O Regresso Do Duque

Ultimato

Ela sentiu muita sede, depois sentiu muito frio.

Existiu tantas sensações que ela não pode sentir todas ao mesmo tempo, era confuso demais, mas ao abrir os olhos e não conseguir ver nada, horror a dominou.

- Alguém? - Qualquer um na verdade.

Seus olhos foram se habituando a falta de luz no ambiente e ela, com alívio, notou que estava no escuro e não cega.

- Por favor, alguém? - Cada vez que falava sua cabeça doía. Ela passou a mão no local de onde vinha a dor e notou as gases cobrindo o lugar. - Jesus, mas que...

Antes que ela terminasse a blasfêmia ouviu um barulho de algo caindo, um som forte vindo do chão.

- Inferno. - A palavra veio forte e cheia de dor

De repente uma sombra se aproximou de sua cama, mas pela voz rouca ela já sabia quem era.

- Joshua, digo, Vossa Graça. - Corrigiu-se ao se ouvir.

- Shhh, não se mova.

Ela nem mesmo estava pensando nisso, mas para fortalecer o frágil ego do duque, preferiu deixar que ele achasse que ela o obedecia.

Ela observou o marido enquanto ele acendia as velas espalhadas pelo quarto, então aos poucos percebeu.

Aquele não era seu quarto, tomada pela confusão ela descobriu seu corpo para sair dali, não importava como tinha chegado, não ficaria ali por mais tempo.

Deus, que vergonha.

Sentiu seu rosto arder ao notar que não estava vestida com seu pesado vestido.

Estava de camisola, dormindo no quarto do marido, e tudo que ela queria era que ele não tivesse tentado alguma coisa, mas se acalmou ao ver e entender que pelas vestes do marido, nada tinha acontecido entre ele.

- Nem pense em se levantar. - Joshua a alertou. - Ele sentou-se na beira da cama e lhe estendeu um copo com água. - Como se sente?

O que ela podia dizer? Eu me sinto envergonhada, confusa, com medo, mas acima de tudo eu sinto que você está perto demais?! Ele estendeu o copo para ela, mas não a entregou, ele mesmo colocou o nos lábios dela, Désirée pensou em recriminar aquela atitude, mas não fez. Mesmo que não admitisse ela gostou de ter esse cuidado dele dispensado à ela.

- Chega. - Ele disse rudimente e tomou o copo de seus lábios. - Não me disse como está se sentindo.

- Eu estou bem.

Como se não acreditasse nela, Joshua esticou o mão e tocou a testa e o pescoço de Désirée.

Aquilo era um absurdo.

- O que aconteceu? - Ela quis saber.

- Do que você se lembra?

Ela pensou um pouco e sua mente divagou por sonhos confusos e espedaçados, nada muito fixo, então lembrou-se.

- A Ivy estava gritando. - Recuperando então as memorias de seus últimos minutos antes de ficar inconsciente. - Onde está Ivy?

- Está na sua cama, com o Alec.

- Ahm? - Ela ainda não entendia o que ele falava. - E por que eu...

Parou de falar pois temia a resposta, mas apostando na honra que seu marido devia ter preferiu direcionar seus pensamentos para outras áreas.

- O que aconteceu? - Repetiu a pergunta.

- Você desmaiou.

Désirée conhecia suas limitações, mas fazia anos desde a última vez que aquilo tinha acontecido, ela implorou a Deus que não tivesse que passar por tudo aquilo de novo.