me achando patética agora!
– Então seu problema é pior do que eu pensei! Sorte sua que tem a mim ao seu lado, te garanto que comigo ao seu lado sua vida nunca será um tédio!
– Eh… – Disse sem ânimo.
Adrien sorriu de lado. – Quer saber, vamos tentar um pouco disso agora. Quebrar as regras, sair de sua zona de conforto!
– E como vamos fazer isso? – Ajeitei-me no banco intrigada.
– Nós vamos fugir sem pagar a conta!
– O que? Ficou doido?! Isso é roubar!
– Uma pena. Vamos, fique de pé! – Ele levantou-se da cadeira.
– Eu, não…
– Vem!
Adrien pegou minha destra e me fez levantar. – Pronta?
– Não!
– Corre!
Ele me puxou, sua outra mão bateu contra o balcão e nós dois corremos para fora do estabelecimento dando gritos de desespero, paramos na esquina da rua para respirar.
Adrien ria alto, eu o observei irritada, mas minha feição foi substituída por um sorriso que transformou-se numa risada.
Aquilo havia sido divertido. Toda aquela adrenalina correndo em minhas veias. Isso sim que é vida!
– Parabéns Dupain-Cheng, você acabou de quebrar uma regra!
– Eu fiz isso mesmo! – Disse alegremente, com minhas mãos no cabelo. – Mas e agora, o que vamos fazer?
– Vamos sair daqui!
Ele me deu a mão novamente e voltamos a correr enquanto riamos. Andamos um pouco mais, sem nunca soltar nossas mãos.
Eu parei bruscamente no meio do caminho. E apontei para uma pracinha que ficava no meio de um parque.
– Olha!
Adrien assentiu animado e nós dois corremos até lá igual duas crianças. Um muro pequeno a cercava, e o portão que dava entrada estava trancado, e uma pequena placa de metal escrito: "SOMENTE PARA CRIANÇAS DE ATÉ 13 ANOS", destacava-se nele. As luzes dos postes de luz iluminavam aquela área e os brinquedos, me deixando fascinada, fazia tantos anos que não brincava em uma!
Adrien escalou o muro esverdeado e pulou para dentro da pracinha. Eu subi o muro e sentei-me em cima dele com as pernas para fora.
– Pula! – Adrien estendeu os braços.
Eu saltei e o loiro agarrou minha cintura, diminuindo significativamente minha queda.
Eu sorri e ele largou-me, puxo sua mão e nos guio em direção aos brinquedos.
Acabei correndo em direção ao gira-gira sem pensar duas vezes, aquele era meu brinquedo favorito quando era criança!
Nos sentamos no brinquedo um de frente para o outro, tive de encolher um pouco as pernas para poder caber no brinquedo direito. E sem delongas começamos a rodar, logo o mundo todo ficou embaçado e movia-se depressa, Adrien era o único ponto que visualizava corretamente. Rodamos ao ponto de ficarmos tontos, saímos do brinquedo cambaleando e decididos a não retornar mais para ele. Aquilo, simplesmente, me fez querer vomitar!
Adrien correu animado até o escorregador e subiu as escadas.
Eu soltei uma gargalhada debochada. – Boa sorte para descer escorregando, Poste Ambulante! – Sorri de lado.
– Ei! Você teve seu momento, deixe-me ter o meu, Gnoma!
Eu bufei e cruzei os braços. Quantas vezes terei de falar para ele que eu não sou baixinha! Apenas um pouco abaixo da média normal para pessoas da minha ideia! Hunft!
Adrien escorregou e logo aterrissou de pé, ele fez um bico chateado pela rapidez e eu apenas o olhei com uma cara de "Eu te avisei!"
Tomei toda a coragem do mundo e dei um pequeno selinho nos lábios de Adrien, desmanchando seu bico, o loiro me olhou surpreendido. Acho que não esperava essa atitude de mim, e sinceramente nem eu esperava.
O Agreste abriu a boca para falar algo, porém eu o impedi puxando sua mão em direção aos balanços. Não sei o que ele diria, e estou com muito medo de saber…
Me sentei sorrindo no balanço de madeira e segurou nas correias que o sustentava. – Me empurra? – Peço envergonhada.
Adrien assentiu e andou para trás de mim, um arrepio gostoso percorre minha espinha ao sentir suas mãos quentes e grandes em minha coluna. Ele me empurrou com certa força, e eu estico e reprimo minhas pernas para o balanço ir mais rápido. O loiro continua me empurrando até o balanço ir rápido e ele não precisar mais. Eu inclino minha cabeça para trás. O vento bate nos meus cabelos e por segundos, tenho a sensação mágica de estar voando!
O balanço vai parando aos poucos, Adrien se coloca em minha frente e com suas mãos para o balanço que treme.
– Isso foi muito bom. – Sussurro.
Ele me encara em silêncio, sinto seus olhos verdes observarem cada pedacinho meu, como se estivesse me lendo.
Ele por fim sorri, coloca uma madeixa azulada de cabelo minha para atrás da minha orelha com ternura. Minhas bochechas coram com sua ação
– Você não tem noção do quão linda fica quando está feliz! – Ele murmura perto do meu rosto.
Meu coração acelera com sua aproximação e minha respiração se desregula suavemente.
– Adrien… – Sussurrei baixinho, meus olhos alternavam entre visualizar seus olhos e seus lábios convidativos e rosados.
– Mari… – Ele sussurrou de volta.
Por fim nossos lábios se encontraram, ele pediu-me passagem com a língua e eu cedi de bom grado. O beijo era envolvente, repleto de amor e paixão reprimidos por tempo demais.
Dane-se a razão! E dane-se a calmaria!
Eu e Adrien, juntos, era isso que eu queria. É o que eu sempre quis! Não me importa o que eu tenha que enfrentar para tê-lo ao meu lado, porque eu vou sempre estar aqui!
Ficamos longos minutos naquele beijo e nos separamos ofegantes. Adrien me fitou suavemente com seus olhos verdes e sorriu ternamente.
– Eu realmente, te amo muito, Marinette!
Eu ruborizo mais do que antes, tenho certeza que pareço um pimentão. Eu de fato, não esperava uma declaração agora! Mas acho que seria estranho demais, não o responder agora.
– Adrien eu… Eu também te amo, muito!
– Tudo bem, eu entendo. Você é demais para mim! Eu não esperava que você se sentisse do mesmo jeito de qualquer forma e… – Adrien me olhou aterrorizado. – Espera um pouco, você acabou de falar que também me ama? Tipo, de verdade?!
– Sim! – Eu disse entre risadas.
– Ah… – O loiro mexeu-se desconfortável. – Então, o que acha de namorarmos agora?
– Deus, esse é oficialmente o pior pedido de namoro que já recebi!
– Você já recebeu muitos pedidos de namoro? – Adrien falou enciumado.
– Talvez uns três. – Sorri malandra. Adrien desviou o olhar e eu passei meus braços pelo seu pescoço. Depositei um pequeno selinho em seus lábios e ele desfez a carranca.
– Mas esse é o mais importante! Então é, sim, eu aceito namorar contigo!
Ele abriu um sorriso radiante e me beijou novamente, dessa vez o beijo foi mais intenso e rápido. Beijar aquela boca tão habilidosa era como ir ao paraíso e voltar.
As sensações de estar com Adrien eram sempre assim, intensas. É como dar um mergulho de cabeça no desconhecido e se afundar em seus olhos de esmeraldinos.
Eu simplesmente não sei o que esperar, e isso é o que faltava em mim, essa mistura de adrenalina e carinho. Adrien me completa, como ninguém nunca conseguiu antes. Somos opostos um do outro, brigamos feito cão e gato. Mas nos amamos fervorosamente, como nunca amamos ninguém antes.Notas finais:
Para quem não entendeu o Adrien deixou o dinheiro em cima do balcão por isso ele bateu a mão quando saiu. Não roubem, isso é errado!Sei que muitos devem ter ficado cansados com o fato deles demorarem tanto para ficar juntos. Mas sinceramente, eu não achei viável torná-los um casal logo de cara. Adrien e Marinette são pessoas cheias de diferença que viviam brigando, além do passado de Adrien não ser algo fácil de lidar! O amor não é fácil, ele demora e cresce aos poucos mesmo nos terrenos mais improváveis, era isso que eu queria mostrar nessa fic com esses dois. Um amor demorado e complicado, mas verdadeiro!
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O cara do apartamento 27
FanfictionMarinette é uma estudante dedicada da faculdade, uma amiga leal e em suma uma boa pessoa. Contudo, ao conhecer seu novo vizinho - Adrien - que se mudou para ao lado de seu apartamento há pouco tempo. Ela experimenta o inferno na Terra. Tanto pela pe...