Os homens que se vão

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Fazia dias que Joshua se proibia de ver Desirée. Cada vez que pensava nela sentia a pele formigar, e não eram as queimaduras, era algo novo e bom... bom demais para que ele não se preocupasse, não havia tido sentimentos reais por um mulher em todo sua vida, então não haveria com o que conparar, talvez fosse um desejo muito agudo. Independente do que fosse ele se distanciou para controlar aquilo, devia se aproximar da mulher, puvir suas verdades e, como um bom marido, tê-la para si como uma igual, e "queimar" de antecipação por ela não ia ajudar em suas metas.

Ele não foi mais ao seu próprio quarto, não desde o dia em que se descontrolou. Mas sentia falta dela, de suas palavras secas e de ver ela perder as palavras.

Ele passou seu tempo com od papéis cheios de nomes e números, mais para se ocupar do que para resolver algo - não havia grandes preocupações, exceto uma propriedade longínqua que havia sido deixada por seu pai para Desirée, o que era normal, já que alguns maridos preferem manter as esposas mais afastadas, seu pai por certo achou que ele seria assim. E ele talvez fosse, mas por ora, não a queria longe.

Além de seus papéis também tinha a companhia dos filhos, não achou que fosse possível mendigar tanto, mas ele fazia isso, a cada oportunidade de fazer os filhos felizes ele fazia, desde deixar ele brincarem na biblioteca à pedir para a cozinheira fazer dois tipos de sobremesa.

Não podia evitar, era mais forte que ele.

Essa frase era, inclusive, uma ótima desculpa para tudo, e foi usando ela que ele saiu de seus "afazeres de distração" que se encaminhou até o querto, o seu quarto, queria vê-la.

Estava levando um pedaço da torta preferida dela, não queria vê-la e não ter suas mãos ocupadas ou um motivo para para deixá-la quieta.

Qual não foi sua surpresa ao ver a cama vazia, não sabia que ela já havia voltado para o quarto dela, mas pela bagunça dos lençóis ela tinha dormido noite passada ali.

Ele foi até a porta que dava passagem ao quarto de vestir dos dois e o atravessou. Já estava com a mão esquida para bater na porta, mas parou ao ouvir a voz da esposa.

Não era tão nítido, mas ele podia discernir as palavras.

- Eu não sei Sophie. - Sua voz era calma, como se submergida. - Mas acredito que não, não tenha sido bom para ele.

Do que falavam, Joshua percebeu que pela segunda vez ouvia as escondidas palavras ditas pela esposa, também lembrou que na primeira vez ele não havia gostado do que ouvia.

De novo usaria a desculpa de que era mais forte do que ele.

- Talvez não seja assim, Day. - Ouviu a cunhada dizer.

- Se não fosse, Liz, ele teria ficado. Tudo bem, afinal, e talvez nem toda mulher nasça para fazer um homem ter prazer.

Ele.

Era dele que elas falavam, ou melhor de quando ele foi embora?

Parecia que aquilo nunca ia acabar. E pelo inferno se ele não tinha o direito de fugir.

Ele agiu como um covarde, mas podia fazer, suas decisões, as principais de um homem - com quem e com quem ter filhos, haviam sido arrancadas dele, e ele pensou ter casado com uma oportunista egoísta, pensou ter sido cruel com ela.

Quem poderia culpá-lo?

Houve um silêncio no outro lado da porta e depois elas voltaram a conversas banais, mas na cabeça dele houve barulho.

Desejava a esposa, assim como lembrar de tudo, saber as verdades que ela nunca lhe contou.

Ainda queria culpar o pai por tê-lo metido nessa confusão, mas vendos os filhos que seu pai havia lhe dado, não conseguia.

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