A breve caçada

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Ele havia voltado

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Ele havia voltado.

Lady Désirée tentava encaixar a volta do homem em todos os seus planos e ainda não via como essa volta podia ser boa, aliviaria todos os fardos que estavam prestes a serem colocados nos ombros de seu pobre Alec, mas lhes traria novos fardos, fardos para todos naquela casa.

Enquanto caminhava em direção a biblioteca sendo seguida por Liz e Sophie ela se perguntava como pensara em viver ao lado do marido, caso um dia voltasse, acaso não se lembrava das últimas palavras do homem antes de partir? E aquele modo frio de olha-la, podia jurar que aquilo em seu tom era nojo.

E mesmo se ele não tivesse sido tão enérgico em sua partida, mesmo que ela pudesse pensar em recorrer ao lado humano dele, onde diabos ela ia achar lado humano naquele homem que chegara a sua casa? Lorde Joshua Thornton, já não era o mesmo.

Mesmo que Désirée não pudesse se vangloriar de conhecer o marido ela sabia que aquele lá fora já não era ele, mesmo com medo e com raiva aquele rapaz com quem casou guardava um brilho nos olhos e uma postura que dizia que no seu corpo batia um coração, ela tinha visto esse brilho mesmo enquanto ele estava quase inconsciente, mas naquele homem, nele não haveria misericórdia.

Não o havia reconhecido a princípio, seus olhos foram de encontro a Hutland, o homem lhe falava com dinâmica e depois sua atenção se prendeu no filho, sabia dos medos dele e assim como ele temia que se realizassem, mas quando o ouviu não houve dúvidas.

Ela não esqueceria aquela voz, nem mesmo se quisesse, e para ser franca não estava certa de que queria, suas maiores certezas estavam baseadas nela.

A certeza de que estava casada.
E a certeza de que seu casamento era e sempre seria apenas um arranjo.

Quando chegaram a biblioteca as damas foram invadidas pelo cheiro de mofo e poeira que só os livro podiam fornecer, mas que deixava claro: teriam que ser limpos.

Era um cheiro que agradava as três damas ali presente.

— Pensei que sua volta fosse algo fora de questão. — Começou Liz encaminhando-se para a poltrona perto da janela. — Mas pelo visto...

Ela deixou o resto da frase no ar.

Sim, pensou Désirée, pelo visto haviam se enganado quanto aos escrúpulos do homem e esse engano trazia a certeza de que ele não entenderia, de que não toleraria o engano, deixava claro que no coração do homem não havia perdão.

Désirée escrevera comunicando ao homem da morte de seu pai meses atrás, mesmo duvidando que o marido ainda vivesse, e tinha motivos para acreditar que não, ela testemunhou o duque escrever para ele durante três anos seguidos, em alguns dias ela via o que o duque lhe escrevera, mas nunca houve uma missiva em resposta, e que filho, em nome de Deus, conseguiria não responder as palavras de um pai que ora pedia perdão e ora dizia de seu amor? Pelo bem da sua fé na humanidade Désirée preferiu acreditar que o marido já não vivia, preferiu acreditar que homem havia perdoado o pai e apenas não conseguia dizer isso, pois já não tinha voz ou vida.

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