Gustavo

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Droga! Droga! Droga!

Minha vida estava uma droga! Minha mãe não sai do meu pé me cobrando juízo, família, netos. Eu só tenho 26 anos! Quero curtir minha vida e não ficar pensando em preço de fraldas e essas coisas que "homens de família" fazem.

Saí chateado de casa, detestava deixar minha mãe assim, triste, magoada. Mas ela não me entendia, não é que eu não quisesse ter uma família nunca. Eu só não queria ter uma família agora!

Peguei meu carro e fui direto para meu apartamento , no caminho marquei de me encontrar com a gostosa da Raquel. Ela sempre me desestressava com aquele corpinho gostoso e aquela boca abilidosa. Só de pensar eu já me sentia melhor. Abri a minha porta e tomei um susto.

- Que susto, pai! Quer me matar do coração? - ele estava sentado em meu sofá com cara de poucos amigos.

- Sente-se, Gustavo. Temos que ter uma conversa séria. - Eita, tô arrombado! minha mãe deve ter enchido a cabeça dele de coisas.

- O que aconteceu, pai? - sentei no sofá e suspirei fundo, essa não seria uma conversa agradável.

- O que não aconteceu, né filho? Você é o futuro dono de um império, os escritórios de advocacia Azevedo são referência em todo o Brasil e o que você faz para merecê-lo? Vive na farra  todos os dias, dorme com mulheres aleatórias, faz escândalos, bebe ... isso são atitudes de um futuro governante? - ele estava muito irritado nunca tinha visto ele desse jeito.

- Pai, não começa! você também não ... já basta a mamãe ...

- Não começa você! Nós já havíamos conversado, você me prometeu que iria mudar e o que você fez? Chega atrasado todos os dias, foi pego seminu com a sua secretária!

Meu pai gritava tanto que eu podia contar as veias em seu pescoço. Tudo bem, o lance com a Priscila não foi legal mas ela ficava desfilando com aquelas rupas apertadas e aquele corpo que dizia: ME COMA! que eu não resisti.

- Pai, eu prometo que vou tentar mudar.

-Estou cansado de suas promessas vazias, agora as coisas serão do meu jeito.

- Como assim? - perguntei confuso, que papo é esse?

- Você não é merecedor das coisas que tem, a partir de hoje, seus cartões de crédito estão bloqueados, seu apartamento interditado e seus carros não sairão da garagem nem sua moto.

- Como é?? - falei assustado, isso não pode estar acontecendo.

- Isso que você ouviu, enquanto você não se mostrar merecedor, você não terá nada!

Ele se levantou e saiu, me deixando no sofá com a boca aberta.

MAS QUE PORRA FOI ESSA??

Passei horas no sofá sem acreditar no que havia acontecido. Meu telefone não parava de tocar mas eu não tinha a mínima vontade de atender. Após muita insistência eu atendi.

- Que foi? - falei irritado. Era a Raquel e ficou de melação comigo disse que eu estava sem dinheiro e ela começou a dar desculpas para não sair. Vadia!

Se meu pai acha que vai conseguir o que ele quer está muito enganado, eu tenho vários amigos que podem me ajudar. Eles não vão me deixar na mão.

Meia hora depois minhas opções já estavam se esgotando, todos os meus amigos, quer dizer, supostos amigos. Me abandonaram.

Estava arrasado, jogado no sofá quando lembrei do meu primo o Luan, era minha única saída. Fazia muito tempo que não nos falávamos mas pelo incrível que pareça ele me tratou muito bem, mesmo sabendo da minha situação e me chamou para passar uns tempos lá na casa dele.

Arrumei minhas malas e segui para a casa dele. DE TAXI! Não acredito que isso está acontecendo.

- E aê, irmão! - ele me cumprimentou e me ajudou a carregar as malas - Bom, eu vou sair com minha gata hoje e ela vai levar uma amiga, quer ir?

- Pode ser.

Mulheres, um dos meus motivos para estar nessa furada. Mas ele falou que ela era diferente, diferente como? ela tinha duas bucetas?estava de mau humor, tomei um banho e ficamos esperando as garotas.

- Elas chegaram!

Saímos do apê e entramos no carro nada luxuoso da garota do Luan. Sentei ao lado de uma garota mas nem prestei tanta atenção. Chegamos na festa e fomos para uma mesa quando o Luan me apresentou a garota.

- Gaby, esse é o Gustavo.

- Gus, esse é a Gabrielly.

Quando olhei em seus olhos algo dentro de mim descongelou. Foi um sentimento estranho, novo e que ao mesmo tempo me deu medo. Ela era linda, tinha olhos castanhos, profundos que me faziam achar que ela poderia ler meus pensamentos.

Ficamos assim um tempo, que me pareceu uma eternidade. Qual é? eu não posso me interessar pela primeira que eu conhecer. Deve ser só mais uma aproveitadora. Saí de perto sem ao menos falar nada.

As horas foram se passando e eu não tirava aqueles olhos da minha cabeça, as mulheres, como sempre, se jogavam em cima de mim e eu aproveitei. Bebi muito, tomei todas e mais um pouco.

E ela permanecia calada, quieta em seu banco tomando coca-cola. Que mala! Mas o que mais me chamava atenção é que diferente de todas as mulheres da festa ela não dava em cima de mim.

Com o passar do tempo isso começou a me incomodar. Quem ela pensa que é? Por que ela não caiu nos meus encantos?

Não aguentei e fui falar com ela.

- Por que?

- Por que o quê? - ela se faz de desentendida.

- Todo mundo já veio falar comigo, dar em cima de mim. Menos você - ela fez uma cara de estranha, uma mistura de susto e careta.

- Eu não sei o tipo de pessoas que você convive. Mas eu não sou todo mundo!

Nossa! ela é geniosa. E se faz de difícil, mas eu adoro um desafio. Ela saiu em direção da minha amiga e eu a segui. Cheguei por trás colocando a mão em sua cintura, mas ela empurrou.

- Sai de perto de mim!

- Vem, vai ser bom! - falei me aproximando novamente e ela gritou.

- Não! - uma palavra, uma simples palavra fez com que todo o meu corpo despertasse. Ninguém nunca me disse não e isso me deixou duro feito pedra.


- Ninguém nunca me disse não isso é tão ... quente! - digo com minha voz rouca e percebo que causei alguma reação nela. É agora! me aproximo para beijá-la, mas vejo um vulto e depois tudo ficou escuro.

Armadilhas do Amor - Livro 1 - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora