63. Na Mira

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Tudo começou a dar errado

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Tudo começou a dar errado. Fomos ingênuos de pensar que não haveria nenhuma interrupção ou obstáculo, principalmente quando estamos correndo contra o tempo. Tempo aquele que cada vez mais ficava escasso para Max. Enquanto tentávamos livrar Robin das videiras, Steve havia sido puxado e erguido, sendo preso contra à parede e o mesmo acontece com Nancy. Destravo a espingarda apontando-a em direção às videiras e no momento em que atiraria meus braços são agarrados, puxando-me contra à parede, imobilizando-me completamente. 

- Você está falhando, Helena. — Ouço uma voz extremamente fria e sombria que reconheceria em qualquer lugar — Você falhou com o seu pai, com Billy e agora está falhando com Max e seus amigos. 

Max.

Estava sendo invadida por uma onda de pânico, angústia e aflição seguido pela sensação de perda de controle e desesperança enquanto milhares de lembranças vinham-me à mente. Mas, desta vez, não foram as memórias ruins que recordava-me, e sim das memórias boas. Àquelas que aquecem o coração e confortam a alma. Como um flash, recordei-me de quando papai e eu nos mudamos à Hawkins e em como a nossa relação se fortaleceu, da primeira vez em que conheci Steve ainda quando éramos apenas crianças, a felicidade de papai quando fui nomeada a principal líder de torcida, o fruto de minha amizade com Jonathan, a primeira vez em que vi e conheci Eleven e a forma como senti-me responsável por ela e pelos garotos, as piadas idiotas de Dustin, até mesmo as cantadas baratas de Billy. Os momentos em que passei junto de Max e quando Steve e eu finalmente revelamos os nossos sentimentos um pelo outro, enfim, lembranças extremamente importantes para mim.

"Eu confio em você, Helena". A voz de Max ecoa em minha mente e fecho meus olhos fortemente enquanto sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. De repente, as boas lembranças simplesmente somem, dando lugar à uma enorme culpa em um coração pesado. Quanto mais força tentava fazer na falha tentativa de soltar-me, mais sem ar eu ficava e então, de repente, não estava mais na casa de Victor Creel. 

Estava no ginásio do colégio.

Ainda presa contra à parede conseguia recordar-me do que via. A decoração era da festa de inverno de dois anos atrás. Havia certeza em minha confirmação, pois era a primeira festa que Eleven poderia comparecer e a garota estava extremamente ansiosa. No entanto, franzo as minhas sobrancelhas sem entender o motivo de estar aqui. Até que então, dou-me conta.

Seria esta a lembrança feliz que Max havia mencionado? 

E é então que a vejo. A ruiva estava eufórica e nitidamente preocupada, o que significava que de fato algo estava errado. 

- Max? — Grito pelo seu nome, mas a garota parece não conseguir me ouvir e sequer me ver — Max! 

- Está na hora, Max. — Ouço a voz de Vecna que causa-me arrepios, principalmente quando o vejo atrás dela.

- Max! — Elevo o tom de minha voz novamente tentando alertá-la, mas é em vão. Uso toda a força que possuo em meu corpo na tentativa de soltar-me das videiras, mas é inútil.

𝙷𝙰𝚆𝙺𝙸𝙽𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora