52. Pesadelos

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Escuridão. Para onde eu olhasse não enxergava nada além de escuridão. Era possível sentir o meu coração começar a acelerar enquanto o meu corpo permanecia em alerta total. Eu estava desprotegida e vulnerável, sem nada para me defender caso fosse necessário. De repente, um som chama-me a atenção. Um choro, para ser mais exata. 

- Helena! – Uma voz agonizante chama por mim, causando-me uma corrente elétrica em todo o meu corpo.

Billy.

- Billy? – Elevo o tom de minha voz enquanto começo a correr em direção ao som, mas a escuridão continua sendo a única coisa que vejo – Billy! 

- Você tem que me ajudar, Helena... – Ele diz entre as lágrimas – Não foi minha culpa. Nada do que aconteceu foi minha culpa. Ele... Ele... Me obrigou. Você precisa acreditar em mim.

As lágrimas começam a rolar em meu rosto enquanto o meu coração se acelera cada vez mais. Eu estava desesperada, mas acima de tudo, eu estava me sentindo culpada. 

- Eu acredito, Billy... – Tento dizer à ele – Eu acredito em você. 

- Eu tentei impedi-lo... Mas eu fui... Fraco... 

Levo as minhas mãos à cabeça enquanto observo tudo ao redor. 

Nada. Eu não vejo nada.

- Cadê você? – Elevo o tom de minha voz – Billy, cadê você? – Não há resposta. Um silêncio se instala seja lá aonde estou – Billy? Billy!

- Você me matou! – A voz dele saí extremamente alta, assustando-me – Você prometeu que me ajudaria, mas na verdade você causou a minha morte! E agora... – Ele ri friamente – Eu vou matar você.

Com o coração acelerado, os meus olhos se abriram rapidamente fazendo-me sentar à cama. A tremedeira havia tomado conta de meu corpo, assim como as lágrimas tomaram conta de meu rosto. 

Havia sido um pesadelo

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Havia sido um pesadelo.

- Helena, o que foi? – A voz preocupada de Steve faz com que eu olhe em sua direção. Não consigo respondê-lo e percebendo isto, ele acolhe-me em seus braços – Você teve um pesadelo. 

- Foi bem real para mim. – Digo entre as lágrimas – Steve? Afasto-me um pouco, suficiente para olhá-lo nos olhos – Eu o matei? 

Ele franze as sobrancelhas.

- De quem você está falando?

- Billy.

Steve respira fundo.

- É claro que não, Helena. Você tentou ajudá-lo até o último minuto. – Ele tenta tranquilizar-me, trazendo para perto novamente enquanto acaricia o meu cabelo.

De fato, sei que havia tentado ajudá-lo até o último minuto. Mas, será que tentei o suficiente?

Não. 

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