15. Demo-Cães

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Dois dias se passaram desde que resolvi sair da cabana, e a dois dias que não tenho notícia alguma de Jim Hopper

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Dois dias se passaram desde que resolvi sair da cabana, e a dois dias que não tenho notícia alguma de Jim Hopper. Eu estava furiosa, e sei que ele também não estava feliz com a minha presença depois da nossa discussão. Após descobrir um pouco mais sobre a minha história, e principalmente, descobrir que Terry Ives é minha mãe, decidi ir atrás dela.

Sua residência era na 515 Larrabee Road em Indiana e através de um simpático caminhoneiro, consegui chegar até o meu destino. Fui recebida por sua irmã, Becky Ives, que quando me viu pensou que eu vendesse biscoitos ou coisas religiosas. Quando finalmente pude entrar na residência eu a encontrei da exata maneira que em minha visão. Ela estava sentada em uma cadeira de balanço e balbuciando algumas palavras que, naquele momento, não soube compreender.

- Três para a direita, quatro para a esquerda. Respire. Girassol. Arco-Íris.

- Mamãe? Pode me ouvir? – Eu pergunto enquanto me abaixo a sua frente, mas ela não me responde

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- Mamãe? Pode me ouvir? – Eu pergunto enquanto me abaixo a sua frente, mas ela não me responde. – Mãe? Sou eu, Jane. Estou aqui agora. – Então toco em sua mão, e ela olha em meus olhos.

- Respire. Girassol. Arco-íris. Quatrocentos e cinquenta. Respire. Girassol. – Ela continua repetindo as mesmas palavras.

- O que ela tem? – Eu pergunto a Becky, sua irmã.

- Nós precisamos conversar, mas preciso que me ajude a entender, ok? – Ela responde enquanto nós nos sentamos em sua cozinha. – Pode me dizer de onde veio? Onde esteve todo esse tempo? – Mas eu não consigo responde-la. Não consigo tirar os olhos de minha mãe. – Um policial e uma mulher vieram à sua procura no ano passado. Eles te encontraram?

- Ela não vai melhorar, vai? – Eu pergunto tristemente.

- Eles acham que não. Mas ela não sente dor. Acham que ela está presa, como em um sonho. Um longo sonho. – Ela diz.

- Um sonho bom?

- Espero que sim. – Então sou tomada por uma imensa vontade de chorar. Vê-la naquele estado parte o meu coração. Então ela me leva para ver aonde seria o meu suposto quarto, se a minha vida inteira tivesse sido diferente. – Posso conseguir uma cama de verdade e você pode ficar aqui comigo, se quiser. O que acha? – Eu confirmo com a cabeça. – Quero ajuda-la, mas pra isso, precisa conversar comigo. Não precisa ser agora, não precisa ser hoje. Quando estiver pronta, ok? – Eu confirmo com a cabeça mais uma vez, e então percebo que as luzes começam a piscar. – Isso acontece às vezes. Casa velha, fiação ruim... – Começo a seguir as luzes e então percebo que na verdade, quem está fazendo isso, é a minha mãe. Ela quer se comunicar comigo.

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