Gabrielly

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Quinta-feira. Mais um dia de aula, faz pouco tempo que acordei e já estou morta de cansada.

Minha rotina não é fácil, trabalho o dia inteiro em uma loja no centro e depois tenho que ir pra faculdade. Chego em casa muito tarde e só penso em dormir. Divido o apartamento com uma amiga de muitos anos: Daiane. Apesar de sermos amigas ela é bem diferente de mim. Ela gosta de curtir, sair para festas e namorar muuuuuito.

Cheguei em casa após uma aula chata de Teoria literária II e fui fazer um lanche na cozinha, estava morrendo de fome. Ouvi a música do Sorriso Maroto, o que indica que minha amiga está em casa, ela ama essa banda. Peguei o lanche e fui pro sofá assistir, não havia nada de interessante, então fiquei vendo as novidades no Facebook, Nossa! essa menina tá namorando de novo! Que piranha!

Após um tempo eu ouço o som diminuir e Daiane sai do quarto com um garoto. Como sempre.

Ela leva ele até a porta e depois de um longo beijo ele vai embora.

- E aí? - ela se joga no sofá rindo.

- qual o nome desse mesmo? - falei sorrindo também. Ela sempre estava com um cara diferente. "Pegue mas não se apegue" esse era o seu lema.

- Luan. Esse gostoso! - fez aquela cara safada - E você? na mesma ainda?

- Sempre. - levantei e fui em direção ao quarto, sabia que ela iria começar a ladainha.

- Ai, Gaby, por favor! quantos anos você tem? 50? Vamos sair, dançar, curtir, encher a cara ...

Me tranquei no quarto mas não adiantou então fui pro banheiro tomar um banho e esfriar a cabeça.

Passei mais tempo que o normal no banho, na esperança de sair e ela já estar dormindo.

- Gaby, abre a porta! - ela gritou mas eu continuei lá dentro.

- Eu tô apertada! - ela continuou fazendo manha.

Abri a porta irritada e saí, ela estava linda. Com uma roupa super curta e cheia de brilhos.

- Você tem que vir comemorar comigo. - ela falou animada.

- Quem morreu? - peguei meu pijama e fui desembaraçar meu cabelo.

- Tem uma semana que eu e o Luan estamos saindo, precisamos comemorar.

- Nossa! bateu seu record.

- Magoou - ela falou triste e eu como uma idiota que sou me senti culpada. Não estava certo descontar meu mau humor nela.

- Tá bom! - ela começou uma dancinha  e eu caí na cama vencida.

– Vem, vou arrumar sua roupa.

– Nem pense! roupa pra mim implica em mais metros de tecido.

– Deixe de coisa, Gaby, seu corpo é lindo! Qualquer homem ficaria de quatro por você.

Me arrumei e meia hora depois nós saímos. Daiane foi o caminho todo reclamando da minha roupa e maquiagem. Mas eu estava bem com minha calça e blusa preta, tênis e gloss labial, nunca fui muito chegada em maquiagem. Passamos na casa do Luan e ele desceu com um amigo que também estava todo de preto, o que me fez lembrar do Daniel. Fechei os olhos e tentei afastar esse pensamento, prometi nunca mais lembrar dele.

– Oi, amor! - Luan entrou já agarrando Daiane. O outro garoto sentou ao meu lado. Estávamos no carro da Daiane e hoje eu seria a motorista da noite. O garoto passou todo o tempo olhando para a janela o que me impediu de ver o seu rosto.

Chegamos em um barzinho e eles entraram, eu fiquei olhando para a porta por um tempo, tentando saber o que eu estava fazendo alí.

- Vem, amiga! - Daiane me puxou para dentro onde comecei a ouvir uma música muito alta e comecei a me arrepender de ter ido.

- Gaby, esse é o Gustavo - Luan falou quando me aproximei.

- Gus, essa é a Gabrielly - o garoto olhou para mim e só então eu pude perceber sua beleza. Ele tinha olhos azuis lindos e um cabelo castanho encantador. Ficamos um momento nos encarando e depois ele virou o rosto e saiu.

- Prazer em te conhecer também! - falei irônica e fui beber uma coca.

- Não ligue pra ele, o Gus só está tendo um dia difícil - o Luan falou e depois puxou a Daiane pra dançar.

Ótimo! estou em um lugar que não quero, com as músicas que eu não gosto e sozinha.

A noite foi passando e volta e meia o meu olhar e o do Gustavo se encontravam, ele é muito lindo, não vou negar, ele mexeu comigo.

Mas depois do que aconteceu com o Daniel eu jurei nunca mais me apaixonar e algo me dizia que isso seria fácil com o Gustavo. Então era melhor cortar antes mesmo disso começar.

Após umas quatro horas ele já havia "pegado" metade das mulheres da festa e a outra metade se jogava em cima dele. Bem, menos eu.

Continuei sentada em um banco e tomando minha amada coca, que pelos meus cálculos já haviam sido tomados 2 litros.

- Por que? - Gustavo apareceu de repente me assustando.

- por que o quê? - falei confusa, ele estava totalmente bêbado.

- Todo mundo já veio falar comigo, dar em cima de mim, menos você. - ele parecia realmente confuso, conversava se jogando em mim.

- Eu não sei o tipo de pessoas que você costuma conviver. Mas eu não sou todo mundo!

Saí e fui atrás da Daiane que estava aos amassos com o Luan em um canto.

- Dai! - gritei para tentar chamar a atenção dela.

- Oi!

- Eu quero ir embora -de repente senti duas mãos em meu quadril e um hálito gelado em meu pescoço. Empurrei-o para longe e quando virei vi que era o Gustavo.

- Sai de perto de mim! -gritei assustada.

- Vem, vai ser bom - ele voltou a se aproximar e eu o empurrei novamente.

- Não! - ele pareceu se assustar um pouco e recuou.

- Ninguém nunca me disse não. Isso é tão ... quente! - confesso que a forma que ele me disse isso me deixou mexida. Ele se aproximou novamente tentando me beijar e eu acabei dando um soco em seu rosto deixando-o inconsciente.

- Gaby! - Daiane gritou assustada enquanto Luan socorria ele.

- Eu disse para ele não se aproximar.

- Chega! por hoje acabou. vamos pra casa.


Luan pegou o Gustavo nos braços e fomos pra casa.

Armadilhas do Amor - Livro 1 - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora