Cap. 8 ❤️

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- Quer uma carona?

 

- Não precisa, eu pego um ônibus!

 

- Que nada, eu te levo! E no caminho você come alguma coisa, sei que deve ser ruim perder quem amamos. Mas você precisa comer! E não tive como recusar. Loucura né? Eu nem conhecia, nem sabia seu nome, e já estava entrando em seu carro. Quando estava dentro, ele para assim que escuta a voz de alguém chamando. Olhei para fora do carro, e vi o irmão de Miranda, Guilherme, com os olhos em mim, e uma cara nada boa. Abaixei a cabeça, meus olhos estavam vermelhos. O homem que agora sei que seu nome é, Felipe. Ele vai de encontro há Guilherme e escuto o que eles falam.

- Você nem há conhece, pode ser alguma mulher querendo se aproveitar de você Felipe. Ele fala, e nem se importa se eu vou escutar ou não.

 

- Ela acabou de perder a mãe, só vou levá-la ao hospital e volto para conversarmos.

 

- Não importa, tem trabalho há fazer. Você não pode ficar perto dela! Ele fala nervoso dessa vez. – Esquece, deixe Queiroz há levar ao tal hospital!  Felipe tenta falar algo, mais o outro não dá chance, e eu saio do carro de fininho, e eles nem percebem. Estavam ocupados demais para isso. Vou rápido para o ponto, e por Deus, o ônibus não demora nada para chegar.

Respirei fundo, e sentei esse horário está mais vazio, então me permito chorar. Pela minha mãe, minha vida sozinha. Por ser desprezada, por ser gorda. Se eu fosse uma mulher magra e bonita, eu não passaria por essas coisas.

Fui chorando até o hospital e quando cheguei, meu padrinho veio logo me abraçar, eu chorei em seu ombro. Por que tem que ser tudo tão difícil? Fui feita só para satisfazer a obsessão da minha mãe pela amiga, por que ela nunca me quis de verdade. Meu pai nunca me deu carinho, eu só fui um objeto, que foi feito e largado no canto. Mas dói, dói saber que perdi ela, que estou sozinha, por que meu pai, eu nem sei por onde anda.

De família não tenho mais ninguém, só a família que me acolheu! E essa que eu amo, e sou muito grata por tudo.

Não quis vê o corpo de minha mãe, e Saulo cuidou de tudo, mesmo eu falando que iria arcar com os custos do enterro, ele não permitiu. Disse para guardar meu dinheiro! E assim eu o fiz, deixei tudo guardado.

Mas tarde Bento chegou, e eu fiquei agarrada há ele, não tinha força para fazer nada. Mesmo sendo como ela era, continuava sendo minha mãe.

Enquanto eu estava com a cabeça no pescoço de Bento, a moça que ficava com minha mãe veio até nós, e me deixou uma carta, disse que minha mãe pediu para ela escrever.

- Eu não queria te entregar isso, mais não me pertence. E é seu direito saber disso! Leia quando estiver com calma. Querida eu sinto muito por isso, e pela morte dela. Ela diz e Bento pega o envelope e guarda na mochila, disse que depois me dava. E eu concordei, não estava com cabeça para lê nada agora!

No dia seguinte aconteceu o velório que foi bem rápido, eu me surpreendi com a presença de Miranda, e sua avó Juana.

- Obrigada por terem vindo! Foi uma surpresa.

 

- Nada querida! E fica bem tá bom? Qualquer coisa você pode ligar, e pedir ajuda ok? Dona Juana fala enquanto me abraça. – Miranda te espero no carro com seu irmão! Ela fala dele e eu me surpreendo em saber que ele estava ali. Ela vai de encontro ao carro e ele sai para abrir a porta para ela. Olha para mim, e acena com a cabeça. Eu faço o mesmo.

- Ele é calado, não gosta dessas coisas, mais fez questão de nos trazer aqui. Mica, eu sinto muito por sua mãe! E Bento, obrigada por me falar onde seria o velório. Ela fala, e agradece há Bento que chegou ao meu lado me abraçando por trás. Ela olha para ele com vergonha, humm

- Obrigado por ter vindo, ela precisava dos amigos junto dela. Ele diz todo fofo, sempre foi assim, atencioso e educado.

- Vocês dois são os melhores! Obrigada! Eu agradeço, e me solto dele, indo deixar um beijo nela. – Depois te ligo para conversarmos mais. Eu gosto muito dela, já considero ela minha amiga, a única mulher! Bento e eu fomos com ela para seu carro, e ele se oferece para ajudar, mais o arrogante do irmão, não deixa.

- Da minha irmã cuido eu. Vá com sua namoradinha! Ele fala com raiva, cruzes!

- Guilherme, modos! A Juana fala de dentro do carro.

- Vamos amor! Tchau Dona Juana e Miranda. Falou cara! Bento diz e me abraça me puxando para longe deles. E quando já estava no carro do Padrinho, ele diz. – O bonitão lá estava raivoso né? Ele sente algo por você! Cara sei lá, eu só consegui ri e gargalhar na verdade. Deus minha mãe acabou de ser enterrada.

- Tá bebendo o que Bento? Pelo amor de Deus!

 

- Por que? Ele não pode sentir algo por você?

 

- Pare de graça Bento, olha para mim! Eu heim, dá um tempo vai. E outra, ele só vive de cara feia quando me vê. E ainda me ignora quando falo. Ele ia argumentar mais eu nem deixei, e coloquei a mão em sua boca. – Shiu fica quietinho vai! Deixa eu deitar no seu ombro. E assim o fiz até chegar em casa. Ele me fez comer algo e depois eu deitei para descansar e pensar em tudo, em como vou me virar para pagar todas as contas sem um trabalho.

Votem por favor, não esqueçam da meta!

Beijinhos! 😘

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