Jim Hopper vivia com a sua família, Diane, Sara e Helena em Nova York, até que o destino lhes bateu em sua porta, fazendo com que as coisas começassem a desandar. Sara, a filha mais nova, foi diagnosticada com câncer, e infelizmente, acabou falecend...
O destino une e separa. Mas nenhuma força é grande o suficiente para fazer esquecer pessoas que por algum motivo um dia nos fizeram felizes. Despedir-se não é dizer adeus. No entanto, é um momento de tristeza, em que corações se preparam para viver uma saudade. Uma despedida sempre é dolorosa, pois nunca sabemos quando diremos adeus a alguém pela última vez.
É possível sentir os meus olhos queimarem enquanto os fecho brevemente e respiro fundo tentando disfarçar a enorme vontade de chorar. Estávamos à caminho da residência Wheeler e a todo o momento, meus pensamentos eram sobre ela. Desde o primeiro momento em que a vi, sentimos uma conexão instantânea, única e especial. Assim que os nossos olhares se encontraram naquela noite eu soube que deveria amá-la e protegê-la à qualquer custo.
E agora chegou o momento de nos separarmos. Eleven está indo para longe, e embora seja para protegê-la, o meu coração carrega milhares de sentimentos indesejáveis. Será que ela ficará bem? E se ela não se acostumar? E se ela se arrepender? E se eu não estiver fazendo a coisa certa? E se ela estiver em perigo? E se, e se e se...
"E" e "se", são palavras que, por si só, não apresentam nenhuma ameaça. Mas, se colocadas juntos, lado a lado, elas têm o poder de nos assombrar a vida toda.
- Steve? – A minha voz soa baixa e trêmula. O rapaz olha-me rapidamente e então retorna os seus olhares à estrada.
- Sim? – Ele responde-me.
- Estou fazendo a coisa certa? – Eu o questiono. Os seus olhares encontram os meus novamente e antes de retorná-los à estrada, as suas sobrancelhas se franzem.
- Do que você está falando?
- Você sabe... – Faço uma breve pausa – Pedir para Joyce ir embora de Hawkins e levar Eleven... Não contar a verdade à ela, principalmente.
Ele tomba a cabeça e respira fundo.
- Por que não seria a coisa certa, Helena? Você está tentando protegê-la. Amar é isso... Não é uma tarefa fácil. É se preocupar constantemente, é proteger, é querer o bem da outra pessoa acima de tudo.
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O medo, de repente, toma o meu coração.
- Mas, e se não for suficiente? – Eu o questiono novamente enquanto Steve estaciona o Mustang à frente da residência – E se eu estiver cometendo um erro?
- Helena... – Após desligar o carro, as suas mãos deslizam-se até as minhas. No entanto, o medo continua a incomodar-me, fazendo interrompê-lo.
- E se ela precisar da minha proteção? Não há como eu protegê-la estando tão longe...
Era evidente que eu estava prestes a sofrer um ataque de pânico. Bem ali, exatamente agora.
- Helena, respire fundo! – Ele eleva o tom de sua voz, agarrando os meus pulsos e chamando-me a atenção – Se acalme e respire fundo. Três vezes, inspire e expire. – Ele inspira e expira para que eu o imite e após alguns segundos, eu o faço – Você é apenas uma pessoa, Helena. Humana. Não possuí nenhum superpoder, por isto, não se cobre tanto assim. Não seja tão dura consigo mesma, nem se coloque em uma posição que não lhe pertence. Você veste a sua honra e coragem como armadura e acha que isto à tornará segura e invencível, mas na verdade, só complicará ainda mais as coisas.
