46. Desentendimentos

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Deitada à cama de Steve, minha cabeça doía enquanto meus pensamentos incomodavam-me cada vez mais. Era possível sentir cada músculo de meu corpo tensionado e a cada barulho, por mínimo que seja, era o suficiente para deixar-me em alerta máximo. Como se a qualquer minuto algo fosse acontecer ou ele fosse aparecer. 

Agora, fazia-se exatamente três horas e meia desde que havia retornado da residência Byers e não sabia como explicar os últimos acontecimentos à Steve e nem preparar o meu psicológico para a futura despedida de Eleven. Como é de praxe, não sou boa em despedidas. Nunca fui. É difícil dizer adeus quando a vontade é ter por perto. Pouco à pouco recordo-me de minhas primeiras lembranças com a pequena garota, tão nova e assustada, descobrindo o mundo e provando-se cada vez mais destemida e corajosa. 

De fato, alguém para se orgulhar.

- Helena? – A voz de Eleven interrompe os meus devaneios – Está em casa?

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- Helena? – A voz de Eleven interrompe os meus devaneios – Está em casa?

Tento recompor-me antes de respondê-la e me asseguro de que estou com o cachecol em meu pescoço.

- Sim! – Ergo o tom de minha voz para que escute-me – No quarto de Steve.

A porta se abre lentamente e então a vejo pela pequena fresta.

- Você ainda está deitada? – Ela questiona-me enquanto sorri. 

- O dia está propício para dormir. – A respondo enquanto ergo o meu cobertor, convidando-a para se juntar à mim. 

 Ela ri enquanto se deita ao meu lado. 

- Por que está com isso no pescoço? – Ela questiona-me, fixando seus olhos em meu cachecol. 

- Está aconchegante. 

- Aconchegante?

- Sim. Você deveria experimentar um dia.

Ela ri. 

- Tá bom. Se você diz... – Ela faz uma breve pausa – O que fez de bom hoje?

- Nada de interessante. – Minto, com a consciência pesada – E você?

- Mike e eu assistimos à alguns filmes. Karen fez pipoca e jogamos conversa fora.

- Ao menos o seu dia está sendo mais produtivo do que o meu.

- Você está se sentindo melhor?

- Digamos que estou quase lá. 

- Helena, podemos conversar?

Franzo as minhas sobrancelhas.

- Já não estamos conversando?

Ela faz uma breve pausa.

- É que o assunto é sério. – Sinto o meu coração gelar.

- Aconteceu alguma coisa?

Ela assente.

𝙷𝙰𝚆𝙺𝙸𝙽𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora